Vendas varejistas na zona do euro têm forte queda em outubro

O volume das vendas no varejo nos 17 países que usam o euro caiu 1,2% em outubro ante setembro, maior queda registrada desde abril

Reuters

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BRUXELAS – Os consumidores na zona do euro diminuíram os gastos na maior margem em seis meses em outubro, economizando em tudo, desde roupas a medicamentos, e dando poucas esperanças de uma recuperação da recessão guiada pelo consumo.

O volume das vendas no varejo nos 17 países que usam o euro caiu 1,2 por cento em outubro ante setembro, a maior queda desde abril, informou nesta quarta-feira (5) o escritório de estatísticas da UE (União Europeia), Eurostat. Esse resultado foi pior que a previsão de queda de 0,1 por cento de economistas consultados em pesquisa da Reuters.

Em mais um sinal dos tempos difíceis para as famílias da zona do euro, a leitura de setembro foi revisada para -0,6 por cento ante -0,2 por cento estimada anteriormente.

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A economia da zona do euro, que gera aproximadamente um quinto da produção global, caiu em recessão no terceiro trimestre deste ano e espera-se contração por todo o ano, a segunda desde 2009, e uma recuperação ainda está distante.

“Nós acreditamos que o quarto trimestre será o pior em termos de crescimento”, afirmou a economista do BNP Paribas Evelyn Herrmann.

“Com os países periféricos contraindo e até mesmo o núcleo passando por um declínio cíclico no final desde ano, a Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro deve cair cerca de 0,4 por cento (nos últimos três meses de 2012)”, disse ela em nota nesta quarta-feira.

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As famílias na zona do euro têm sofrido desde a crise financeira global de 2008 e 2009, reprimidas pela renda disponível que cresceu apenas durante a breve recuperação de 2010. Tal fraqueza alimentou a contração, e a produção geral do bloco deve encolher pelo menos 0,4 por cento este ano.

Pesquisas empresariais mostram um alívio na taxa de contração nos serviços da zona do euro em novembro, com o encolhimento na indústria moderando para o menor nível em sete meses, ajudado pelo plano do BCE (Banco Central Europeu) de comprar títulos de governos, o que diminuiu preocupações sobre um colapso da zona do euro.

Mas os cortes de gastos do governo que visam a diminuir os déficits orçamentários recordes estão tendo um grande impacto na economia real, afirmam economistas, e com o desemprego na zona do euro num recorde de máxima com quase 19 milhões de pessoas desempregadas, as vendas no varejo estão sofrendo.

Os gastos com alimentos, bebidas e tabaco caíram 0,8 por cento em outubro e as compras de produtos não alimentícios incluindo vestuário e medicamentos recuaram 1,4 por cento.