Vale salta 9% com minério e Petrobras sobe apesar de queda do petróleo; Magazine Luiza dispara 11%

Confira os destaques da sessão desta segunda-feira (13) na Bovespa 

Lara Rizério

Setor extrativo foi destaque de baixa em janeiro, mas projeções para o ano são boas

Publicidade

SÃO PAULO – O Ibovespa seguiu seu rali, chegando ao quinto dia seguido de ganhos – a maior sequência do ano -, impulsionado pelos papéis da Vale e siderúrgicas, que lideraram os ganhos do dia e subiram até 9%.

A Petrobras, por sua vez, registrou ganhos, deixando de lado a forte queda do petróleo no exterior. Na ponta negativa, pressionou o índice as ações dos bancos, com Itaú Unibanco e Bradesco,que ficaram entre perdas e ganhos. Confira os principais destaques desta segunda-feira (13): 

Vale (VALE3, R$ 35,81, +9,18%; VALE5, R$ 33,35, +6,79%)

Os contratos futuros do minério de ferro negociados na Bolsa de Dailian, na China, atingiram o maior nível em 30 meses nesta segunda-feira, com alta de 6,74%, a 713 iuanes, enquanto o minério de ferro (spot) à vista, com 62% de pureza negociado no porto de Qingdao tiveram avanço de 6,48%, encerrando em US$ 92,23, o que impulsionou as ações da Vale, que acumulam ganhos de 15% em dois dias. A holding da Vale, Bradespar (BRAP4, R$ 23,47, +7,66%), também registrou fortes ganhos. 

No noticiário da companhia, destaque paras informações do Valor Econômico, que dão conta que acionistas da mineradora podem manter Murilo Ferreira na presidência por mais 2 anos. O mandato dele termina em maio e o Conselho da Vale ainda não avaliou a recondução de Ferreira. Se confirmada a prorrogação do mandato, Ferreira irá cumprir o quarto período seguido como presidente da Vale, desta vez até maio de 2019. Em novembro, o governo Temer cedeu a pressões e passou a apoiar troca de CEO da Vale, segundo pessoas com conhecimento direto do assunto. Em outra reportagem, o Valor destaca que o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, tem atuado nos bastidores para indicar o sucessor de Ferreira na Vale. A pressão de Aécio cresceu nas últimas semanas e sua intenção seria indicar pessoas do mercado, diz o jornal. 

O Santander destacou que a Vale será o destaque do balanço de metais e mineração, sendo impulsionada principalmente pelos elevados preços do minério de ferro. Entre as siderúrgicas, a CSN (CSNA3, R$ 12,58, +2,36%) deve apresentar bons resultados, enquanto prevê uma temporada fraca para a Gerdau (GGBR4, R$ 13,30, +3,18%) devido à sazonalidade desfavorável e à compressão da margem operacional”. “Por fim, esperamos que nossa ‘top pick’ Usiminas (USIM5, R$ 5,44, +1,30%) apresente resultados neutros’’, afirma a equipe de análise. 

Petrobras (PETR3, R$ 16,56, +1,28%; PETR4, R$ 15,62, +0,26%)
Após a elevação do rating da Petrobras de B+ para BB- na sexta-feira, a Petrobras teve mais uma notícia positiva nesta segunda-feira. O JPMorgan elevou a recomendação para as ações da companhia de neutra para overweight, elevando o preço-alvo de US$ 10,80 para US$ 13,00, o que implica um potencial de valorização de 31,4% em relação ao fechamento de sexta-feira. 

Os analistas do banco ressaltam que o papel tem tido uma performance abaixo dos pares e do mercado – desde o pico em outubro de 2016. “No entanto, de lá pra cá, as noticias tem sido marginalmente mais positivas do que negativas, o que torna ainda mais injustificada a performance abaixo – preço de petróleo saiu de US$ 47.5 para US$ 56.7, a política de preços instituída, os desinvestimentos somaram quase US$ 10 bilhões, as vitórias parciais no class action, entre outros”, afirmam.

Olhando para frente, os analistas veem um cronograma robusto de acontecimentos positivos para a companhia, como a volta da venda de ativos e a discussão dos transfers rights está ganhando momento: “temos cada vez mais temos a sensação de que será favorável a Petrobras, e o custo deve continuar caindo e pre-sal ganhando participação dentro da produção total”. 

 Além disso, a Petrobras informou em comunicado que foi intimada na última sexta-feira sobre a decisão da 2ª Vara da Justiça Federal de Sergipe que suspendeu alienação da Nova Transportadora do Sudeste. Ela informou que tomará as medidas judiciais cabíveis. 

