Vale e Hydnum Steel assinam acordo para estudar planta de briquetes na Espanha

O projeto será concebido para substituir o uso de combustíveis fósseis por hidrogênio verde, contribuindo assim para a descarbonização do setor, explicou a mineradora

Reuters

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RIO DE JANEIRO (Reuters) – A mineradora Vale (VALE3) e a Hydnum Steel, companhia recém criada para ser uma das primeiras siderúrgicas da Europa a operar com energia não fóssil, assinaram um memorando de entendimento (MoU) para avaliar a construção de uma planta de briquetes de minério de ferro no primeiro projeto da Hydnum Steel em Puertollano, na Espanha.
A fábrica da Hydnum Steel — que tem como acionista majoritário a empresa desenvolvedora de tecnologia para siderurgia Russula — prevê iniciar a operação com 1,5 milhão de toneladas de aço laminado em 2026 e está projetada para ter uma capacidade anual de 2,6 milhões de toneladas a partir de 2030.
O projeto será concebido para substituir o uso de combustíveis fósseis por hidrogênio verde, contribuindo assim para a descarbonização do setor, explicou a mineradora.
Para a Vale, o MoU reforça a sua confiança na utilização do hidrogênio para permitir a descarbonização da siderurgia.
“A combinação do nosso briquete inovador e de baixo carbono com o aço verde produzido pela Hydnum apoiará nossa meta de atingir zero emissões no processo siderúrgico”, disse o diretor de Desenvolvimento de Produtos e Negócios da Vale, Rogério Nogueira.
A mineradora inaugurou em dezembro sua primeira planta de briquete em Vitória, no Espírito Santo, (ES), em um passo histórico de sua estratégia rumo à descarbonização e ampliação de sua base geográfica de clientes, que atualmente tem grande exposição à China.
Capaz de reduzir em até 10% as emissões de CO2 na siderurgia, o briquete foi desenvolvido pela companhia em meio a várias iniciativas para diversificar seu portfólio e atender uma demanda global crescente por soluções para a transição energética.
O briquete é produzido a partir da aglomeração em baixa temperatura de minério de ferro de alta qualidade, utilizando uma solução tecnológica de aglomerantes, o que confere ao produto final alta resistência mecânica.
O produto poderá substituir sinter, pelota e granulado em altos-fornos e pelota em fornos de redução direta da siderurgia, possibilitando a produção de aço verde, segundo a Vale. Também pode ser utilizado no alto-forno, reduzindo em 10% as emissões de CO2 na produção de aço em relação ao processo tradicional.
A Vale ressaltou ainda que o acordo com a Hydnum Steel é também um sinal do engajamento dos clientes com a estratégia da companhia, de buscar soluções para descarbonização.
Em nota, o diretor de Estratégia da Hydnum Steel, Fernando Pessanha, afirmou que a companhia contribui para “uma mudança tecnológica inexorável na indústria siderúrgica mundial” e que demonstra que “a produção de aço verde de alta qualidade não é apenas competitiva, mas também benéfica para o futuro do nosso planeta”.
A Vale assinou acordos para estudar soluções de descarbonização em conjunto com mais de 50 clientes, que respondem por cerca de 35% das emissões de escopo 3 da empresa. Algumas dessas soluções incluem a construção de plantas de briquetes próximas às instalações dos clientes.

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