Vale é cortada para venda pelo UBS; Petrobras presta esclarecimentos e mais 8 notícias no radar

Confira o que é destaque no noticiário corporativo desta segunda-feira (2)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A segunda-feira (5) é movimentada nos mercados brasileiros, apesar do feriado nos Estados Unidos. Destaque para a notícia de que a Cosan não descarta comprar ativos da Petrobras, disputa entre GP e Laep, além dos IPOs previstos para 2017. Confira os destaques do mercado nesta segunda-feira (5): 

Vale
As ações da Vale (VALE3;VALE5) tiveram a recomendação cortada pelo UBS de neutra para venda. Os ADRs (American Depositary Receipts) possuem o preço-alvo de US$ 4,20 por ativo. 

Os analistas ainda citaram cinco razões para a correção dos preços do minério: desaceleração do apoio ao crédito, construção e demanda sazonalemnte mais baixas, oferta sazonalmente mais alta do minério, custo marginal maior e maior estoque. A expectativa é de que os preços do minério saiam dos US$ 59 a tonelada atuais para US$ 50 a tonelada no quarto trimestre deste ano e US$ 46 no quarto trimestre no ano que vem. A Vale também é afetada pelo real mais forte e menores ganhos no segmento de fertilizantes.  

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Cosan e Petrobras
Fundador de um dos maiores grupos de energia e infraestrutura do Brasil, o empresário Rubens Ometto Silveira Mello, presidente do conselho de administração do grupo Cosan (CSAN3), não descarta comprar ativos da Petrobras (PETR3;PETR4)  que sejam complementares aos seus negócios.

Sócio da Shell na Raízen (terceira maior distribuidora de combustíveis do País), controlador da Comgás (maior companhia de gás canalizado) e dono da Rumo ALL (maior ferrovia nacional), o empresário disse que “tem interesse em tudo” e está aguardando os planos de desinvestimentos da estatal para saber quais empresas poderiam ser negociadas.

Tudo, nesse caso, seriam ativos da área de distribuição de combustíveis – BR Distribuidora, líder nesse segmento -, logística e gás. “Refinaria é mais complexo. Estou esperando (a Petrobrás) divulgar o plano de desinvestimento estruturado para saber exatamente qual tipo de ativo vai ser vendido”, disse o empresário. A compra da BR Distribuidora, alvo de cobiça da Cosan e de outros grupos, teria um complicador: o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), por causa da concentração de mercado.

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Além disso, a Petrobras prestou esclarecimento em comunicado, ressaltando que não há qualquer acordo firmado para venda da Liquigás. “Não houve deliberação por parte da diretoria executiva ou do conselho de administração da Petrobras no sentido da venda daquela empresa”; “não há, até o momento, qualquer acordo firmado que confira certeza quanto à conclusão da transação”, diz Petrobras em comunicado em resposta a pedido de esclarecimento sobre reportagem de O Estado de S. Paulo. “O processo competitivo para venda da Liquigás Distribuidora S.A. encontra-se em andamento”. “As propostas recebidas estão sendo analisadas pela companhia, considerando diversos aspectos”. “A ´Petrobras não comenta estimativas sobre o valor de seus ativos, tampouco o valor das ofertas recebidas ao longo do processo de desinvestimento, por questões estratégicas e em virtude dos acordos de confidencialidade”.

Mudanças nos índices
Entra em vigor na próxima segunda-feira (5) a nova carteira do Ibovespa, que marca a saída da Cesp do índice. Mas esta não é a única mudança e outros índices importantes da Bolsa também sofrerão alterações. No IBrX 100 haverá a retirada da Anima e da Linx, enquanto passarão a integrar o índice a Alpargatas PN, Fleury, Metal Leve e Tupy. Já no IBrX 50 a Bradespar e a TIM deixarão a carteira teórica enquanto a Energias do Brasil e a Rumo entram no índice.

Oi
Pharol e Nelson Tanure, dois dos maiores acionistas da Oi (OIBR4), estão perto de chegar a um acordo sobre o plano de recuperação da empresa, disseram 4 pessoas com conhecimento do assunto, segundo informações da Bloomberg. O acordo, que pode prever gestão compartilhada da empresa, ainda não estará refletido no plano de reestruturação que deverá ser apresentado pela na segunda-feira, disseram as fontes

Enquanto isso, o juiz responsável pelo processo de recuperação judicial da Oi, Fernando Viana, decidiu na sexta, suspender cautelarmente a convocação de assembleias que votariam a destituição de membros do conselho de administração indicados pela Pharol (antiga Portugal Telecom, maior acionista individual da tele, com 22% de participação) e a eleição dos indicados pelo fundo Société Mondiale, ligado ao empresário Nelson Tanure, assim como adoção de medidas de responsabilização em face de administradores da empresa. As reuniões de acionistas estavam marcadas para 8 de setembro.

