Vale, Petrobras e bancos sobem forte seguindo os ADRs no feriado; Embraer cai 3% após balanço decepcionar

Confira os destaques da bolsa na sessão desta terça-feira (2)

Lara Rizério

(Divulgação)

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Vale (VALE3, R$ 27,84, +1,35%;VALE5, R$ 26,69, +1,68%)

As ações da Vale registram alta, seguindo o movimento dos ADRs (American Depositary Receipts) na véspera, quando o mercado brasileiro esteve fechado por conta do feriado de 1 de maio. A sessão da véspera foi de ganhos embalados pela forte alta do minério de ferro, que subiu para US$ 68,80 em Qingdao, alta de 3,58% em relação ao fechamento anterior. Na sessão de hoje, o minério teve leve queda de 0,12%. 

As siderúrgicas também registram ganhos nesta sessão, com destaque para Usiminas (USIM5, R$ 4,35, +2,11%), Gerdau (GGBR4, R$ 9,97, +1,73%) e CSN (CSNA3, R$ 7,82, +0,90%). 

Petrobras (PETR3, R$ 14,51, +1,04%;PETR4, R$ 14,15, +1,29%)

As ações da Petrobras também sobem seguindo a sessão positiva dos ADRs na véspera, enquanto o petróleo oscila entre leves perdas e ganhos na manhã desta terça-feira. O petróleo WTI tem leve queda de 0,02%, a US$ 48,83 o barril, enquanto o brent tem leve alta de 0,21%, a US$ 51,63 o barril.

No radar da estatal, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, disse na segunda-feira (1º) que a empresa vai anunciar “muito em breve” um novo programa de venda de ativos. Segundo ele, a estatal tem lista com cerca de 40 ativos, avaliados em cerca de US$ 40 bilhões, para poder atingir a meta de US$ 21 bilhões em desinvestimentos e parcerias em 2017 e 2018. Parente comentou ainda que a Petrobras mantém os planos de buscar um parceiro para a BR Distribuidora, mas não descarta também a possibilidade de fazer um IPO (Initial Public Offering) da empresa. Os papéis da estatal devem reagir ainda à alta de seus ADRs no feriado. 

Bancos

Os bancos também avançam após a alta dos ADRs na véspera. O Bradesco (BBDC4, R$ 30,92, +1,80%) avança quase 2% após uma alta similar dos papéis americanos na véspera, enquanto Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 39,72, +1,21%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 33,43, +1,77%) sobem mais de 1%.  O setor também digere o saldo das manifestações na última sexta-feira (28) que, segundo analistas não deve afetar o cronograma de reformas trabalhista e da Previdência no Congresso.  

Embraer (EMBR3, R$ 14,92, -2,80%)

A Embraer abriu em queda de quase 3% após o balanço do primeiro trimestre, amenizou as perdas, mas voltou a cair forte. A fabricante brasileira de aeronaves  teve lucro líquido de 134,9 milhões de reais no primeiro trimestre deste ano, queda de 65% ante os 385,7 milhões de reais apurados no mesmo período de 2016.

A empresa apurou geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de 299,8 milhões de reais entre janeiro e março de 2017, ante 612,2 milhões de reais um ano atrás.

Segundo o BTG Pactual, o resultado foi fraco, com números reportados abaixo das estimativas já conservadoras do banco, principalmente culpa do opex mais pesado. A receita líquida reportada foi de US$ 1.02 bilhão (3% acima), enquanto o EBIT ajustado foi de US$31 milhões (45% abaixo do esperado pelo BTG), enquanto a margem EBIT ajustada de 3% foi abaixo do esperado. “Embora tenha sido um trimestre fraco (o que é sazonalmente comum), o guidance para 2017 foi reiterado (em linha com o esperado), o que naturalmente é uma notícia positiva”, avaliam os analistas. 

Kroton (KROT3, R$ 15,25, +2,01%)

As ações da Kroton registram um novo dia de ganhos após a alta de 1,22% na sexta-feira. Na sexta, a companhia foi classificada com recomendação outperform pelo Credit Suisse e preço-alvo de R$ 16,00.

Hypermarcas (HYPE3, R$ 30,01, -0,17%)

A Hypermarcas tem leve queda após o resultado. A companhia registrou lucro líquido de R$ 183,5 milhões no 1° trimestre, queda de 81,8% na comparação com o mesmo período de 2016. O resultado foi influenciado pelo desempenho de operações classificadas como “descontinuadas” pela empresa. Considerando apenas as operações continuadas, o lucro líquido atingiu R$ 252,3 milhões de janeiro a março, com crescimento de 114% na mesma base de comparação. 

Ao longo de 2016 e no início de 2017, a companhia anunciou a venda de seu negócio de cosméticos para a Coty, por R$ 3,8 bilhões; da divisão de preservativos para a Reckitt Benckiser, por R$ 675 milhões; e de sua área de produtos descartáveis ao Ontex Group, por R$ 1 bilhão.  Já a receita líquida subiu em 12,2% no período, para R$ 927,9 milhões, acima das estimativas de R$ 911,3 milhões compiladas pela Bloomberg. O Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) das operações continuadas foi de R$ 349,4 milhões, crescimento de 38% na comparação anual, enquanto a margem Ebitda (Ebitda/Receita Líquida) passou de 37,5% um ano antes para 37,7%. 

De acordo com o Bradesco BBI,  o resultado foi “robusto”; “no entanto, o bom desempenho no primeiro trimestre não significa necessariamente que a empresa consiga superar seu próprio guidance”.

Porto Seguro (PSSA3, R$ 28,84, +0,42%)

A Porto Seguro também oscila próxima à estabilidade após o balanço. A companhia registrou lucro líquido de R$ 216 milhões no primeiro trimestre, queda de 10% na base anual, enquanto o ROAE foi de 13,8% no primeiro trimestre, queda de 3 pontos percentuais. O resultado financeiro total foi de R$ 306 milhões no primeiro trimestre, queda de 13% na base anual.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.