Variação do CDI já precifica novos cortes na Selic em 2013

Em meio ao cenário de economia mais fraca, CDI registra queda e já encontra-se abaixo de 7% ao ano - enquanto a Selic está em 7,25% a.a.

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em meio à piora do cenário para a economia brasileira e apesar das declarações do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, levam o mercado a precificar novos cortes na taxa básica de juros, a Selic, para o ano que vem.

Enquanto as estimativas anteriores apontavam para uma volta do ciclo altista em 2013, agora mostram novos cortes até chegar ao patamar entre 6,25% a 6,5% ao ano. Estas perspectivas de baixa são ancoradas tanto pelas perspectivas ruins para o cenário internacional quanto para o nacional. O crescimento do PIB brasileiro no terceiro trimestre, por exemplo, de apenas 0,6%, é um dos principais vetores que indicam uma forte redução nas taxas de juros.  

CDI e mercados de juros futuros precificam queda 
Isso se reflete no mercado de juros futuros e também nos fundos que tem como referência para aplicação o CDI (Crédito de Depósito Interbancário), que vem sofrendo contínuas quedas e que chegou à faixa dos 6,90% ao ano nos últimos dias. 

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O CDI é um indicador que serve como parâmetro para medir a rentabilidade de boa parte dos fundos de investimento. Ele é um título de emissão das instituições financeiras, que lastreiam as operações do mercado interbancário, sendo criado de modo a facilitar o processo de troca das reservas interbancárias. Através dele, é possível que os bancos tomem e peguem emprestado de outras instituições financeiras.

Desta forma, por ser uma taxa importante no mercado interbancário, ela acaba servindo de referencial para outros taxas praticadas pelos bancos. Assim, uma mudança na CDI Over – média obtida e divulgada em termos anuais em cada fechamento e que serve como referência para os custos das reservas -, acabam influenciando na formação da taxa Selic.

Vale ressaltar que, apesar de ter flutuações perto de patamares próximos, esta taxa não é fixada pelo Copom, que é referida no mercado como Selic meta. Entretanto, com a queda desta taxa, a influência acaba sendo percebida para a decisão da autoridade monetária nas reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária). 

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Deste modo, uma queda na CDI Over indica que o custo de captação está diminuindo, de forma que as instituições podem decidir pelo aumento nas taxas de empréstimos, tanto para pessoas físicas quanto para jurídicas, para manter uma margem estável. 

Projeções de mais quedas nas próximas reuniões 
Dentre os analistas de mercado, o Itaú BBA espera um corte na taxa Selic em março de 2013, com diminuição de 100 pontos-base, terminando o próximo ano em 6,25% ao ano – a projeção anterior era de 7,25% ao ano. Já a equipe do Barclays projeta que a taxa Selic deva sofrer cortes de 50 p.b. em janeiro e mais 50 p.b. em março, caindo para 6,25% ao ano em 2013, ante estimativa do BC de manter a taxa em 7,25% ao ano por tempo indeterminado.

O economista-chefe do Deutsche Bank, José Carlos Faria, destacou ainda no evento “Fórum Bloomberg Brasil: um mundo de oportunidades”, realizado na última terça-feira (18) que o Banco Central deverá fazer mais três cortes de 25 p.b. na taxa básica em 2013. Para ele, os juros dificilmente voltarão a subir antes do terceiro trimestre de 2014.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.