Vale se torna uma empresa “sem dono” em mais um passo para evolução da governança

A assembleia de acionistas marcada para 2021 poderá dar o primeiro passo para definir se a empresa passará a ser oficialmente uma corporation

Equipe InfoMoney

Publicidade

Agora é oficial: a mineradora Vale (VALE3) é uma empresa sem dono. A extinção formal do bloco de controle é vista como mais uma etapa no processo de evolução da governança da mineradora.

A assembleia de acionistas marcada para 2021 poderá dar o primeiro passo para definir se a empresa passará a ser oficialmente uma corporation, jargão do mercado para definir companhias de capital pulverizado.

Oriundo da privatização da Vale, em 1997, o bloco de controle agora desfeito incluía a Litel e a Litela (que reunia os fundos de pensão, sendo a Previ o mais relevante), além de Bradespar (empresa de investimentos do Bradesco), o grupo japonês Mitsui e o BNDESPar (braço de investimentos do banco estatal de fomento).

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Do ponto de vista da governança, uma empresa sem controle definido geralmente é considerada mais independente – uma vez que não há tantos assentos “carimbados” no conselho. Em abril de 2021, a Vale vai eleger os novos membros para as 13 vagas do colegiado. Atualmente, há apenas três nomes independentes.

Para auxiliar nessa renovação, a companhia criou, em julho, um comitê de nomeação, liderado pelo ex-presidente da Petrobras (PETR3; PETR4) e presidente do conselho da BRF (BRFS3), Pedro Parente, e Alexandre Gonçalves Silva, presidente do conselho da Embraer (EMBR3).

O grupo deverá recomendar competências, perfis e nomes específicos para o conselho. Essas recomendações, no entanto, podem ou não ser aprovadas na reunião marcada para abril, o que dará um sinal mais claro se o fim formal do bloco de controle se concretizará na prática.

Continua depois da publicidade

O Itaú BBA afirma que vê um “caminho mais claro para melhoras na governança corporativa da empresa”, com um provável aumento gradual no número de conselheiros independentes. O banco afirma que cerca de 20% das ações da empresa devem ser vendidas pelos acionistas, porém de forma gradual, já que nem todos eles precisam de liquidez de curto prazo.

Os fundos de pensão e BNDESPar devem ser os mais prováveis a desinvestir, devido à necessidade de liquidez. O banco manteve a recomendação para as ações em outperform (desempenho acima da média do mercado) , com preço-alvo em 2021 para o ADR (American Depositary Receipt) em US$ 15.

(Com Agência Estado)