Valor de todas as empresas listadas nas principais Bolsas globais cresce 1,6%

Variação positiva foi registrada no primeiro semestre de 2019, na comparação com o mesmo período do ano passado. Até dezembro, o número deve cair

Anderson Figo

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SÃO PAULO — O valor de mercado das principais Bolsas de Valores do mundo cresceu 1,6% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2018, totalizando US$ 86,471 trilhões. Sobre o segundo semestre do ano passado, a alta chegou a 17,8%. As informações foram divulgadas pela WFE (Federação Mundial das Bolsas de Valores, na sigla em inglês).

Embora tenha crescido na primeira metade do ano, o valor de mercado das bolsas mundiais deve cair em 2019, na comparação com 2018. Isso porque os mercados acionários globais têm sido afetados pelas incertezas geradas pela guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, além de alguns problemas pontuais, como a crise na Argentina, que derreteu a bolsa local. 

Do fim de junho até agora, o valor de todas as empresas listadas nas Bolsas que são membros da WFE, juntas, já recuou para US$ 70,2 trilhões. Fazem parte do grupo a brasileira B3 e as americanas CME e Nasdaq, por exemplo.

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Segundo a federação, o aumento registrado no primeiro semestre de 2019 foi guiado pelo bom desempenho das Bolsas no continente americano (+4,4% sobre o primeiro semestre do ano passado). Os mercados de ações nas regiões Ásia-Pacífico e EMEA (Europa, Oriente Médio e África) tiveram quedas de 0,3% e 1,2%, respectivamente, em seu valor de mercado no período.

O número total de negócios registrados nas Bolsas globais subiu 11,4% no semestre, na comparação anual. Neste caso, a região que guiou o movimento foi a Ásia-Pacífico, com alta de 5,5%. Por outro lado, o valor médio dos negócios diminuiu 11%. 

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Empresas listadas

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Os IPOs diminuíram 35,2% no primeiro semestre de 2019 sobre o mesmo período do ano passado — o recuo foi unânime em todas as três regiões: na Ásia-Pacífico (-32,7%), nas Américas (-22,3%) e EMEA (-55,4%). No geral, houve 521 IPOs entre janeiro e junho deste ano nas Bolsas que fazem parte da WFE.

“Os fluxos de investimento em IPOs na região das Américas aumentaram, apesar do declínio no número de listagens, graças a várias grandes IPOs, como a empresa de rede de tecnologia e transporte Lyft (Nasdaq), que levantou mais de US$ 2,3 bilhões; a empresa de alimentos para animais de estimação Chewy (NYSE), que levantou mais de US$ 1 bilhão; e a empresa de serviços públicos/energia Neoenergia (B3), que levantou quase US$ 1 bilhão. Nos primeiros seis meses de 2019, a Bolsa de Nova York foi o mercado que registrou a maior quantidade de fundos captados por meio de IPOs na região das Américas, representando US$ 16,8 bilhões”, destacou a federação.

A região da Ásia-Pacífico deteve a maior parte dos IPOs globais, atraindo quase 60% dessas operações em todo o mundo. Isso permitiu que empresas listadas na região arrecadassem mais de US$ 27 bilhões no primeiro semestre de 2019. O mercado de Hong Kong (HKEX) registrou o maior número de IPOs na região (63), somando US$ 8,8 bilhões. 

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Alguns dos principais IPOs da região foram o Hansoh Pharmaceutical Group (HKEX), que levantou mais de US$ 1 bilhão; a empresa de treinamento vocacional China East Education Holdings (HKEX), que arrecadou mais de US$ 600 bilhões; e a Cnooc Energy Technology & Services (Bolsa de Valores de Xangai), que arrecadou mais de US$ 500 milhões.

Na região EMEA, é provável que a incerteza política decorrente das negociações não resolvidas do Brexit e subsequentemente a mudança do primeiro ministro britânico tenha influenciado negativamente o número de listagens e fluxos de investimento nos mercados locais, segundo a WFE. 

Apesar disso, o London Stock Exchange Group (LSEG) listou 32 IPOs, que levantaram quase US$ 5,9 bilhões. Entre eles estão alguns dos maiores IPOs do mundo, como o da empresa italiana de pagamentos Nexi Spa (Borsa Italiana), que levantou mais de US$ 2,2 bilhões. 

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A Deutsche Börse foi o segundo maior mercado da região EMEA depois do LSEG em termos de fundos de investimento, graças a uma grande oferta pública inicial (Traton, fabricante de veículos comerciais da Volkswagen) que, por si só, arrecadou mais de US$ 1,5 bilhão. 

A norueguesa Oslo Børs ficou em terceiro, arrecadando mais de US$ 1,2 bilhão para sete novas empresas listadas via IPOs no primeiro semestre de 2019.

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