Vale trocou auditor que se recusou a certificar barragem, BRF perde mais de R$ 200 mi com derivativos e mais destaques

Confira os destaques do noticiário corporativo na sessão desta quarta-feira (6)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A B3 esteve por dois dias fechada por conta do Carnaval e abrirá nesta quarta-feira (6) apenas às 13h (horário de Brasília). Porém, o noticiário corporativo esteve bastante movimentado, com destaque para a Vale, que teve o afastamento temporário de seu presidente e de diretores. 

Já o Valor informa que  a aposta financeira da BRF na alta das próprias ações se voltou contra a companhia, enquanto o presidente Jair Bolsonaro voltou a defender a Lava Jato da Educação. Confira mais destaques do noticiário: 

Vale (VALE3)

O noticiário sobre a Vale seguiu movimentado mesmo durante o feriado de Carnaval. No fim de semana, o diretor-presidente da empresa Fabio Schvartsman e outros executivos apresentaram pedidos de afastamento temporário, aceitos pela mineradora, após a sequência de dois desastres em cerca de três anos em barragens de rejeitos de mineração ampliar a pressão das autoridades. Com isso, na segunda-feira, os ADRs da Vale em Nova York chegaram a cair 3,8%, mas se recuperaram e acumularam ganhos de 2,18% nas últimas duas sessões na bolsa americana. Confira a análise sobre o afastamento dos diretores clicando aqui

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Além dessa notícia, o Wall Street Journal informa, citando uma investigação interna da polícia e do Ministério Público, que a Vale demitiu um auditor que se recusou a certificar como segura a barragem de Brumadinho que entrou em colapso. 

A unidade brasileira da Tractebel, subsidiária da Engie, havia se recusado a assinar a segurança da barragem em setembro. A empresa substituiu o auditor pela Tüv Süd, que antes havia certificado a segurança da barragem em junho.

A Vale disse que está cooperando plenamente com as autoridades e realizando sua própria investigação, segundo o WSJ; Tüv Süd disse que também está cooperando.

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Os representantes da unidade brasileira da Tractebel e Engie não puderam ser contatados para comentar. 

Cabe ressaltar que, segundo o Painel, da Folha de S. Paulo, a Câmara dos Deputados pretende elaborar um novo Código de Mineração. A pedido da bancada mineira, Rodrigo Maia (DEM-RJ) autorizou a instalação de uma comissão especial para discutir mudanças no marco regulatório do setor, em vigor há mais de 50 anos, informou o Painel da Folha. 

Já a Bloomberg informa, citando o analista da Sanford C. Bernstein, Paul Gait, que a Vale está embarcando minério de ferro de seus estoques existentes e de oferta adicional vinda do projeto S11D, ajudando a aumentar o fornecimento do metal usado na produção de aço. “Há redução de estoques para tentar maximizar as exportações”, aponta o analista. 

BRF (BRFS3)

Segundo informa o Valor Econômico, a aposta financeira da BRF na alta das próprias ações se voltou contra a companhia. No mês passado, a companhia finalizou a liquidação de instrumentos derivativos firmados em 2017 junto ao Bradesco para imitar uma recompra de ações.

O saldo foi negativo e consumiu mais de R$ 200 milhões do caixa da BRF em um momento delicado, no qual a companhia trabalhava para vender ativos e assim diminuir as dívidas, informa o jornal. A BRF começou a encerrar esses contratos derivativos a partir de junho de 2018.

Educacionais

O presidente Jair Bolsonaro defendeu a “Lava Jato da Educação” em seu perfil do Twitter na manhã da última segunda-feira (4). Para embasar seu ponto de vista, ele citou que o Brasil gasta mais em educação em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) do que a média de países desenvolvidos, mas ocupa as últimas posições na Programa Internacional de Avaliação (PISA). Segundo ele, em 2003, o Ministério da Educação (MEC) gastava R$ 30 bilhões em Educação, e, em 2016, gastou quatro vezes mais, chegando a R$ 130 bilhões.

