Vendo reestruturação com bons olhos, Empiricus inicia cobertura de Nutriplant

Empresa foi a primeira sorteada pelo convênio entre Apimec e BM&FBovespa para ganhar um relatório de cobertura

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A Empiricus Research iniciou a cobertura das empresas integrantes do Bovespa Mais através da Nutriplant (NUTR3M). O relatório é o primeiro originado de um convênio entre a BM&FBovespa e a Apimec (Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais) para viabilizar a produção de um número maior de análises de companhias listadas e beneficiar os investidores com mais informações sobre o mercado.

O analista Roberto Altenhofen, que assina o documento da Empiricus, avalia que, embora os papéis da companhia apresentem um risco elevado – em vista das restrições de liquidez e o fato de ser um negócio relativamente pequeno inserido num contexto de grande incerteza -, há o entendimento de que eles podem multiplicar seu valor devido ao processo de reestruturação.

Altenhofen possui um preço-alvo de R$ 5,07 para os ativos NUTR3M – o que configura um potencial de valorização de 77,27% em relação ao fechamento de sexta-feira (6) -, com a recomendação de compra das ações sob a ótica de longo prazo, com a devida ciência dos riscos e visando acompanhar as etapas de reestruturação.

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Mudança à vista
De acordo com Altenhofen,  o caráter depreciado das ações pode refletir os resultados desfavoráveis da companhia, em meio a um setor que opera com margens apertadas por haver clientes de maior porte, mas certamente não condiz com a transformação em curso. 

Essa mudança ocorre após a incorporação da Quirios Produtos Químicos no início de 2012 o que, segundo Altenhofen, deve transformar a Nutriplant em outra companhia, porque permitirá ganhos de escala importantes. Além disso, permitirá à companhia sair do negócio de micronutrientes para o solo para produtos considerados mais rentáveis, como químicos e foliares – expostos a um mercado fragmentado e de melhores margens. 

“Mais do que isso, o negócio guarda a chave para a adequação da estrutura de capital do grupo, a partir da liberação de créditos fiscais e a eliminação das redundâncias operacionais”, avalia, estimando que o benefício potencial do negócio pode atingir R$ 56 milhões. Dentre a eliminação das redundâncias, está o anúncio da venda do sítio em Paulínia – interior de São Paulo -, que deve representar uma entrada de R$ 18,8 milhões, além da assunção pela compradora de R$ 4 milhões de passivo atrelado à propriedade. 

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Além disso, o analista projeta um acesso a entradas de caixa anuais próximas de R$ 3 milhões pelos próximos três anos via recuperação de impostos, montante este que representa cerca de 90% da posição da dívida líquida do consolidado. Assim, a liberação desse saldo somada aos recursos levantados via desinvestimentos atua como catalisador para a Nutriplant diminuir sua dívida e atingir lucro positivo já em 2012, ressalta.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.