Vale dispara, Hering salta 5% antes de balanço e elétricas afundam com corte do Goldman

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta sessão

Paula Barra

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SÃO PAULO – O mercado reagiu nesta quarta-feira (5) à alta das ações da Petrobras e Vale, além do repique das ações das educacionais depois de uma forte sequência de perdas na Bolsa. Contudo, as ações da petroleira amenizaram os ganhos após a virada do preço do petróleo em meio aos dados dos EUA. No caso das educacionais, vale mencionar que a Anima soltará balanço do segundo trimestre após o fechamento deste pregão, dando início aos resultados das educacionais.

No final do dia, o grande destaque foi a ação da Cia Hering que disparou 5% em apenas 40 minutos em meio à expectativa do mercado sobre o balanço da empresa, que será revelado nesta noite. Em prévia, o Credit Suisse apontava que o resultado deve vir menos catastrófico do que o visto no primeiro trimestre, que provocou uma derrocada de 22% nas ações. 

Confira abaixo os principais destaques de ações da Bovespa nesta sessão:

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Vale (VALE3, R$ 19,01, +5,03%;VALE5, R$ 15,39, +3,92%)
As ações da Vale subiram hoje, seguindo a alta do preço do minério de ferro, que avançou 2,7%, a US$ 56,78 o barril. Acompanharam o movimento as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 10,32, +3,61%), holding que detém participação na Vale, além as ações das siderúrgicas Gerdau (GGBR4, R$ 6,25, +3,48%) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 4,17, +5,57%). Vale mencionar que essa foi a quarta alta seguida das ações da Metalúrgica Gerdau, período em que subiram 25%. Por outro lado, os papéis da CSN (CSNA3, R$ 4,35, -0,23%) e Usiminas (USIM5, R$ 4,17, 0,0%), que operavam também em fortes ganhos, fecharam em queda. A Usiminas divulgará balanço amanhã de manhã. 

Nesta manhã, a mineradora informou que pretende levantar entre US$ 6 bilhões e US$ 7 bilhões em caixa em 2015 com venda de ativos e parcerias. A companhia informou ainda que o break-even do preço do minério de ferro foi reduzido para US$ 39,1 a tonelada, no centro da faixa que já havia sido informada pela mineradora de US$ 37 a US$ 41 a tonelada.  

Em destaque, ainda estão os dados da China.  O PMI (Índice de Gerente de Compras) do Caixin/Markit, mostrou que serviços cresceu em julho no maior ritmo em 11 meses. O PMI subiu para 53,8, contra leitura de 51,8 em junho, atingindo o maior nível desde agosto de 2014 e marcando o 12º mês consecutivo de expansão.

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Além disso, o Ministério dos Transportes aprovou o enquadramento, como prioritário, de projeto de investimento da Vale para fins de emissão de debêntures incentivadas, conforme portaria publicada no DOU (Diário Oficial da União. Com a decisão, a empresa captará recursos com incentivo fiscal para aplicar na expansão da Estrada de Ferro Carajás (EFC). Segundo fontes, a Vale deve protocolar na CVM até o final da semana uma emissão de R$ 1 bilhão em debêntures incentivadas, em duas séries.

Petrobras (PETR3, R$ 10,99, -1,08%PETR4, R$ 10,01, -1,67%)
As ações da Petrobras viraram para queda com o petróleo perdendo força no mercado internacional. A commodity, que registrava alta pela manhã, passou para queda de 0,56%, a US$ 49,71 o barril, segundo cotação do Brent, negociado em Londres

No radar da companhia, com o resultado do segundo trimestre próximo da divulgação (na noite da próxima quinta-feira), os agentes de mercado ficarão nas expectativas do balanço da Petrobras  do segundo trimestre. As expectativas recaem sobre o impacto que irão causar a multa de R$ 1,6 bilhão e a queda de 43% no preço do petróleo no lucro da empresa.

Além disso, ainda no radar da empresa, três delatores investigados pela Operação Lava Jato concordaram em devolver R$ 247 milhões à Petrobras, por se tratar de valores desviados em contratos com a estatal, segundo reportagem da Folha de S. Paulo. Com esses valores, a Lava Jato deve ultrapassar a marca de R$ 1 bilhão recuperados, dos quais R$ 296 milhões já regressaram para o caixa da companhia. 

Cia Hering (HGTX3, R$ 11,40, +4,59%)
As ações da Cia Hering dispararam quase 5% nos 40 minutos finais de pregão, com o mercado à espera do balanço do segundo trimestre que será revelado nesta noite. Para analistas do Credit Suisse, os resultados devem seguir fracos pelo menos pelos próximos dois trimestres, acompanhando as projeções da própria empresa divulgadas depois de balanço catastrófico no primeiro trimestre, que fez os papéis desabarem 22% naquele dia.

O Credir prevê uma queda de 11,2% no lucro da companhia no período, para R$ 66 milhões, mas acredita que será menos desastroso do que o visto no primeiro trimestre. 

Para ver mais sobre as projeções da Hering, clique aqui.

Educacionais
As ações das educacionais subiram após longa sequência de quedas na Bolsa: Kroton (KROT3, R$ 9,20, +1,66%), Estácio (ESTC3, R$ 13,05, +0,38%), Ser Educacional (SEER3, R$ 11,80, +6,98%) e Anima (ANIM3, R$ 15,50, +4,73%).

O analista independente Flávio Conde, do blog What’s Call, justificou a disparada como um ajuste técnico após forte derrocada no mercado. Do dia 15 até a véspera, essas ações caíram 24%, 31%, 25% e 29%, respectivamente.

