Varejistas sobem após Copom e Marfrig dispara 7% com recomendação; elétrica cai 41% após salto de 495% em 2 dias

Confira os destaques da B3 na sessão desta quinta-feira (19)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A sessão foi de ganhos para o Ibovespa durante boa parte do sessão, com os investidores repercutindo a queda da Selic em 0,5 ponto percentual e sinalizando mais cortes, mas o índice amenizou a alta e fechou em leve queda de 0,18% com os temores da guerra comercial entre EUA e China voltando a ganhar força no mercado, após o conselheiro do presidente Donald Trump, Michael Pillsbury, dizer em entrevista ao South China Morning Post que entre as opções para a escalada da guerra comercial está o aumento de tarifas, que poderiam chegar a 50% ou 100%. Isso aumentou a aversão ao risco dos mercados e derrubou as ações de bancos. 

Porém, entre as altas, o corte nos juros impulsionou os papéis de varejistas e empresas de shopping centers como Via Varejo (VVAR3, R$ 7,40, +5,26%), B2W (BTOW3, R$ 47,48, +5,75%), Magazine Luiza (MGLU3, R$ 35,81, +2,14%), Lojas Americanas (LAME4, R$ 19,67, +2,72%), Multiplan (MULT3, R$ 28,17, +3,53%) e Iguatemi (IGTA3, R$ 47,50, +2,17%), com perspectiva de maior consumo em meio à queda na Selic. 

Atenção ainda para os papéis da Petrobras (PETR3, R$ 30,24, +0,73%; PETR4, R$ 27,25, +0,15%), que diminuíram os ganhos com a guerra comercial após abrirem em alta de cerca 2% com o reajuste dos preços nas refinarias e com a nova sessão de alta do petróleo após duas baixas, ainda em meio às incertezas sobre a retomada da produção saudita depois do atentado no fim de semana. 

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 A Linx (LINX3, R$ 33,95, +4,46%), por sua vez, sobe cerca de 6% após parceria com a AME, fintech e plataforma de negócios mobile da Lojas Americanas e B2W, para integração entre o QR Linx e a carteira digital.

Já entre as empresas menores, vale destacar a forte queda das ações da  Afluente Transmissão de Energia (AFLT3, R$ 19,50, -40,93%), do grupo Neoenergia, após o salto de quase 495% nos últimos dois pregões. Veja mais clicando aqui. 

A Marfrig (MRFG3, R$ 10,53, +6,80%) viu seus papéis saltarem até 9%, atingindo o maior nível intradiário desde fevereiro de 2013. O volume chegou a mais de duas vezes a média de 20 dias. Semana passada, a companhia informou que dobrará a sua produção em Várzea Grande com produção para a China e, nesta quinta, o papel teve a sua recomendação elevada de neutra para compra pelo Bank of America Merrill Lynch. 

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Por fim, a Eletrobras (ELET3;ELET6) fechou em queda de cerca de 2% após Davi Alcolumbre, presidente do Senado, afirmar que alguns senadores receiam a privatização da companhia. 

Confira os destaques:

Petrobras (PETR3;PETR4)

A alta do preço do petróleo no mercado internacional chegou ao Brasil. A Petrobras reajustou os valores da gasolina em 3,5% e o óleo diesel em 4,2% em suas refinarias. A revisão, que valerá a partir da zero hora dessa quinta-feira, é uma reação ao atentado a refinarias na Arábia Saudita, que fez com que a commodity oscilasse até 20% na última segunda-feira.

Nos últimos dois dias, o petróleo do tipo brent, comercializado na Europa, chegou a cair, mas não na mesma proporção da alta. A Petrobras, que mantém seus preços alinhados ao mercado internacional, chegou a manter os valores inalterados no início da semana, mas após questionamentos do mercado sobre uma possível ingerência do governo, reajustou os valores no mercado interno.

A empresa tem especial interesse em demonstrar que possui independência e que a sua política de preços de combustíveis não está submetida a questões políticas. Caso contrário, não vai conseguir atrair investidores para comprar suas refinarias.