“Há algo de muito errado acontecendo: as prioridades a serem ensinadas e os recursos aplicados. Para investigar isso, o Ministério da Educação junto com o Ministério da Justiça, Polícia Federal, Advocacia e Controladoria Geral da União criaram a Lava-Jato da Educação.”

BR Malls (BRML3) e Enel (ELPL3)

A BR Malls aprovou a  emissão entre R$ 500 milhões e R$ 600 milhões em
debêntures.

Já a Enel, ex-Eletropaulo, aprovou emissão de R$ 500 milhões em notas promissórias.

Ainda sobre a Enel, a companhia informou que parte dos recursos a serem obtidos em um processo de capitalização, lançado em 27 de fevereiro de 2019 e ainda sujeito às aprovações societárias pertinentes, poderá ser destinado a apoiar estruturas e mecanismos, ora em estudo, para mitigação dos riscos do passivo e possível solução (total ou parcial) do déficit atuarial de fundo de pensão patrocinado pela companhia.

“A companhia esclarece que está avaliando tais estruturas e mecanismos à luz da regulamentação vigente, e que a sua adoção dependerá de decisões em instâncias técnicas, acordos entre as partes envolvidas e de aprovações dos órgãos reguladores competentes, bem como aprovações societárias da companhia”, afirmam em comunicado. 

BR Distribuidora (BRDT3)

A BR Distribuidora recebe parcela de R$ 130,1 milhões da Eletrobras.

Petrobras (PETR3;PETR4)

A Petrobras começou a fase vinculante do processo de venda da totalidade de suas participações em três campos terrestres em produção, chamados Lagoa Parda, Lagoa Parda Norte e Lagoa Piabanha (Polo Lagoa Parda), no Espírito Santo, disse nesta sexta-feira.

Nesta etapa do projeto, os interessados habilitados na fase anterior receberão cartas-convite com instruções detalhadas sobre o processo de desinvestimento, incluindo as orientações para a realização de “due diligence” e para o envio das propostas vinculantes.

O negócio está em linha com os planos da empresa de vender ativos que não são essenciais. A petroleira está focando na exploração e produção de petróleo em águas profundas e ultraprofundas.

PetroRio (PRIO3)

A PetroRio comunica aos seus acionistas e ao mercado em geral que foram aprovados em Assembleia Geral Extraordinária, realizada no dia 1 de março de 2019, i) o desdobramento das ações de emissão da Companhia, à razão de 1 para 10, de forma que cada ação de emissão da Companhia passe a ser representada por 10 (dez) ações; e ii) a ratificação da eleição do Sr. Nelson de Queiroz Sequeiros Tanure ao Conselho de Administração.

Serão emitidas 122.018.211 novas ações, sendo que o capital social se mantém no valor de R$ 3.421.864.092,46, passando a ser composto por 135.575.790 ações ordinárias, nominativas, escriturais e sem valor nominal.

O desdobramento será efetuado sempre em números inteiros, diante disso não há que se falar em tratamento de frações. As novas ações emitidas terão os mesmos direitos e características das ações atualmente existentes, participando de forma integral a todos os benefícios, inclusive a dividendos e eventuais remunerações de capital que vierem a ser aprovados no exercício.

As ações passarão a ser negociadas desdobradas no dia 6 de março de 2019. O crédito das ações desdobradas será realizado no dia 11 de março de 2019 pelo Banco do Brasil, na função de escriturador.

CSN (CSNA3)

A CSN foi elevada de equalweight para overweight pelo Morgan Stanley, com preço-alvo sendo elevado de R$ 11,40 para R$ 15, em meio a uma combinação do preço mais alto do minério de ferro e potencial de desinvestimentos, o que deve levar a uma queda na dívida líquida. 

Já na noite da última sexta-feira, a siderúrgica informou que atualizou suas projeções para o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) e agora espera, de forma ajustada, um total de R$ 7,5 bilhões para 2019. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.