Via (VIIA3) divulga resultado do 1º tri após o fechamento do mercado: o que esperar?

Foco das varejistas é em melhora de margens, mas cenário deve seguir desafiador em ambiente de inflação resiliente e juros altos

Vitor Azevedo

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A Via (VIIA3) divulga nesta segunda-feira (9) seu balanço do primeiro trimestre de 2022, sendo a primeira das grandes varejistas de e-commerce com ação negociada na B3 a trazer seus números ao público nesta temporada – em que boa parte de analistas e investidores aguardam com atenção, para ver como essas empresas se portarão em um cenário de inflação e juros altos, o que pressiona margens e demanda. As ações registram forte queda acumulada em 2022, de 48%, entre as 5 maiores baixas do Ibovespa no período.

O esperado, em geral, é que todo o setor avance em margens, com as companhias aumentando suas taxas de comissão. Contudo, “as varejistas devem seguir pressionadas pelo macro desafiador, apesar de esperarmos ver uma melhora na dinâmica de margem, uma vez que as companhias aumentaram suas taxas de comissão”. afirmam os analistas da XP Investimentos.

O Morgan Stanley vai no mesmo caminho, afirmando que tanto a Via quanto a Magazine Luiza (MGLU3) já citaram um foco maior em margens, mesmo com menor crescimento. “Nós esperamos, porém, contração das margens para as duas companhias apesar do foco nas despesas”.

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O Credit Suisse também traça o período entre janeiro e março deste ano como de “dificuldades” para as varejistas. “Categorias como a de eletrônicos e de eletrodomésticos, que são muito importantes para Magazine Luiza e Via, continuam performando mal, por conta de desafios macroeconômicos e alta competição”.

Via deve ser beneficiada levemente por volta do varejo físico

Apesar do cenário macro difícil, o resultado trimestral da Via deve ser levemente impulsionado na base anual pela reabertura das lojas, uma vez que no primeiro trimestre do ano passado a Covid-19 estava em sua segunda onda, com maiores restrições. A companhia é a que tem maior exposição ao varejo físico.

“Estimamos um crescimento do volume bruto de mercadoria total de 2% ao ano, devido à performance fraca do varejo físico no ano passado, com vendas mesmas lojas subindo 3%”, pontua a XP.

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Os analistas da corretora enxergam, do lado positivo, a Via tendo uma adição de 0,3 ponto percentual em sua margem Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações sobre receita líquida), para 8,1%, com esforços para ter menores despesas de vendas e administrativas – apesar de um recuo da margem bruta, com a inflação aumentando o custo dos produtos vendidos.

O Credit Suisse também destaca os esforços da varejista em lucratividade, a despeito do crescimento“Na frente de rentabilidade, a empresa deve entregar um bom trimestre no nível operacional, com margem bruta acima de 30% e margem Ebitda decente de 8%”, comentam.

Por fim, a Ágora Investimentos também acredita que a varejista avançará em sua margem. “A administração da companhia fez ajustes para se adequar à realidade de um ambiente de demanda mais fracos”. A casa destaca que a Via aumentou preços e mudando sua política de crédito, com menor número de parcelas, menores promoções e cobrando mais juros.

A XP projeta que a Via trará um Ebitda de R$ 598 milhões, o Credit Suisse, de R$ 604 milhões e a Ágora, de R$ 611 milhões.

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