“Vamos colocar a Venezuela no mapa de novo”, diz presidente da Petrobras (PETR4)

Prates sinalizou que é possível fazer projetos em parceria para desenvolver reservas de petróleo

Estadão Conteúdo

Jean Paul Prates (Foto: Pedro França/Agência Senado)

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A Petrobras (PETR4) avalia seriamente voltar a investir na Venezuela depois que os Estados Unidos suspenderam sanções à compra do petróleo venezuelano, o que pode ter impacto inclusive no Plano Estratégico da companhia para o período 2024-2028, que está sendo elaborado, informou o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates nesta quinta-feira, 19.

Ele explicou que apesar de temporária, a suspensão é muito importante para o país vizinho, porque veio acompanhada de um acordo para eleições. Ele sinalizou que é possível fazer projetos em parceria para desenvolver reservas de petróleo.

“Vamos colocar a Venezuela no mapa de novo”, afirmou Prates, ressaltando que uma eventual decisão de investimento no país vizinho nada tem a ver com política. “Eles estão muito necessitados de investimentos lá”, destacou.

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De acordo com Prates, a Venezuela, assim como o Brasil, poderá ser um dos últimos produtores de petróleo do mundo. Para ele, a decisão do governo americano está olhando 30 anos à frente, apesar de hoje serem os Estados Unidos os maiores produtores de petróleo do mundo, por causa do xisto.

Reajuste de preço

O presidente da Petrobras disse que a estatal está “no limiar de fazer consideração importante no patamar de preço”, referindo-se aos derivados produzidos pela companhia que estão sendo impactados pelo preço do petróleo.

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Ele ressaltou que o petróleo tem operado com grande volatilidade e a expectativa já era de alta quando estourou a guerra Israel e Hamas, o que pode pressionar ainda mais o preço da commodity.

“Desde agosto fizemos ajustes, agora estamos no limiar de fazer consideração importante no patamar de preço”, disse no Energy Talks da agência epbr.

Ele afirmou que nos seus 70 anos, a Petrobras enfrentou muitos desafios, e hoje tem o maior de todos, que é se transformar sendo a mesma empresa. Segundo ele, a estatal não vai perder o foco na produção de petróleo e derivados, mas terá que fazer uma verdadeira metamorfose para acompanhar a transição energética.

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“Tivemos vários recordes, o que mostra que não perdemos o foco”, citando recordes de produção, refino e processamento de gás natural.

Na avaliação de Prates, o mercado financeiro está entendendo a transformação que está sendo feita na companhia, informando que na quarta-feira, 18, as ações da companhia também atingiram preço recorde.