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SÃO PAULO – O Ibovespa despencou mais de 1.000 pontos em poucos minutos depois que a agência de classificação de risco Standard & Poor’s rebaixou a perspectiva do rating do Brasil de “estável” para “negativa” apesar de manter a nota de crédito do País. Se pela manhã o mercado estava ganhando otimismo, depois de 7 quedas consecutivas da Bolsa, operando com uma forte correção associada a uma melhora no cenário externo, a situação mudou completamente de figura após a decisão da agência.
Diversas ações que subiam pela manhã viraram para queda, fazendo com que o Ibovespa voltasse a operar perto dos 49 mil pontos. E não foi só a Bolsa que registrou este movimento. O contrato futuro de dólar para agosto teve uma trajetória tão impressionante quanto, embora em um sentido completamente diferente. Das 13h10 (horário de Brasília), quando a perspectiva do rating brasileiro foi alterada, até agora, a moeda norte-americana subiu 0,62%, chegando a R$ 3,4275.
A S&P justificou a decisão de corte da perspectiva dizendo que as investigações em curso nos casos de corrupção contra políticos e empresas de alto perfil – em ambos os setores público e privado, e em todos os partidos – levaram a uma alta da incerteza política no curto prazo. A agência afirma que este cenário coloca um grande risco nas implementações de novas políticas, principalmente nas votações do Congresso.
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Segundo Ricardo Kim, analista-chefe da XP Investimentos, a notícia acabou prejudicando o mercado com o aumento da aversão a risco. “O Brasil está apenas um degrau acima do grau de investimento. Perdendo a nota, muitos fundos lá fora não poderão mais investir aqui e venderão participações, o que trará uma pressão negativa para a Bolsa”, explica. No entanto, ele acredita que há muitas incertezas no cenário ainda antes que se possa falar com certeza que o Brasil vá cair para o grau especulativo, mesmo que os CDSs (Credit Default Swaps) brasileiros já precifiquem isso.
Veja o impacto da decisão da agência no gráfico do Ibovespa:
Veja o impacto da decisão da S&P no gráfico do dólar:
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