A Petrobras informou ainda que o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) proferiu decisão favorável, por unanimidade, em processo administrativo fiscal no valor de R$ 16,4 bilhões.

Segundo a empresa, o processo se refere ao momento da dedutibilidade dos gastos incorridos pela Petrobras com o desenvolvimento da produção de petróleo e gás, para fins de apuração do Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), referentes aos exercícios de 2012 e 2013.

“Cabe destacar que a atual classificação de expectativa da contingência é de perda remota e, portanto, informações sobre esse processo não são apresentadas nas demonstrações financeiras da companhia. A decisão de hoje não altera essa classificação”, completou.

Duratex (DTEX3, R$ 12,85, +2,80%)

A Duratex anunciou o encerramento da produção de painéis de madeira da unidade de Botucatu (SP), cuja operação está suspensa desde novembro de 2018. Adicionalmente, a empresa informou vendeu à Turvinho Participações e à Bracell SP Celulose Ltda imóveis rurais, ativos florestais e cedeu parcerias rurais na região central do Estado de São Paulo.

Ambas operações, venda de ativos e encerramento da planta de Botucatu, levarão a companhia a reconhecer um lucro líquido extraordinário ao redor de R$ 230 milhões, com impacto no caixa de aproximadamente R$ 450 milhões líquidos.

“Importante ressaltar que em função da capacidade instalada nas demais unidades da Divisão Madeira, o encerramento da unidade não implicará a descontinuidade do fornecimento de produtos, preservando nossa posição de liderança no mercado e pleno atendimento aos clientes no longo prazo”, diz a empresa em fato relevante.

A conclusão dos Compromissos de Venda e Compra está sujeita a determinadas condições usuais para este tipo de transação, inclusive a aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica – CADE.

Para o analista do Bradesco BBI Thiago Lofiego, as vendas estão em linha com a estratégia da companhia de monetizar ativos florestais, já que permite um processo de desalavancagem sem afetar a oferta de madeira para sua divisão. “Quanto a Botucatu, acreditamos que companhia reconheceu que é mais eficiente operando com quatro plantas e com uma utilização de capacidade maior”, escreveu.

Segundo ele, excluindo a capacidade de Botucatu, que opera em 75-80% da sua capacidade na divisão de painéis de madeira, ainda existe espaço para a empresa se beneficiar de uma demanda mais forte no Brasil. O Bradesco manteve a recomendação de OP com preço-alvo de R$ 16.00.

Linx (LINX3), Lojas Americanas (LAME4) e B2W (BTOW3)

A Linx, especialista em tecnologia para varejo, assinou uma parceria com a AME, fintech e plataforma de negócios mobile da Lojas Americanas e B2W, para integração entre o QR Linx e a carteira digital.

“O QR Linx age como um hub de wallets centralizando todas as plataformas de meios de pagamento em uma única ferramenta. Dessa forma, o varejista terá acesso à conciliação integrada e aos processos financeiros em apenas uma interface, portanto, sem precisar de um QR code em seu balcão para cada carteira digital”, diz o comunicado ao mercado.

Segundo a Linx, “o QR Linx também evita fraudes e traz agilidade ao mercado de pagamentos, possibilitando uma gestão mais rápida e eficaz.”

O Credit Suisse destaca que, desde o lançamento da solução de QR Code em junho, a Linx já fez parceria com três grandes players: Iti, Mercado Pago e agora a Ame Digital.

“Para cada transação, a Linx vai receber uma parcela do fee que a wallet cobra e no caso da Ame, será uma porcentagem do MDR”, destacaram, acrescentando que os valores transacionados vão diretamente para a conta digital do varejista com a Linx.

Isso, destaca a instituição, vai criar uma receita adicional, o que vai ajudar no atingimento da meta de R$ 1,3 bilhões à receita no Linx Pay até 2023.

“Acreditamos que o rápido crescimento das wallets digitais, vai fazer com que a solução de QR Code da Linx se torne essencial para o varejista”, finaliza.

Afluente Transmissão de Energia (AFLT3)

As ações da Afluente, do grupo Neoenergia, caem após a disparada de 495% nos últimos dois dias. 

