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SÃO PAULO – Em relatório para comentar o desempenho em abril, a Verde Asset, comandada por Luis Stuhlberger, um dos maiores gestores de fundos do mercado brasileiro, mostrou uma surpresa com o movimento do dólar no mês passado, o que levou a perdas de 0,18% para o fundo, que estava exposto ao real.
Sobre estar comprado na moeda brasileira, os gestores explicam que o movimento que levou o dólar de R$ 3,25 para R$ 3,55 surpreendeu, mas não foi suficiente para mudar a posição do fundo. “Em grande medida, quando decidimos vender dólar em meados do ano passado, estávamos substancialmente mais construtivos com a perspectiva para economia e mercados brasileiros, e decidimos alocar em posições diversificadas, principalmente bolsa e juros reais, mas também na moeda”, afirmam.
A Verde deu três motivos para continuar comprada em real, dizendo que ainda vê a moeda com um “valuation equilibrado, fluxos estáveis, déficit em conta corrente baixo e contido”. Segundo a gestora, a grande mudança nos últimos nove meses foi o juro base da economia.
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“O Banco Central cortou o juro mais do que o esperado, e em sua última reunião, inclusive surpreendeu o mercado com uma sinalização de que poderia se estender nesse processo mais ainda. De certa maneira, foi o grão de areia que desestabilizou o castelo e provocou uma reação do mercado na direção da compra de dólar”, explicam os gestores.
Por fim, a Verde diz que espera que esse movimento se acalme, agora que o próprio BC notou os riscos que está correndo e resolveu intervir, e a projeção é de que a moeda norte-americana negocie em uma faixa entre R$ 3,30 e R$ 3,60 daqui até agosto, quando o tema eleitoral passar a dominar o mercado.