Venezuela reage a destróier dos EUA e acusa Washington de preparar uma guerra

Maduro acusa Washington de “inventar uma guerra”, e Brasil tenta intermediar diálogo entre EUA e Venezuela após envio de destróier a Trinidad e Tobago

Marina Verenicz

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A escalada militar dos Estados Unidos no Caribe elevou as tensões com a Venezuela, que classificou o envio de um navio de guerra norte-americano a Trinidad e Tobago como uma provocação coordenada pela CIA.

O governo de Nicolás Maduro reagiu duramente à chegada do USS Gravely, um destróier lançador de mísseis que permanecerá atracado até o dia 30 de outubro no porto de Port of Spain, capital do pequeno arquipélago localizado a apenas 10 quilômetros da costa venezuelana.

“Trata-se de uma provocação militar de Trinidad e Tobago, em coordenação com a CIA”, afirmou o governo venezuelano em comunicado oficial.

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Segundo a vice-presidente Delcy Rodríguez, forças venezuelanas teriam capturado “um grupo de mercenários” com informações da agência de inteligência americana, supostamente envolvidos em um plano de ataque de bandeira falsa.

Ofensiva militar

A movimentação americana ocorre no momento em que o presidente Donald Trump aumenta a pressão sobre o regime de Caracas. Desde agosto, Washington mobiliza navios, aviões e fuzileiros navais no sul do Caribe, sob a justificativa de combater o narcotráfico.

O presidente venezuelano, por sua vez, acusa os EUA de preparar uma guerra contra a Venezuela. No sábado (25), o ministro da Defesa, Vladimir Padrino, anunciou exercícios militares de defesa costeira, com tropas posicionadas no litoral para reagir a “operações encobertas” e “ameaças terroristas” que, segundo Caracas, teriam apoio norte-americano.

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“Estamos nos preparando para defender nosso território de qualquer agressão estrangeira”, declarou Padrino.

A tensão aumentou após Kamla Persad-Bissessar, primeira-ministra de Trinidad e Tobago e aliada de Trump, autorizar o treinamento conjunto entre fuzileiros navais dos EUA e as forças locais de defesa.

Desde sua posse, em maio de 2025, Persad-Bissessar tem adotado discurso duro contra a imigração venezuelana e alinhamento político com Washington.