Apenas na quarta-feira (18), o papel subiu 197,4%, passando de R$ 11,10 para R$ 33,01. Na terça, ele já havia subido 100%, indo de R$ 5,55 para R$ 11,10.

Cobrada pela CVM, a Afluente enviou um comunicado em que diz não saber o motivo da movimentação atípica com suas ações. 

“Após inquirir seus administradores, acionista controlador e todas as demais pessoas com acesso a atos ou fatos relevantes, a Companhia informa que não tem conhecimento de informações adicionais àquelas disponíveis ao mercado em geral e que pudessem justificar ou esclarecer essas oscilações”, diz a nota.

“Sendo o que cumpria para o momento, reforçamos mais uma vez nosso compromisso com as melhores práticas de governança corporativa e transparência e nos colocamos à inteira disposição da Comissão de Valores Mobiliários para eventuais esclarecimentos adicionais necessários”, completa a empresa. 

O InfoMoney entrou em contato com a empresa, que disse que não tem informações adicionais além das que já informou à CVM. 

 

Banrisul (BRSR6)

O Banrisul confirmou por meio de fato relevante sobre o cancelamento da oferta secundária de ações. Segundo o banco, o acionista controlador, o Governo do Estado do Rio Grande do Sul, após a conclusão do Procedimento de bookbuilding referente à oferta pública de distribuição secundária de ações ordinárias da companhia, avaliou que o preço por ação apresentado não atendia ao seu interesse.

Assim, a oferta não conseguiu atrair investidores dispostos a pagar o preço mínimo de R$ 19 por ação.

Usiminas (USIM5)

A Usiminas assinou com o governo do Estado de Minas Gerais nesta quarta-feira, 18, compromisso de investimentos no valor de R$ 219,8 milhões. O documento, um protocolo de intenções, foi celebrado em conjunto com as controladas Mineração Usiminas S.A. (Musa) e Unigal para atividades de siderurgia e mineração.

A previsão é de gerar 330 empregos diretos em 2019, preferencialmente recrutados nos municípios onde os investimentos serão realizados, como explica a companhia em comunicado ao mercado na noite desta quarta-feira. A nota frisa, ainda, que o montante não altera as projeções para investimentos da Usiminas neste ano.

Embraer (EMBR3)

Trabalhadores da Embraer aprovaram aviso de greve ontem, informou o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região. Segundo a entidade, a paralisação pode ser deflagrada a partir de segunda-feira caso não haja avanço nas negociações sobre o reajuste salarial.

Conforme o sindicato, os metalúrgicos reivindicam reajuste de 6,37%, que corresponde à inflação do período somada a 3% de aumento real, além da renovação da Convenção Coletiva na íntegra. A entidade afirma que a Embraer não aplica aumento real aos salários há quatro anos.

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Em reunião realizada na terça-feira, 17, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que representa o grupo patronal do setor na campanha salarial, propôs reajuste que repõe apenas a inflação.

Além disso, o sindicato afirma que a Embraer quer reduzir direitos dos trabalhadores, extinguindo da Convenção Coletiva as cláusulas que garantem estabilidade no emprego para trabalhadores lesionados e que proíbem terceirização irrestrita nas fábricas.

“A terceirização já é uma prática adotada pela Boeing em suas plantas, mas não permitiremos que seja aplicada nas metalúrgicas da nossa região”, diz, em nota, o diretor do Sindicato André Luiz Gonçalves.

Suzano (SUZB3)

Os títulos de dívida mais negociados da Suzano registraram a maior queda entre produtoras de celulose em setembro, diante do impacto do declínio dos preços globais da matéria-prima sobre a empresa.

Os títulos de US$ 1,75 bilhão da Suzano com vencimento em 2029 acumulam queda de cerca de 2% este mês, para 108,75 centavos de dólar. A desvalorização se acentuou depois que a Fitch colocou a nota da empresa em perspectiva negativa em 6 de setembro. Com a queda, os títulos da Suzano mostram o pior desempenho entre rivais com grau de investimento em mercados emergentes este mês, justo no momento em que a maior produtora mundial de celulose tenta reduzir o endividamento.

