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Fazendo uma revisão geral para o setor global de metais, o Morgan Stanley elevou a recomendação para os ADRs (recibo de ações negociado na Bolsa de Nova York) da Vale (VALE3), passando de equalweight (exposição em linha com a média do mercado, equivalente à neutra) para overweight (exposição acima da média do mercado). O preço-alvo foi elevado de US$ 13 para US$ 15, o que representa um avanço de 17,5% em relação ao fechamento da última segunda-feira (15).
Apesar da expressiva alta recente, os analistas do banco acreditam que as ações ainda oferecem uma relação risco-retorno atraente, impulsionada pelo foco da empresa na alocação disciplinada de capital, excelência operacional no negócio de minério de ferro e crescimento atrativo no cobre.
O banco americano vê as ações da mineradora refletindo um preço de minério de ferro de aproximadamente US$ 74 a tonelada (t), em comparação com a previsão de US$ 90/t no longo prazo.
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Além disso, os desembolsos de caixa e as incertezas relacionadas a acidentes em barragens diminuíram consideravelmente.

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Os analistas ainda projetam um rendimento de dividendos de 8,6% para 2026, à medida que a dívida líquida expandida continua a cair.
“As ações parecem baratas em comparação com seus pares de mineração globais e regionais, negociando a 3,8 vezes o EV/Ebitda [valor da firma/lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações] e 5,8 vezes o preço sobre o lucro, com um rendimento de FCF [fluxo de caixa livre] de 8,4% em nossas novas estimativas para 2026”, avaliam.
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A equipe de commodities do banco prevê que o minério de ferro encontrará suporte de preço vindo de minas de alto custo na China, limitando as quedas, apesar do excedente de mercado esperado. Eles estão otimistas em relação ao cobre no curto prazo e veem espaço para que os preços subam um pouco mais no primeiro semestre de 2026, à medida que a oferta restrita e o aumento dos estoques nos EUA geram um déficit.
Além disso, espera ainda que os preços do alumínio acompanhem os do cobre, já que o limite de capacidade da China e os desafios no fornecimento de eletricidade em outros lugares restringem a oferta. Em sua visão, o ouro terá ganhos menores em 2026, pois os bancos centrais e fundos de índice provavelmente comprarão em um ritmo mais lento, mas a equipe não acredita que a alta tenha chegado ao fim. A prata pode ficar atrás do ouro.
No lado positivo, medidas de estímulo mais eficazes na China para impulsionar o crescimento, assim como menor incerteza em torno das tarifas americanas (ou tarifas mais baixas) e o afrouxamento das taxas de juros pelo Fed acima do esperado provavelmente sustentarão um crescimento econômico mais forte e levarão a preços de commodities acima dos refletidos, fazendo com que as ações de mineradoras tenham um desempenho superior.
No lado negativo, uma potencial desaceleração no crescimento global resultante do aumento das tensões geopolíticas e/ou da escalada das tarifas americanas representa o maior risco de queda, aponta o Morgan. “Tal cenário resultaria em preços de commodities abaixo do nosso cenário base. Uma rápida expansão no projeto Simandou pressionaria os preços do minério de ferro além da previsão da nossa equipe de commodities”, ressalta.