Elétricos
As ações do setor elétrico figuraram como uma das maiores quedas do Ibovespa, com destaque para Copel (CPLE6, R$ 33,75, -3,16%), CPFL Energia (CPFE3, R$ 18,59, -2,92%), Cemig (CMIG4, R$ 9,33, -2,81%) e Cesp (CESP6, R$ 18,20, -2,78%).

No final do dia, o Goldman Sachs cortou o preço-alvo das ações da Cemig de R$ 17,50 para para R$ 15,00, com a recomendação passando de compra para manutenção. O banco também revisou cortou o target de CPFL Energia de R$ 23,00 para R$ 22,50, mas manteve a recomendação em neutra. 

Papel e celulose
Os papéis das empresas do setor de papel e celulose, com forte perfil exportador, voltaram a subir forte hoje em dia de alta do dólar, que mira o patamar psicológico dos R$ 3,50. Hoje, a moeda registra alta de 0,81%, a R$ 3,49, acompanhando o desempenho das demais divisas emergentes e a piora da crise política por aqui.

Na Bolsa, os papéis da Fibria (FIBR3, R$ 48,65, +3,23%) registraram seu quinto pregão seguido de ganhos, acumulando no período alta de 10%. Com esse desempenho, o papel renova hoje máxima de junho de 2008. As ações da Suzano (SUZB5, R$ 17,60, +3,17%) também não ficaram atrás. Embora não tenha subido em todos os dias, os papéis acumularam no mesmo período alta de 10%, atingindo o maior patamar desde abril de 2010.  

Smiles (SMLE3, R$ 54,10, -2,96%)
A Smiles, empresa de programas de fidelidade controlada pela Gol, viu seu lucro crescer 39,5% no segundo trimestre, para R$ 89,4 milhões. Na mesma base de comparação, a receita líquida avançou 80,9%, para R$ 275,5 milhões, enquanto o faturamento bruto teve variação positiva de 65,9%, para R$ 392,1 milhões. 

Em relatório, o Credit Suisse comentou que o resultado foi bom e o momentum positivo deve continuar, mas isso já está precificado pelo mercado. Eles mantiveram o preço-alvo de R$ 53,00 por ação, o que corresponde a um potencial de queda de 5% em relação ao fechamento de ontem.  

Minerva (BEEF3, R$ 10,99, -3,93%)
A Minerva Foods, terceira maior produtora de carne bovina do Brasil, informou que registrou lucro líquido de R$ 166,9 milhões no segundo trimestre deste ano, quase nove vezes mais que em igual intervalo de 2014, de R$ 18,5 milhões. Do total, R$ 113 milhões não tiveram efeito sobre o caixa, já que o valor refletiu o impacto positivo da valorização do real sobre a dívida em dólar da empresa. Mesmo desconsiderando o efeito positivo “não-caixa”, o resultado teria sido de R$ 53 milhões.

O BTG Pactual comentou que a empresa trouxe um bom crescimento de Ebitda (+32% na comparação com o mesmo período do ano passado), em cima de fortes dados operacionais e execução consistente em mais um trimestre, mas a queima de caixa de R$ 318 milhões (mudança no mix de exportação do trimestre) traz pressão para a ação. Eles comentam, no entanto, que se a ação sofrer demais por conta disso hoje pode surgir uma oportunidade de compra. O banco elevou o preço-alvo da ação após balanço para R$ 15,00, contra R$ 12,00 anteriormente. 

TIM (TIMP3, R$ 9,45, +3,96%)
As ações da TIM viraram para alta depois registrar queda mais cedo, após a divulgação dos resultados do segundo trimestre. Passado o impacto do balanço abaixo do esperado, o mercado focou-se às indicações dadas durante a teleconferência da empresa. O diretor financeiro da operadora, Guglielmo Noya, disse que a companhia tem plano de reduzir os custos em mais de R$ 1 bilhão nos próximos três anos, cujos impactos já começam a ser sentidos este ano e que tem entre suas prioridades a diminuição de gastos com marketing e fornecedores. 

A companhia viu seu lucro líquido subir 153,4% no segundo trimestre, para R$ 926,3 milhões. No entanto, a operadora de telefonia informou que o lucro inclui efeito de venda de torres de telecomunicações. Excluindo esse efeito, o lucro líquido orgânico da operadora ficou em R$ 290,8 milhões, 20,8% abaixo do observado em igual período do ano passado. Segundo o Morgan Stanley, o resultado ficou abaixo do esperado da receita ao lucro líquido. Após a divulgação, o JPMorgan cortou a recomendação de overweight (exposição acima da média) para neutra. 

Vanguarda Agro (VAGR3, R$ 0,84, +2,44%)
A Vanguarda Agro, uma das maiores produtoras de grãos e fibras do país, informou que teve no 2° trimestre de 2015 um lucro líquido de R$ 26 mil, contra perda de R$ 29,9 milhões de um ano antes. Segundo o Banco Espírito Santo, embora melhor do que no ano passado, o resultado ainda veio abaixo das expectativas. “Continuamos preocupados com os custos de plantação daqui para frente, especialmente porque condições de financiamentos pioraram no Brasil. Como resultado, gostaríamos de ver a companhia concentrar seus esforços em áreas onde a produtividade é mais elevada”, comentaram os analistas. Eles reiteraram recomendação neutra para a ação. 

Guararapes (GUAR4, R$ 56,80, -9,31%)
A Guararapes, dona da Riachuelo, afundou 10% depois de balanço do segundo trimestre. A varejista reportou lucro líquido de R$ 74,6 milhões no segundo trimestre, o que representa uma queda de 40,1% na comparação com o mesmo intervalo do ano passado. Em relatório, a companhia informou que o elevado nível de estoques e as vendas abaixo do esperado levaram a Riachuelo a intensificar promoções e liquidações no trimestre, o que afetou a rentabilidade do período.