O titular da 7ª Vara Empresarial do Rio determinou ainda o encaminhamento da disputa para mediação. Caso não haja acordo, o magistrado decidirá sobre a realização da assembleia. A Pharol e o Société Mondiale serão encaminhados para o Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec)/Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc). O magistrado determinou que a mediação deverá ser concluída no prazo de 20 dias, prorrogável por vontade dos acionistas. A decisão seguiu a recomendação do Ministério Público do Estado do Rio (MPRJ).

O juiz afirma ainda que a mediação se mostrou adequada “em razão do vínculo permanente que existe entre os envolvidos e dos prejuízos que este litígio societário pode potencialmente causar, neste momento delicado de sua existência, à empresa em recuperação (Oi), a seus credores e aos consumidores dos serviços por prestados pela concessionária”.

Ainda sobre a Oi, a troca de dívida por ações da Oi pode fazer com que os detentores de seus bônus atinjam fatia de 70% a 80% no capital, diz Valor Econômico, citando uma pessoa não identificada a par do assunto. A troca de dívida por ações faz parte do plano de recuperação judicial a ser apresentado pela companhia na noite desta segunda-feira, segundo o jornal.

Bancos
A Superintendência Cade sugere aprovar GIC de crédito com condição. A Superintendência do Cade recomenda aprovação da gestora de inteligência de crédito condicionada à celebração de acordo em controle de concentrações proposto pelos envolvidos. A proposta de criação da gestora de inteligência de crédito foi feita pelo Bradesco, Santander (SANB11) , Caixa, Banco do Brasil (BBAS3) e Itaú Unibanco (ITUB4). O acordo, que vigorará por 7 anos, prevê que os envolvidos não discriminem os demais bureaus e outros consulentes, especialmente bancos concorrentes, segundo documento do Cade. 

Também prevê a total independência da GIC em relação aos requerentes, à Cip e à Febraban, e a não-coordenação entre os bancos requerentes em outros mercados. O acordo estabelece ainda o fomento do cadastro positivo no Brasil, assegurando que externalidades positivas sejam originadas, de fato, pela presente. 

GP Investiments
A Laep, empresa que ficou conhecida por comprar a Parmalat no Brasil, está acusando seu sócio GP Investiments (GPIV33) de ter negligenciado a administração da LBR Lácteos – companhia criada para ser uma “campeã nacional do leite”, mas que hoje está em recuperação judicial. A Laep questiona ainda a forma como está sendo conduzido esse processo, já que a companhia estaria sendo liquidada aos poucos. GP e Laep são sócias na Monticiano Participações, a maior acionista da LBR, e estão brigando em um tribunal arbitral, espécie de Justiça privada. A Laep busca indenizações milionárias.

Apesar de ser uma briga societária, o que pode estar por trás da disputa, segundo fontes, é a tentativa da Laep de se antecipar e se proteger das investigações em torno da fusão que criou a LBR, que teve o apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES). No ano passado, a CPI do BNDES questionou os R$ 700 milhões que o banco de desenvolvimento desembolsou para promover a união da LeitBom com a Bom Gosto, que deu origem à LBR.

A LeitBom pertencia à Monticiano, de GP e Laep, e a Bom Gosto tinha como sócios o empresário gaúcho Wilson Zanatta e o próprio BNDES. A nova empresa, criada em 2010, já nasceu com um faturamento de R$ 3 bilhões e com o intuito de ser uma espécie de “Ambev dos leites”. A maior acionista, com 40% da companhia, era a Monticiano.

Citi Brasil
O processo de venda do Citibank no Brasil caminha célere e deve ser fechado em dois meses. De acordo com a coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo, o Santander Brasil (SANB11) mantém-se como o favorito para ficar com o negócio, mas o chinês CCB corre por fora com muito apetite.

IPOs no radar
Também segundo a coluna de Lauro Jardim, do O Globo, o Carrefour Brasil voltou a pensar num IPO (abertura de capital) e a ideia é fazê-lo no primeiro semestre de 2017. Um negócio entre os R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões. Já segundo a Folha, a equipe econômica do presidente Michel Temer deixou para o primeiro semestre de 2017 a abertura de capital da Caixa Seguridade, que deverá ser uma das primeiras operações de venda de ativos da nova gestão.

Locamerica
A Locamerica (LCAM3) fará pagamento antecipado de debêntures da 8ª emissão. A empresa adiantará pagamentos da 1ª e 2ª parcelas de amortização programada do valor unitário das debêntures da 2ª série para 13 de setembro, segundo fato relevante. A empresa também fará resgate antecipado facultativo da totalidade das debêntures da 1ª série da 8ª emissão em 14 de setembro.

Metalfrio
A Metalfrio (FRIO3) informou que Marcelo Faria de Lima aumentou a sua participação, passando a deter 35,29% do
capital. 

(Com Agência Estado) 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.