Variantes do coronavírus versus vacinação: Credit vê EUA e Europa em situações opostas e está otimista com americanos

Com vacinação avançada, banco vê EUA registrando bom segundo trimestre, enquanto Europa preocupa e mostra dificuldades em se reerguer

Rodrigo Tolotti

(Getty Images)

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SÃO PAULO – Mais de um ano após o início da pandemia do coronavírus, a vacinação tem avançado em diversos países, ao mesmo tempo que variantes do vírus elevam a preocupação sobre a recuperação econômica global conforme forma algumas regiões a voltarem para fases mais duras de restrições.

E dois exemplos que estão de lados opostos desse cenário são Europa, que vê o número de casos de Covid-19 aumentarem, e os Estados Unidos, que tem avançado de forma mais rápida com a vacinação e tem trazido otimismo sobre os próximos meses de combate à pandemia.

Com muitas incertezas sobre as próximas semanas, uma pergunta chave que investidores têm feito – e que já está afetando o mercado – é se as variações mais transmissíveis do coronavírus causarão novas ondas de infecção antes que um número considerado suficiente da população esteja vacinada e como isso impacta o retorno das atividades.

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Na última terça-feira (23), por exemplo, as bolsas europeias fecharam em queda conforme analistas e investidores se mostram preocupados com o cenário, principalmente com as notícias vindas das maiores economias da região. A Alemanha, por exemplo, estendeu seu lockdown até 18 de abril.

Segundo aponta o Credit Suisse em relatório, após cair drasticamente, o número de casos da doença nos países europeus voltaram a subir, principalmente onde foi detectada a variante britânica B117, que agora já é dominante na região, representando mais de 50% dos casos.

Do outro lado do oceano, porém, os EUA têm apresentado uma evolução mais lenta dessa variante, que ainda representa menos de 40% dos casos do país. As projeções do banco apontam que o número de casos tende a continuar crescendo de forma gradual até o fim do mês, mas só deve apresentar uma pressão mais forte nos últimos dias de abril.

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Com isso, eles destacam que o cenário abre uma janela importante para que ocorra um movimento de forte aplicação de vacinas, de forma a evitar essa piora no número de casos.

Os analistas apontam que o ritmo da vacinação nos EUA está aumentando e se aproxima de 2,5 milhões de doses aplicadas por dia. “Até o final de abril, esperamos que 40% do total da população americana já tenha tomado a primeira dose e 55% até o fim de maio”, afirmam eles apontando que isso tende a aliviar o sistema de saúde.

Ainda do lado americano, o Credit reforça que o comportamento humano ainda é importante para entender o avanço da pandemia, mas é um dos fatores mais imprevisíveis. “Reaberturas prematuras são a principal ameaça à perspectiva otimista de que as vacinas possam prevenir uma nova onda nos EUA”, diz o banco.

Apesar das incertezas, os analistas enxergam uma boa chance do país acelerar a atividade econômica no segundo trimestre, evitando a nova onda da doença.

E com esse maior otimismo com os EUA, o Credit também vê um impacto positivo para alguns mercados asiáticos, como Cingapura e Taiwan, que têm maior exposição à maior economia do mundo, exportando mais que a média de outros países da região. Já Austrália, Índia e Indonésia têm menor exposição e não devem se beneficiar muito da melhora americana.

Por outro lado, os analistas do banco suíço destacam estarem menos otimistas com as outras grandes economias do mundo. Isso porque, com exceção do Reino Unido, a porcentagem da população vacinada em outros locais ainda é muito baixa para conseguir frear de forma significante a transmissão. Assim, eles apontam, para realmente influenciar nas transmissões, a alta nos casos deve ser remediada com mais restrições que devem impactar ainda mais as atividades e atrasar o retorno ao normal.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.