Vale e Gerdau preferidas, CSN Mineração elevada: BBA revisa ações com visão otimista

Banco também manteve preferência por Gerdau em siderurgia

Felipe Moreira

Caminhões transportam minério de ferro na mina Vale em Parauapebas, no Pará, Brasil (Dado Galdieri/Bloomberg)
Caminhões transportam minério de ferro na mina Vale em Parauapebas, no Pará, Brasil (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Com os preços do minério de ferro acima de US$ 100 a tonelada, sustentados por interrupções na oferta, alta utilização de alto-forno e potenciais estímulos na China, o Itaú BBA reiterou recomendação de compra Vale (VALE3) e tem preço-alvo de R$ 75, o que representa um potencial de valorização de 22%. Somado ao rendimento de dividendos estimado em 7% para 2026, o retorno total ao acionista pode atingir 29%. O preço-alvo para o ADR (recibo de ações negociados nos EUA) subiu de US$ 13 para US$ 14.

O banco também elevou em 4% a estimativa de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) para 2026 e projeta um rendimento médio anual de fluxo de caixa livre (FCF), excluindo desembolsos para Mariana e Brumadinho, de 10% entre 2026 e 2028, o que poderia se traduzir em um rendimento médio de dividendos de 7%.

Em termos de valuation, o BBA vê as ações sendo negociadas com um múltiplo EV/Ebitda (Valor da empresa em relação ao Ebitda) atraente para 2026 de 4,0 vezes.

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No entanto, analistas avaliam que há espaço limitado para dividendos e recompras extraordinários no curto prazo, considerando o potencial aumento da dívida líquida expandida da empresa devido à oferta pública em andamento para as debêntures participativas.

CSN Mineração (CMIN3)

O banco ainda elevou a recomendação de CSN Mineração (CMIN3) de underperform (desempenho abaixo da média do mercado, equivalente à venda) para marketperform (desempenho igual a média do mercado, equivalente à neutro), com preço-alvo passando de R$ 4,80 para R$ 6,50.

A empresa mantém estrutura de capital saudável, mas o BBA projeta geração negativa de fluxo de caixa (FCF) de cerca de R$ 3,2 bilhões entre 2026 e 2028, já considerando a renovação dos acordos de pré-pagamento. Isso se deve principalmente ao intenso investimento (capex) no projeto P15.

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Embora o crescimento estimado de cerca de 40% nos embarques após o P15 possa justificar múltiplos mais altos, o banco considera que o EV/EBITDA de 6,3 vezes para 2026 é elevado demais para sustentar uma visão mais otimista sobre o papel.

Gerdau é preferia em siderurgia

Enquanto isso, analistas ressaltam que a indústria siderúrgica brasileira pode enfrentar um novo ciclo de medidas antidumping, com diversas investigações antidumping se aproximando de decisões finais, incluindo uma decisão importante sobre aço laminado a frio prevista para 18 de novembro.

Apesar desse cenário, o BBA manteve preferência por Gerdau (GGBR4), que seria menos favorecida no novo cenário, com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 24, devido à recuperação no Brasil e forte geração de caixa em 2026.

O banco vê uma proposta de risco-retorno atraente, com os resultados de 2026 sustentados pelo forte desempenho nos EUA e uma potencial recuperação no Brasil.

Segundo relatório, essa recuperação é impulsionada pelo início da operação do empreendimento de mineração e pelo ramp- up completo do projeto de HRC em Ouro Branco. A recuperação esperada no Ebitda e os menores desembolsos de capital justificam uma geração de fluxo de caixa livre mais forte (e maior do que a dos concorrentes) em 2026 em comparação ao que a empresa registrou em 2024-2025.