Venda de divisão da Hypermarcas e mais 5 notícias que agitaram os mercados no feriado

PMIs fazem com que investidores fiquem otimistas lá fora, enquanto greve dos petroleiros ameaça operação da Petobras por aqui

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – A Bovespa ficou fechada nesta segunda-feira (2) por conta do feriado de Finados, mas o noticiário mundial continuou bastante movimentado. O dia foi de alta expressiva para o índice de ADRs (American Depositary Receipts) brasileiro Brazil Titans 20 Dow Jones em meio ao bom humor no mercado internacional por indicadores europeus e amerianos registrando crescimento e também contando com resultados positivos das empresas nestas regiões. Confira abaixo as notícias que movimentaram esta segunda:

1. Hypermarcas vende divisão de cosméticos para a Coty
A Hypermarcas celebrou contrato de compra e venda de ações e marcas com a Coty Inc. para a venda do negócio de fabricação e comercialização de cosméticos por R$ 3,8 bilhões. O pagamento está previsto para ocorrer até o segundo trimestre de 2016. Os recursos, segundo a empresa, serão utilizados preponderantemente para redução do endividamento líquido da companhia.

Em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários, a empresa informa que em 2014, o negócio de cosméticos gerou receita líquida de R$ 977,5 milhões ou cerca de 20% da receita líquida total da companhia no período. O negócio de cosméticos da Hypermarcas inclui marcas como Bozzano, Biocolor, Monange, Risqué, Paixão e Cenoura & Bronze, dentre outras.

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Conforme a Hypermarcas, quando finalizada, a transação marcará um “passo transformador” para a empresa, cujo foco estratégico estará voltado para o mercado farmacêutico, que oferece potencial atrativo de crescimento e rentabilidade no longo prazo.

2. Onda de PMIs no mundo
O fim de semana trouxe uma onda de divulgações dos chamados PMIs (Índices Gerentes de Compras, na sigla em inglês) em diversos países e regiões do mundo.

Na China, o PMI industrial subiu para 48,3 na leitura final de outubro, de 47,2 em setembro, de acordo com a Caixin Media. O dado marca uma melhora em relação ao observado em setembro, mas atingiu o oitavo mês seguido abaixo da marca de 50,0, o que indica contração da atividade.

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Já na Europa, o PMI do setor industrial da zona do euro avançou para 52,3 em outubro, de 52,0 em setembro, diante da melhora no nível do emprego e nas novas encomendas, segundo dados finais publicados hoje pela Markit Economics.

Por fim, nos Estados Unidos, o PMI do setor industrial subiu para 54,1 em outubro, de 53,1 em setembro, segundo dados finais divulgados hoje pela Markit, impulsionado por aumentos mais rápidos nas saídas das fábricas, novas encomendas e níveis de emprego.

3. Abilio Diniz diz que Brasil está barato
O empresário que é atualmente presidente do Conselho de Administração da BRF (BRFS3), Abilio Diniz, disse a jornalistas antes do BRF Day em Nova York que o Brasil não vive uma crise econômica, mas “apenas” uma crise política. Para ele, o “Brasil está em liquidação”, já que a sua taxa de câmbio estaria “muito, muito alta”. Na sua avaliação, frente ao cenário macroeconômico do País, o dólar a R$ 4 é um exagero, de modo que um câmbio a R$ 3,50 estaria mais condizente com os fundamentos. 

“No momento em que superarmos a questão política, a solução para a situação econômica virá muito rapidamente”, afirmou, de acordo com informações do Estado de S. Paulo. “Ninguém está investindo, porque está faltando confiança. Não sei o que vai acontecer no curto prazo, mas tenho certeza que a situação vai ser superada. Tenho total confiança”, concluiu o empresário, que disse ainda ter “crescido em crises”. 

Para ele, o Brasil está muito barato para os investidores estrangeiros. “Para investidores internacionais, é o momento de se aproveitar disso. Estamos em um momento ruim, mas é um momento”, avaliou.

4. Fith mostra que investidores estão preocupados com Brasil e China
Os investidores veem o contágio dos mercados emergentes como o mais sério risco aos mercados de crédito dos EUA durante o próximo ano, de acordo com uma pesquisa da agência de classificação de risco Fitch. O levantamento mostra ainda que os operadores internacionais avaliam que o Brasil e a China seriam as duas principais fontes de contágio dos mercados emergentes.

O levantamento mostra que 60% dos entrevistados acreditam que desenvolvimentos adversos em um ou mais mercados emergentes apresentam um risco elevado para os mercados de crédito dos EUA. Os outros 40% creem que esse risco é moderado e nenhum avalia que o risco é baixo.

Sobre o Brasil, a agência avalia que, assim como outras nações latino-americanas, o País enfrenta um enfraquecimento de fundamentos. “A economia está em recessão e enfrenta desafios fiscais e políticos. As empresas brasileiras enfrentam o aumento de custos de financiamento nacionais e internacionais, enquanto o acesso ao crédito estrangeiros secou para os emissores de alto rendimento”, diz a agência em comunicado, afirmando ainda haver uma provável tendência de queda em ratings corporativos no País.

Já sobre a China, a agência lembra que a desvalorização do yuan em agosto levou a uma redução significativa no apetite por risco nos mercados globais e que a desaceleração do crescimento do país seria negativa para muitos países emergentes, bem como empresas exportadoras de commodities e mercados desenvolvidos dependentes do comércio global.

5. Greve dos petroleiros afeta Bacia de Campos
Das 44 plataformas instaladas na Bacia de Campos para a produção de petróleo e gás natural, 23 estão com o funcionamento completamente interrompido durante a greve liderada pela Federação Única dos Petroleiros (FUP). Outras oito plataformas operam parcialmente. Com isso, cerca de 500 mil barris de petróleo por dia (bpd) deixaram de ser produzidos desde o início do movimento, às 19h de ontem, estima o Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), ligado à federação. O volume representa 25% da produção total da Petrobras (PETR3; PETR4). 

6. Empresas estudam fazer IPO, mas crise econômica preocupa
Algumas empresas estão tentando driblar a crise que o País atravessa e começam a olhar alternativas no mercado de capitais. Embora os planos para uma abertura de capital não seja para o curto prazo, já fazem a lição de casa, trabalhando em estruturas internas e iniciando conversas com possíveis investidores. Os objetivos passam pela captação visando sustentar o crescimento e por ganhar credibilidade que pode vir na esteira de uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês). 

Uma dessas companhias é a GTFoods, que atua no segmento de abate de aves, é dona da marca Frangos Canção e vê no mercado de capitais alternativa para viabilizar uma nova frente de crescimento orgânico para a empresa, ou até mesmo por aquisição. “O plano é ser a terceira maior produtora de aves do Brasil, conta o diretor financeiro, Vítor Bellizia. A ideia, assim, é conseguir passar na frente da Aurora, que hoje ocupa a posição almejada pela GTFoods.

Depois de participar de uma série de fóruns promovidos por bancos de investimento ao longo deste ano, a companhia participou nesta semana do 10º Fórum de Abertura de Capital, promovido pela BM&FBovespa. Bellizia conta que a empresa está estruturando sua governança corporativa e que a intenção é fazer no segundo semestre de 2016 a listagem no Bovespa Mais, que é o segmento de acesso da Bolsa brasileira – em que é possível se listar sem emitir ações. A partir daí, a intenção é aguardar uma janela de oportunidade para realizar o IPO.

(Com Agência Estado e Reuters)