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SÃO PAULO – Em relatório para o mês de março, os gestores da Verde Asset, que tem como líder Luis Stuhlberger, destacaram especial atenção à reforma da Previdência, que comandará as atenções do mercado brasileiro nesse segundo trimestre.
De acordo com os gestores, a situação fiscal do país, tanto no curto quanto no médio e longo prazos, continua extremamente frágil. Eles apontam que a aprovação de uma reforma da previdência robusta, que faça com que a curva de crescimento de gastos seja bem menos inclinada, é condição necessária, mas não suficiente, para que (i) o teto dos gastos funcione e (ii) para que a trajetória da relação dívida/PIB fique bem-comportada. “Diante desse contexto, vemos com bastante preocupação os sinais vindos de Brasília nas últimas semanas”, afirma a Verde Asset.
Os gestores apontam que o conteúdo da reforma tem sido sistematicamente aguado, e as negociações políticas estão apenas começando, ressaltando ainda que a dinâmica dessa negociação é distinta daquela da PEC dos gastos.
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De acordo com eles, o governo perdeu a batalha da comunicação, e a resistência da população à reforma parece crescente. “Os congressistas, sob a égide da máxima popular ‘sem foro, é Moro’, relutam sobremaneira em aprovar algo que reduza sua probabilidade de reeleição”, afirmam. Enquanto isso, o mercado se mantém complacente, o que preocupa a Verde. “Não sabemos até quando, mas nos lembramos da situação do grão que desmorona a pilha de areia. Qual vai ser a concessão na reforma da previdência que vai provocar uma correção não-linear dos mercados?”
Com isso, o aumento da percepção de risco, até aqui pouco refletida nos preços de ativos, levou a Verde a reduzir a exposição do fundo a ações brasileiras e também a um aumento da posição comprada em dólar contra real. Na renda fixa eles permanecem posicionados para um juro real mais baixo.
Desempenho em março
No mês de março, o fundo gerido pela Verde rendeu 1,11%, acima do CDI, que rendeu 1,05% no mesmo período. No acumulado do ano, o desempenho foi de 2,59% da Verde ante 3,03% do CDI. Segundo a gestora, a performance em março repetiu o padrão dos últimos meses – ganhos nas posições de ações, tanto na carteira global quanto no portfólio brasileiro, e em renda fixa, com o juro real cedendo um pouco mais ao longo do mês. E perdas vieram de moedas, principalmente no dólar contra moedas asiáticas como o renminbi e o won coreano; contrabalançado por pequenos ganhos na compra de euro e posição comprada em dólar contra o real.