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SÃO PAULO – Em mais uma semana positiva para a Bolsa, os principais destaques ficaram do lado negativo, puxados pelo cenário macroeconômico e por decisões de órgãos reguladores. Foram 8 ações caindo mais de 5% no período, com destaque para a Usiminas (USIM5) e para a CSN (CSNA3), após uma decisão do Cade que pode pressionar as duas empresas daqui pra frente. Do outro lado, foram apenas 5 papéis registrando ganhos de mais de 5% nesta semana.
Na última quarta-feira (9), o órgão comunicou que a CSN deve reduzir sua participação na Usiminas. Após diversas compras de ações por parte da CSN, há dois anos, o Cade, em medida preventiva, impediu a siderúrgica de comprar novos papéis da Usiminas. Atualmente, a CSN detém 20,7% das ações preferenciais e 14,1% das ordinárias de sua concorrente.
O presidente do órgão, Vinicius Marques de Carvalho, se limitou a dizer que a redução da participação acionária deve ser até um limite que o Cade considera razoável, mas não revelou que deverá o percentual que considera aceitável por envolver informações confidenciais. Além disso, a companhia não será obrigada a vender suas ações no mercado.
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Apesar do Cade não ter dado todos os detalhes, os analistas afirmaram que, ainda que a CSN não precise necessariamente vender tais ações a mercado, podendo buscar um sócio estratégico ou investidor interessando, o evento coloca pressão sobre as ações das duas empresas já que a CSN fica em desvantagem na hora de vender seus papéis, enquanto a Usiminas deve ver uma forte pressão vendedora em suas ações.
Juros e câmbio pesam na Bolsa
Em uma semana focada nas expectativas do mercado diante de novas altas da Selic – que voltaram a ser destaque após a divulgação pior que o esperado da inflação em março -, as ações do setor imobiliário acabaram prejudicadas nos últimos dias. Com um juros mais alto, o setor seria prejudicado diante de um crédito mais difícil ao consumidor, impactando a receita dessas empresas.
Perdendo apenas para a Usiminas, a Rossi (RSID3) fechou a semana com perdas de 8,52%, a R$ 1,61. Com desempenho um pouco melhor, as ações da MRV Engenharia (MRVE3) caíram 5,13% no período e atualmente são cotadas a R$ 7,40.
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Além da elevação dos juros, o dólar desvalorizado também tem sido uma arma do Banco Central para controlar a inflação. Apenas nesta semana, a moeda norte-americana recuou 1% e é cotada próxima dos R$ 2,20. Diante disso, empresas com perfil exportador têm sido prejudicadas, caso da Fibria (FIBR3), Klabin (KLBN4) e Suzano (SUZB5), que recuaram 8,11%, 6,69% e 3,88% nesta semana.
Veja as maiores quedas da semana no Ibovespa:
Ações | Cotação | Desempenho na semana |
Usiminas PNA | R$ 9,30 | -8,55% |
Rossi ON | R$ 1,61 | -8,52% |
CSN ON | R$ 9,16 | -8,12% |
Fibria ON | R$ 23,34 | -8,11% |
Sabesp ON | R$ 19,74 | -7,07% |
Braskem PNA | R$ 15,70 | -7,03% |
Klabin PN | R$ 2,23 | -6,69% |
MRV Engenharia ON | R$ 7,40 | -5,13% |
Noticiário corporativo define altas da semana
Na ponta positiva do índice entre os dias 7 e 11 de abril, os maiores destaques ficaram para empresas impulsionadas pelo noticiário individual de cada uma. A liderança do benchmark ficou para a Souza Cruz (CRUZ3) que disparou 6% na quinta-feira após rumores de que estaria preparando um programa de recompra de ações. Apesar da empresa negar, suas ações fecharam a semana com alta de 10,60%, cotadas a R$ 22,44.
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Já a Natura (NATU3) conseguiu ficar com o segundo lugar após iniciar a semana com forte valorização, impulsionada pela notícia de que o governo decidiu suspender os planos para aumentar o PIS e Cofins sobre a indústria de cosméticos, um aumento que prejudicaria diretamente a Natura. Em seguida ficaram os papéis da ALL (ALLL3), que avançaram 7,24% na semana com rumores de que sua fusão com a Rumo – companhia de logística da Cosan (CSAN3) – estaria próxima de acontecer.
Vale destacar também o movimento da Prumo (PRML3), ex-LLX, que desde a última semana já subiam forte. Na última quarta-feira a companhia assinou um contrato com a Edison Chouest para aluguel de uma área de 255,2 km² no canal do Terminal 2 do Porto do Açu por 15 anos – período que pode ser renovado por até 15 anos adicionais. A Prumo afirmou que o acordo contribuirá para a construção de uma base de apoio offshore para atrair uma ampla cadeia de produtos e serviços marítimos para a indústria de exploração de petróleo a se instalar no Porto do Açu.
Vejas as maiores altas da semana no Ibovespa:
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Ações | Cotação | Desempenho na semana |
Souza Cruz ON | R$ 22,44 | +10,60% |
Natura ON | R$ 41,16 | +8,12% |
ALL ON | R$ 8,30 | +7,24% |
BRF ON | R$ 48,80 | +6,20% |
Prumo Logística ON | R$ 1,21 | +6,14% |
JBS ON | R$ 8,14 | +5,17% |