Vamos sobe 13%, Guararapes vai de salto de 10% à queda: as fortes reações a balanços

Dia é bastante movimentado para grande parte das empresas que soltaram balanços

Equipe InfoMoney

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Com a temporada de resultados do primeiro trimestre de 2024 (1T24) ganhando tração, as ações de mais empresas da Bolsa têm reagido aos números reportados. Nesta terça-feira, os destaques positivos ficaram com a Vamos (VAMO3, R$ 8,23, +13,05%), Rede D’Or (RDOR3), R$ 29,75, +9,33%), Vivara (VIVA3, R$ 23,97, +3,90%), CCR (CCRO3, R$ 12,85, +2,80%), CBA (CBAV3, R$ 5,22, +2,76%). Guararapes (GUAR3, R$ 8,40, -1,41%), dona da Riachuelo, por sua vez, chegou a subir 10,68% na máxima do dia, mas zerou os ganhos e fechou em leve queda com a visão de um balanço já precificado pelo bom desempenho das últimas sessões.

Confira as análises dos resultados das companhias:

Vamos

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A Vamos reportou números positivos no 1T24, com lucro líquido atingindo R$ 183 milhões, superando em 19% as projeções da XP). Os principais destaques são: (i) continuidade do desempenho positivo de Aluguel (Ebitda subindo 15% no trimestre e em alta de 41% ano a ano) à medida que a companhia continua alocando seu estoque de ativos não alugados (2 meses de estoque versus 3,7 meses no 4T23 e 5,2 meses no 1T23); e (ii) as concessionárias melhoraram os resultados trimestrais (R$ 18 milhões no 1T24 versus -R$ 36 milhões no 4T23) e acima de suas estimativas (+1,6 ponto percentual, ou p.p., de margem EBITDA versus a projeção da XP). A XP reiterou a classificação de compra para Vamos.

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O Itaú BBA aponta que os resultados do 1T24 da Vamos superaram as expectativas do mercado, com o Ebitda e o lucro líquido superando as previsões de Street em 5% e 10%, respectivamente. O trimestre foi impulsionado pela finalização de um acordo previamente anunciado com Petrópolis e, mesmo excluindo isso, o desempenho operacional foi forte, impulsionado por um volume significativo de novos contratos e rentabilidade robusta. Embora as concessionárias continuem impactando os resultados, há sinais de tendência de recuperação, conforme destacado pela administração. O BBA apontava já esperar uma resposta positiva do mercado hoje, ainda mais considerando a queda expressiva das ações no acumulado do ano.

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Rede D’Or

A Rede D’Or reportou resultados positivos no 1T24 com um lucro líquido de R$ 840 milhões. A unidade de hospitais continuou a registrar crescimento de receita com base em preços mais altos e alguma expansão de margem promovida pela redução dos custos com fornecedores, destaca a XP, enquanto a unidade de seguros manteve a tendência observada nos trimestres anteriores, com a receita e as margens aumentando principalmente à medida que a empresa aumenta os preços. As taxas de juros mais baixas trouxeram despesas financeiras menores e contribuíram com o lucro líquido, que cresceu tanto anual quanto trimestralmente. “Por fim, o contas a receber e as glosas ainda seguem pressionados. Vemos a empresa mantendo uma tendência positiva e esperamos que os resultados dos próximos trimestres mostrem uma retomada do crescimento da receita em conjunto com uma expansão da margem”, avalia a XP.

A Rede D’Or reportou tendências de aceleração na divisão hospitalar e uma recuperação na lucratividade na divisão de seguros, reforça o Itaú BBA. Após uma tendência de crescimento de volume mais branda no segundo semestre de 2023, a empresa adicionou 131 leitos operacionais no trimestre por meio de diversas expansões em sua base hospitalar. Com uma forte taxa de ocupação, houve um sólido volume de pacientes, aumentando nossa confiança na aceleração do crescimento de faturamento em nosso modelo. Adicionalmente, a divisão de seguros apresentou uma melhora trimestral na sinistralidade, fazendo com que o Ebitda da divisão ficasse 53% acima das expectativas do banco, potencialmente permitindo revisões para cima. O BBA manteve recomendação de “compra” para RDOR3, com preço-alvo de R$ 33 ao fim de 2024.

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Vivara

A Vivara teve resultados fracos no primeiro trimestre, aponta a XP, embora ligeiramente melhores do que os analistas da casa esperavam, com um sólido desempenho na receita ofuscado por margens pressionadas.

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O BBA aponta que a empresa apresentou uma dinâmica fraca de receita líquida e rentabilidade, embora a rentabilidade tenha ficado acima das suas projeções. A margem bruta caiu 1,4 ponto percentual (pp) em relação ao ano anterior, para 68,2% (0,5 pp abaixo da sua projeção), devido a maiores deduções da receita bruta, entre outros fatores. As despesas operacionais e administrativas (SG&A) mais altas como percentual da receita líquida levaram a margem Ebitda (rentabilidade operacional) ajustada (excluindo o IFRS 16) a cair 1,9 pp, para 12,9%, embora 1,1 pp acima do número do banco. O lucro líquido terminou o trimestre em R$ 36 milhões, superando sua estimativa de R$ 18 milhões, principalmente devido a impostos.