A empresa deve enfrentar dificuldades para reduzir a dívida líquida, disse a Fitch, que manteve o rating da Suzano. Em outro relatório divulgado na quarta-feira, a Fitch disse que os preços globais da celulose caíram para o menor nível em três anos, como reflexo do menor consumo de papel e produtos de embalagem na Europa e na China, causando um desequilíbrio entre oferta e demanda.

“Não acho que, neste momento, o rating de grau de investimento da Suzano esteja em risco”, disse por e-mail Roger Horn, analista sênior de mercados emergentes da SMBC Nikko Securities America. “Perspectivas negativas significam que, se as coisas piorarem, as agências de classificação vão considerar outras medidas.”

A Suzano conseguiu o grau de investimento no ano passado, após a fusão com a Fibria.

CSN (CSNA3)

O Conselho de Administração da CSN aprovou a distribuição de dividendos no montante de R$ 412,658 milhões, referente aos lucros apurados no balanço levantado em 30 de junho de 2019, correspondendo a R$ 0,299003394462 por ação.

Segundo a empresa, os dividendos estarão disponíveis aos acionistas a partir de 30 de setembro. Os valores a serem pagos serão calculados e creditados com base nas posições dos acionistas de 23 de setembro, ficando “ex-dividendos” no dia seguinte.

Trisul (TRIS3)

A Trisul vai abandonar de vez o programa Minha Casa Minha Vida, segundo reportagem do Valor Econômico. Os novos investimentos da construtora deverão ser aplicados em terrenos e empreendimentos voltados para médio e alto padrão em regiões nobres de São Paulo.

Randon (RAPT4)

A Randon anunciou que obteve em agosto uma receita líquida de R$ 451,3 milhões, representando uma alta de 7,5% na comparação anual. No ano, a receita soma R$ 3,4 bilhões, um aumento de 22,6%.

Segundo os analistas do Itaú BBA, o resultado é neutro. O documento destaca que, embora tenha ocorrido uma desaceleração nas taxas de crescimento na comparação anual, isso deve ser resultado da contração dos pedidos de reboque de caminhões.

O desempenho de janeiro a agosto, destaca o Itaú, representou 67% da receita esperada para o ano, ante uma média de 65% dos últimos três anos. A instituição reitera a recomendação de outperform, com preço-alvo para o final de 2019 de R$ 12,5.

“Os resultados do segundo trimestre e a receita de julho sugerem que há espaço para uma revisão ascendente de nossas previsões”, escreveu o Itaú.

Log-in (LOGN3)

A Log-In informou que a diretoria da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) deliberou pela aprovação da futura celebração do aditamento ao Contrato de Arrendamento nº 016/1998, firmado entre a Companhia Docas do Estado do Espírito Santos (Codesa) e o TVV – Terminal de Vila Velha, subsidiária da Log-In.

“O Colegiado da diretoria da Antaq, em síntese, concluiu o julgamento do processo administrativo, recomendando pela aprovação dos investimentos propostos pelo TVV e pelo reconhecimento da futura celebração de aditamento ao contrato de arrendamento nº 016/1998, que contemplaria a prorrogação do seu prazo por mais 25 anos”, diz o fato relevante.

A empresa acrescentou que, após a etapa de tramitação na Antaq, o processo seguirá para a Secretaria Nacional de Portos e Transportes Aquaviários, do Ministério da Infraestrutura.

Eletrobras (ELET3;ELET6) e Equatorial (EQTL3)

A Eletrobras informou que o seu conselho de administração optou por não exercer seu direito de opção de compra de ampliação de participação na companhia de distribuição de Alagoas (Ceal), privatizada no ano passado e adquirida pela Equatorial.

Segundo comunicado ao mercado, o acordo de acionistas entre as duas elétricas previa a possibilidade de a Eletrobras exercer, no prazo de 180 dias, contados da troca do controle acionário, a opção de aumentar a sua participação no capital social da Ceal em até 30%.

Além disso, Eletrobras teve sua perspectiva alterada para positiva pela Moody’s, segundo a Bloomberg.

(Com Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.