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A distribuidora de combustíveis Vibra (VBBR3) realizou na terça-feira (9) seu Dia do Investidor de 2025, com um tom geral considerado construtivo pelos bancos consultados.
Segundo a XP Investimentos, um dos principais focos do evento foi o combate às práticas ilegais no setor. A empresa acredita que o mercado atingiu um novo patamar de competitividade, o que deve apoiar ganhos de market share (participação de mercado) e rentabilidade. Outros destaques importantes foram: (i) alocação disciplinada de capital, (ii) iniciativas de redução de custos, (iii) agenda de eficiência na Comerc e (iv) expansão do negócio de lubrificantes.

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Ponto de inflexão
A XP classificou 2025 como um ano extremamente importante na batalha contra a ilegalidade no setor de combustíveis. De acordo com a Vibra, o market share dos players ligados à informalidade caiu de 21,4% em janeiro deste ano para 17,9% em outubro, enquanto a Vibra conquistou 1,3 ponto percentual (p.p.), atingindo 22,4%.
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O destaque foi para as três grandes operações no segundo semestre de 2025, que a empresa descreveu como um “ponto sem volta”: (i) Carbono Oculto (já na 6ª fase), focada no combate ao crime organizado, (ii) Cadeia de Carbono, com o objetivo de impedir a importação ilegal de combustíveis, interceptando quatro embarcações e fechando um agente de refino irregular, e (iii) Poço de Lobato, visando concorrentes cujo modelo de negócios se baseava na evasão fiscal.
A gestão espera que a agenda contra a concorrência desleal mantenha tração em 2026, considerando a possível implementação de tributos monofásicos sobre o etanol também em nível estadual, a aplicação de tributos monofásicos para nafta, a extensão da responsabilidade tributária solidária para outros estados e a implementação do projeto de lei Devedor Contumaz, que, segundo o fluxo de notícias, pode ser votado na Câmara em curto prazo.
Em condições equitativas, segundo a Vibra, o setor poderia operar com um retorno sobre o capital investido (ROIC) de longo prazo de aproximadamente 20%.
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O JPMorgan, por sua vez, comenta que as discussões focaram nas prioridades da empresa para 2026, principalmente em capitalizar oportunidades de mercado decorrentes de mudanças regulatórias e implementar otimizações internas para reduzir custos. Em termos de alocação de capital, a Vibra pretende reduzir a dívida bruta e a alavancagem, mantendo sua política de distribuir 40% do lucro líquido como dividendos.
Desinvestimento na Evolua
Sobre a saída da Evolua, a companhia destacou que espera ganhos decorrentes da maior flexibilidade na aquisição de insumos, podendo impactar margens ou crescimento. Em termos de margem, a expectativa é de ganhos na casa das centenas de milhões. O etanol deve continuar sendo foco estratégico, especialmente após melhorias regulatórias na tributação.
Não há urgência em se desfazer da Comerc
A Vibra afirmou que não há pressa para definir a posição da Comerc dentro do portfólio da empresa. A gestão observou que poderia haver um cenário em que a Vibra mantenha menos de 100% de participação na Comerc, embora, no momento, não existam discussões sobre venda da participação da Vibra na companhia.
Lubrificantes
A gestão destacou que as margens de lubrificantes são até 10 vezes maiores que as da distribuição de combustíveis e reforçou que a Lubrax continua sendo uma via de crescimento-chave. Segundo o goldman Sachs, a Vibra planeja expandir a presença da Lubrax entre montadoras e concessionárias e ampliar a linha de produtos premium, aumentando as margens.
Foco no core busines
Questionada sobre perspectiva de médio e longo prazo, a Vibra afirmou que sua estratégia atual no setor de distribuição de combustíveis é válida até 2030, e não apenas até 2026. A Vibra acredita que a demanda por combustíveis líquidos continuará crescendo, sem riscos claros de disrupção. A gestão reforçou que ainda existem oportunidades significativas de crescimento no setor nos próximos cinco anos.
Dividendos
Com relação aos dividendos, a companhia reiterou que os pilares da alocação de capital são geração de caixa e redução da alavancagem, com meta de mantê-la abaixo de 2,0 vezes, especialmente relevante com a Selic atual em 15% ao ano. Segundo o Morgan Stanley, isso significa que um aumento nos dividendos de longo prazo será possível quando a alavancagem estiver controlada, as taxas de juros forem mais baixas e não houver investimentos estratégicos imediatos.
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Recomendação de compra
O JPMorgan e Morgan Stanley mantiveram recomendação overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra), com preço-alvo de, respectivamente R$ 31,50 e R$ 28.
O Goldman Sachs, por sua vez, manteve rating Neutro para a Vibra Energia, com preço- de R$ 25,00, baseado na avaliação das soma das partes. Para o negócio de distribuição de combustíveis, é aplicado EV/EBITDA (Valor da Empresa sobre Lucros antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização) ajustado de 6,0 vezes para 12 meses à frente. Para a Comerc, o valor de empresa alvo de R$ 9 bilhões deriva de DCF (Fluxo de Caixa Descontado) com WACC (Custo Médio Ponderado de Capital) de 10%.