Vale (VALE3) tem lucro líquido de US$ 892 milhões no segundo trimestre, queda anual de 78%

Com prévia operacional já divulgada na última semana, destaques do resultado ficam para fatores como custos e gastos financeiros

Equipe InfoMoney

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A Vale (VALE3) lucrou US$ 892 milhões de forma líquida (atribuível aos acionistas) no segundo trimestre de 2023, número bem aquém do consenso da Refinitiv, que projetava número de US$ 2,15 bilhões. O número representa uma queda de 78,2% em relação a igual período de 2022. Na comparação trimestral, o recuo foi de 51,4%.

Em reais, o resultado foi de R$ 4,573 bilhões, contra R$ 20,221 bilhões no segundo trimestre de 2022, recuo de 77,4%.

Segundo a companhia, o lucro líquido das operações continuadas foi impactado negativamente, na comparação entre abril e junho de 2022 para este ano, principalmente por menores preços de minério de ferro e níquel.

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A queda do minério teve um impacto de US$ 1,34 bilhão; já a apreciação do real e a menor marcação a mercado das debêntures participativas (os títulos de dívida) geraram efeito no lucro em US$ 978 milhões. Além disso, houve uma baixa de US$ 881 milhões em relação às provisões da Fundação Renova após o plano de recuperação judicial.

Na linha de cima, a mineradora teve uma receita líquida de US$ 9,67 bilhões, queda anual de 13,33% e ante projeção de US$ 9,98 bilhões do mercado. Quanto ao Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) ajustado das operações continuadas, espécie de lucro operacional, o resultado foi de US$ 3,874 bilhões, baixa anual de 26% e ante consenso de US$ 4,264 bilhões.

A empresa havia reportado na semana passada uma alta de 6,3% da produção de minério de ferro, sua principal commodity, no segundo trimestre ante o mesmo período de 2022, para 78,74 milhões de toneladas.

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Já a comercialização do produto, no entanto, avançou apenas 0,9% na mesma comparação, com a companhia se recuperando de restrições no embarque enfrentadas no primeiro trimestre no Terminal Ponta da Madeira, no Maranhão.

O preço realizado de finos de minério de ferro entre abril e junho foi de US$ 98,5 por tonelada, queda de US$ 14,8 por tonelada na comparação anual, principalmente devido aos menores preços de referência, que foram parcialmente compensados por um menor impacto dos ajustes do sistema de precificação.

Mais dados do balanço

O resultado financeiro líquido foi negativo em US$ 157 milhões no segundo trimestre de 2023, revertendo ganhos financeiros de US$ 821 milhões da mesma etapa de 2022.

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As despesas operacionais totais somaram US$ 795 milhões no 2T23, um recuo de 4,7% em relação ao mesmo período de 2022.

A mineradora investiu US$ 1,208 bilhão no 2T22 ante US$ 1,293 bilhão de um ano antes.

Em 30 de junho de 2023, a dívida líquida da companhia era de US$ 8,908 bilhões, um crescimento de 65,7% na comparação com a mesma etapa de 2022.

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O indicador de alavancagem financeira, medido pela dívida líquida/Ebitda ajustado, ficou em 0,6 vez em junho/23, alta de 0,4 ponto percentual (p.p.) em relação ao mesmo período de 2022.

Projeções

A mineradora ainda anunciou atualização de suas projeções para 2023 do Custo caixa C1 do minério, que envolve mina, ferrovia e porto, de US$ 20-21 por tonelada para US$ 21,50 a US$ 22,50 por tonelada.

O custo all-in do minério de ferro agora é de US$ 52 a US$ 54 por tonelada. A expectativa, até então, era de US$ 47 para este ano. O custo all-in representa o Custo caixa C1 somado ao custo de frete, as despesas, os royalties e os prêmios.

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Já o custo all-in do níquel passou para US$ 15.500 a US$ 16.000 por tonelada. Até então, a projeção era de US$ 13 mil.

Remuneração aos acionistas

O Conselho de Administração da Vale (VALE3) aprovou a distribuição de juros sobre o capital próprio (“JCP”) no valor total bruto de cerca de R$ 8,2765 bilhões, correspondente ao valor total de R$ 1,917008992 por ação, apurados conforme o balanço de 30 de junho de 2023.

A data de corte para pagamento dos JCP aos detentores de ações de emissão da Vale negociadas na B3 será o dia 11 de agosto de 2023, e a record date para os detentores de American Depositary Receipts (“ADRs”) negociados na New York Stock Exchange (“NYSE”) será o dia 15 de agosto de 2023.

O pagamento dos juros sobre o capital próprio ocorrerá em 1 de setembro de 2023.

(com Reuters e Estadão Conteúdo)