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SÃO PAULO – Os efeitos das delações que provocaram a maior crise do governo Michel Temer em pouco mais de um ano de existência já começam a ser sentidos pela JBS (JBSS3) no meio político. Além das alegações de executivos da empresa de que a Caixa Econômica Federal teria suspendido repentinamente crédito com vencimento em 2018 em desacordo com os contratos firmados, uma medida provisória recente pode complicar ainda mais a situação do frigorífico. Conforme mostra o jornal Valor Econômico, a companhia já enfrenta um revés nos círculos de poder.
A Comissão de Valores Mobiliários e o Banco Central tiveram seus poderes punitivos ampliados com o novo texto assinado pelo presidente. Segundo a reportagem, o texto estava parado desde 2015 na Casa Civil, mas as discussões se intensificaram desde que as delações de executivos da JBS vieram à tona.
A nova medida provisória elevou em cem vezes o teto para as multas que a CVM pode aplicar no mercado de capitais. Agora, em vez de R$ 500 mil, o órgão fiscalizador do mercado de capitais pode exigir pagamentos de até R$ 500 milhões.
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O contexto é favorável para o avanço de tal medida, tendo em vista as investigações em andamento para averiguar se a JBS e seus controladores cometeram crime de “insider trading” em transações com dólar futuro e venda de ações antes da divulgação do diálogo entre Joesley Batista e Michel Temer, no Palácio do Jaburu.
Do lado do Banco Central, o valor máximo de multas cresceu de R$ 250 mil para R$ 2 bilhões.