Citi põe à venda área de varejo no México e analistas especulam quais bancos brasileiros poderiam comprá-la

O Citigroup anunciou na última terça-feira (11) que planeja sair da operação de varejo no México e analistas já especulam possíveis interessados

Mariana Zonta d'Ávila

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Após o anúncio do Citigroup na terça-feira (11) de que planeja sair da operação de varejo no México, onde tem a sua maior rede de agências do mundo, analistas do mercado já começam a especular quais seriam os principais interessados pelo Citibanamex, como é conhecido.

Diversas casas de análise apontam que, entre os brasileiros, Itaú Unibanco (ITUB4), Nubank (NUBR33) e Bradesco (BBDC4) estariam entre as principais apostas, juntamente com outros grandes bancos mexicanos.

Para o Morgan Stanley, além do Itaú Unibanco, Banco Azteca e Inbursa podem estar na lista de potenciais compradores.

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Em relatório, o analista Jorge Kuri escreve que o Itaú possui uma pequena operação no país e que já tentou dar escala ao longo do tempo. O desafio, contudo, seria o valuation atual dos bancos mexicanos, entre 1 e 1,8 vez.

À Bloomberg, pessoas a par do assunto disseram que o Itaú não tem planos de fazer uma oferta pelas operações de banco de varejo do Citigroup no México.

Para Eduardo Rosman, analista do BTG Pactual, os principais candidatos para a compra do Citibanamex podem ser os maiores bancos mexicanos, com exceção do BBVA, devido a possíveis dificuldades para aprovação regulatória. O Inbursa “poderia ser um player que exploraria o negócio de varejo de forma mais ativa”, segundo ele.

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O Nubank vem acelerando a sua expansão no México, mas uma aquisição iria contra a estratégia da fintech de construir verticais a partir do zero, diz Rosman.

O banco digital também é citado pelo Bradesco BBI, que destaca o objetivo do Nubank de expandir suas operações no México e de construir uma forte posição de capital “com o maior valor de mercado da região, o que pode facilitar a transação”.

“No entanto, acreditamos que isso traria um grau maior de complexidade para um banco digital ‘puro’ e o legado e a cultura do Banamex poderiam ser um problema significativo, tornando uma integração possivelmente difícil”, escrevem os analistas Gustavo Schroden, Otavio Tanganelli e Eric Ito, do BBI.

À Reuters, o Nubank disse que acredita que fusões e aquisições são um importante caminho para o crescimento, mas que no momento não tem interesse em comprar o Citibanamex no México.

A aquisição também faria sentido por parte do Banorte, segundo o time de análise do BBI, dado que seria um movimento defensivo contra players estrangeiros, enquanto o banco poderia acelerar uma consolidação no México e ganhar escala.

Seria necessário, contudo, ser aprovado pelos reguladores, embora o BBI não veja como um problema em termos de concentração de mercado, pois o grupo estima que o banco combinado totalizaria cerca de 25% do mercado total, enquanto o BBVA tem algo próximo de 24%. “Do ponto de vista estratégico, achamos que essa potencial aquisição faria sentido para o Banorte e seria positiva”, escrevem os analistas.

Já o Credit Suisse avalia que uma concentração mais moderada partiria de uma potencial aquisição do Banorte ou do Santander, com maior fatia do mercado após a transação, mas ainda abaixo ou, em grande medida, em linha com a participação de mercado do BBVA.

A concentração seria ainda menos preocupante no caso de uma aquisição pelo HSBC ou Inbursa, escreve o banco.

O Credit Suisse escreve ainda que devido à importância do ativo e à oportunidade de potencialmente assumir o controle de uma das maiores operações de varejo no México, o banco não ficaria surpreso em ver o Itaú Unibanco como um potencial concorrente, e talvez até o Bradesco.

“No entanto, acreditamos que os bancos que já operam no México têm uma probabilidade muito maior considerando as oportunidades significativas de sinergias de custos, sem mencionar o regime de Imposto de Renda mais alto dos bancos brasileiros”, escreve o time.

Diferentemente do Morgan Stanley e do Credit, o BBI não vê o Itaú Unibanco na lista de interessados, dado que o banco “está sem apetite para esse tipo de aquisição internacional no momento”.

“A administração tem falado que o banco não tem interesse em outras regiões, enquanto observamos que o Itaú ainda está trabalhando para melhorar a rentabilidade do Itaú Corpbanca no Chile”, escreve o time.

Em relatório, o Itaú BBA escreve que o Citibanamex já vinha enfrentando problemas por algum tempo. “Acreditamos que o banco estava à venda no México por diversos anos e a falta de interessados em seus ativos nos leva a acreditar que um IPO é o mais provável”, escreve o BBA, que estima um valor de US$ 9 bilhões para o banco.

O BBA diz ver com bons olhos, do ponto de vista estratégico, uma aquisição do Citi no México pelo Banorte ou Santander, principalmente por conta das sinergias para uma maior expansão no segmento de consumo.

O Citigroup anunciou na última terça-feira (11) que planeja sair da operação de varejo no México. A operação é similar, segundo o BBI, à venda das operações de varejo na Ásia no último ano e reflete a estratégia da CEO do Citigroup, Jane Fraser, de simplificar a estrutura do banco, focando os esforços em clientes endinheirados e em cartões de crédito.

Segundo comunicado, o banco vai manter a presença institucional, de investimento e de private banking no país.

O InfoMoney entrou em contato com o Itaú, que disse que não irá comentar o tema. Bradesco e Nubank não enviaram posicionamento até a publicação.

(Com Bloomberg)

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