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“De forma geral, embora fracos, os resultados da empresa vieram melhores do que antecipávamos, e acreditamos que a rentabilidade volte a melhorar para frente, beneficiando-se de uma base de comparação mais favorável. Por ora, reiteramos nossa recomendação de compra para VIVA3, com um preço-alvo de R$ 39 ao fim de 2024”, reforça o BBA.

CCR

A XP avalia que a CCR reportou resultados positivos, embora em linha com as estimativas, com Ebitda ajustado de R$ 2,2 bilhões (+6% anual e +8% na base trimestral). Os analistas notam (i) um desempenho resiliente da receita das rodovias (principalmente devido ao forte crescimento do tráfego comparável de 6% na comparação anual – acima da  ABCR (Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias) de +4%, embora custos de terceiros mais elevados tenham impedido de crescimento mais forte de Ebitda (alta de 5% ano a ano); (ii) forte desempenho dos aeroportos (Ebitda em alta de 33% ano a ano) devido à procura e tarifas positivas (+7% e +10% anual, respectivamente); e (iii) Ebitda positivo de mobilidade urbana (+5% na base anual), já que apesar do bom desempenho das receitas (+7%), os custos também evoluíram (+9%). Os analistas reiteram recomendação de compra.

O Bradesco BBI apontou que o Ebitda ajustado foi 4% acima das suas estimativas e 3% acima do consenso. Os principais destaques foram: 1) sólidos números operacionais em rodovias com aumento de 6% em base anual, impulsionados pela cobrança de pedágio em eixos suspensos para veículos pesados, adicionando R$ 40 milhões em receitas; 2) as despesas operacionais como % da receita líquida caíram 1,5 pp ante o 1T23 para 40,7%; 3) alavancagem financeira permanece saudável em 2,9 vezes a dívida líquida/Ebitda ;e 4) a CCR executou 15% do seu guidance de investimentos para 2024 de R$ 7,3 bilhões.

CBA (CBAV3)

A CBA reportou Ebitda ajustado de R$ 115 milhões (excluindo vendas de terrenos de R$ 31 milhões; crescimento de 13% no trimestre e 37% em base anual), ficando acima dos R$ 92 milhões esperados pelo Bradesco BBI e da estimativa de consenso de R$ 82 milhões. A diferença em relação ao nosso modelo é explicada principalmente pelo desempenho de custos melhor do que o esperado, que foi novamente o principal destaque positivo do trimestre, principalmente devido aos menores custos de matérias-primas e à contínua melhoria operacional nas fundições (smelters).

Os volumes totais de vendas de alumínio ficaram praticamente em linha com o esperado, com queda de 6% no trimestre e avanço de 13% em base anual, com volumes primários de 66 mil toneladas (-14% no trimestre e +25% em base anual), downstream em 32 mil toneladas (estável no trimestre e -3% em base anual) e reciclagem, 22 mil toneladas (+13% no trimestre e +8% em base anual). Os menores volumes trimestrais são explicados principalmente por volumes sazonalmente mais fracos durante o primeiro trimestre, enquanto o aumento anual se deveu a segmentos mais fortes de construção/eletrificação e à estabilização operacional em algumas salas fornos. “Observamos também que a companhia vendeu mais produtos de valor agregado no 1T24 versus o 4T23, principalmente tarugos”, avalia o BBI.

Guararapes

Os resultados vieram acima das expectativas em rentabilidade tanto no varejo quanto no braço de serviços financeiros, o que animou os investidores e impulsionou o resultado operacional (Ebitda) consolidado a ficar 27% acima da estimativa do BBA, totalizando R$ 212 milhões, com uma expansão da margem Ebitda de 5,8 pp, para 10,6% (1,9 pp acima do nosso número). No entanto, a empresa relatou um prejuízo líquido de R$ 117 milhões (em linha com a estimativa do BBA) devido a impostos mais pesados. Apesar das sólidas tendências operacionais, com a empresa negociando a um múltiplo preço/lucro 2025 de 14 vezes, a recomendação segue neutra (desempenho em linha com a média do mercado) para GUAR3, com preço-alvo de R$ 8,90 ao fim de 2024.

A XP ressalta que as vendas líquidas consolidadas aumentaram 9% em relação ao mesmo período do ano anterior, com o varejo apoiado por tendências melhores de vendas mesmas lojas, ou SSS (+9,6% ano a ano), principalmente em função de maiores volumes de vestuário, enquanto a receita da Midway aumentou 4%, apesar do declínio de 10% na carteira de crédito, resultante de maiores taxas e da penetração de produtos que rendem juros. Em relação à rentabilidade, a margem Ebitda ajustada foi o destaque. Apesar da queda na margem bruta consolidada (-0,2 p.p em relação ao ano anterior), principalmente devido à contabilização dos custos da Midway, o desempenho do Varejo foi um destaque, com um aumento de +1,7 p.p em relação ao ano anterior, sustentado pela assertividade das coleções, ajustes de preços e sortimento.