Com o noticiário, a estatal deixou de lado as fortes perdas do petróleo, que teve queda de 2% no exterior, com o WTI recuando 1,80%, cotado a US$ 52,89, enquanto o brent registrou perdas de 1,96%, a US$ 55,59 o barril. Pesou no mercado rumores de que a produção da commodity nos EUA está subindo, o que apaga a notícia da Opep, que afirmou que a demanda de 2017 para o petróleo deve superar a média dos últimos 10 anos. 

BB Seguridade (BBSE3, R$ 28,53, +3,48%)
A empresa reportou um lucro de R$ 1,07 bilhão no quarto trimestre de 2016, 5,94% superior ao R$ 1,01 bilhão registrado no mesmo período do ano anterior. Em 2016, a BB Seguridade encerrou com lucro líquido ajustado R$ 4,1 bilhões, com crescimento realizado de 4,1%, perto do piso previsto para o ano, que era de 4% a 8%. Segundo o BTG Pactual, a primeira leitura do resultado é de que ele foi bem em linha com a estimativa do banco e um pouco acima do consenso. 

TIM Participações (TIMP3, R$ 9,58, -1,03%)

A TIM fica entre as maiores perdas apesar de duas boas notícias para a companhia. O BTG Pactual elevou o preço-alvo para as ações da companhia de R$ 9,50 para R$ 10,00, mas seguindo com recomendação neutra. “No geral estamos bastante confiantes que as medidas de corte de custo implementadas em 2016 seguirão rendendo frutos, o que junto com receita líquida finalmente voltando a crescer, é essencial para entregarem o guidance que deram”, afirmam os analistas. Já o Citi elevou a recomendação para as ações da companhia de neutra para compra. 

Banrisul (BRSR6, R$ 17,09, -2,12%)
Segundo o Valor Econômico, a  menos que o Ministério da Fazenda imponha a venda ou federalização do Banrisul como contrapartida indispensável para o socorro ao plano de recuperação fiscal do Rio Grande do Sul, o governo do estado não está disposto a encarar agora o desgaste de levar adiante a proposta de se desfazer da instituição.

Segundo o jornal, o entendimento é que mais cedo ou mais tarde o banco acabará sendo privatizado, mas que o momento não é o mais adequado nem do ponto de vista político nem do econômico. Além disso, há barreiras na Constituição, que passou a exigir, desde 1998, que a eventual venda, transferência de controle, extinção, fusão, incorporação ou cisão do banco seja aprovada em plebiscito popular. Recentemente as ações do banco subiram em meio às informações de uma possível privatização.

Hypermarcas (HYPE3, R$ 28,90, +1,08%)
O conselho da Hypermarcas aprovou o pagamento de dividendos intercalares relativos ao trimestre encerrado em 30 de setembro de 2016, no valor total de R$ 378.036.153,00, o que representa o valor de R$ 0,60 por ação. Considerando o fechamento da ação nesta sexta-feira, a R$ 28,59, o dividend yield chega a 2,10%. Segundo comunicado, os dividendos serão pagos em 24 de fevereiro, segundo posição acionária do dia 15 de fevereiro, ou seja, as ações passam a ser negociadas na forma “ex” no dia 16 de fevereiro.

Fibria (FIBR3, R$ 27,37, +2,51%)
A Fibria anunciou nesta tarde o aumento de preço da celulose em US$ 30 por tonelada, válido a partir de 1º de março de 2017 para os mercados da Ásia, Europa e América do Norte. Com isso, o novo preço da celulose de eucalipto da Fibria na Ásia sobe para US$ 630 por tonelada, na América do Norte o novo preço será de US$ 920 e na Europa, US$ 740. A notícia acabou puxando as ações da Suzano (SUZB5, R$ 13,33, +2,30%), que também subiram forte, enquanto a Klabin (KLBN11, R$ 15,23, -0,39%) teve leves perdas.

“Small caps gigantes”
O Santander elaborou relatório apontando 7 brasileiras entre 10 small caps gigantes na América Latina: são elas a Alupar (ALUP11, R$ 19,15, +1,92%), Fleury (FLRY3, R$ 41,75, +2,48%), Iguatemi (IGTA3, R$ 31,54, +1,91%), Iochpe-Maxion (MYPK3, R$ 14,99, +5,34%), Magazine Luiza (MGLU3, R$ 153,65, +11,12%), São Martinho (SMTO3, R$ 19,70, +0,20%) e Ser Educacional (SEER3, R$ 18,38, +4,55%).

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.