Vale dispara 6%, Hypermarcas cair 5% após saída bilionária dos Gonçalves e varejista desaba 15%

Confira os destaques da Bovespa na sessão desta terça-feira (25)

Paula Barra

Setor extrativo foi destaque de baixa em janeiro, mas projeções para o ano são boas

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SÃO PAULO – O Ibovespa teve pregão de queda nesta terça-feira (25), após a ata do Copom (Comitê de Política Monetária) esfriar expectativa do mercado de ciclo mais forte de corte da Selic, enquanto a queda do petróleo no mercado internacional deu o tom negativo nas ações de peso da Petrobras. Na contramão, a surpresa veio com o minério de ferro, que disparou nesta sessão e puxou forte alta das ações da Vale e Bradespar – holding que detém participação na mineradora.

No campo negativo, a Hypermarcas liderou as quedas, atingindo no pior momento do dia desvalorização de 6,72%, a R$ 26,37. O mau humor do mercado ocorreu após notícia de que a família Gonçalves, que detinha 35 milhões de ações da empresa, deixou o bloco de controle da companhia. Também registraram quedas hoje as ações da Lojas Renner e Eztec, após dados fracos do 3° trimestre.

No setor de varejo, fora do Ibovespa, chamou atenção os papéis da Magazine Luiza, que despencaram nesta sessão. Durante o programa semanal Comprar ou Vender, da InfoMoneyTV, o analista Shin Lai, da Upside Investor, alertou hoje que, “se o balanço da Lojas Renner, que era considerada um “exemplo” no setor, decepcionou, o que esperar das demais ações do setor de varejo e consumo? Segundo ele, o mercado acendeu uma luz amarela sobre o setor (para conferir a análise completa, clique aqui).  

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Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta terça-feira:

Vale (VALE3, R$ 21,35, +5,17%; VALE5, R$ 20,42, +6,52%)
As ações da Vale tiveram mais um dia de alta, a quarta sessão de ganhos seguido, na esteira do rali do minério de ferro. A Bradespar (BRAP4, R$ 12,89, +5,92%), holding da mineradora, também registrou ganhos expressivos hoje. 

O dia foi de disparada para os contratos futuros de commodities negociados na Bolsa de Dalian, na China, com destaque para o minério de ferro e para o carvão. O contrato de minério de ferro mais negociado, com vencimento em janeiro de 2017, atingiu o limite de alta de 6%, a 471,5 yuan, chegando ao maior nível desde agosto.

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Os contratos futuros de carvão também atingiram seu patamar máximo de alta de 7%, cotado a 1.680 yuan. Conforme destaca o Business Insider, por trás das altas, havia muitas hipóteses, mas não respostas definitivas. A escassez de oferta do carvão é citada como uma das razões. “O minério de ferro por si só pode não fazer o rali”, destacou Dang Man, analista da corretora Maike Futures para a Bloomberg. “A escassez no fornecimento de carvão não deve melhorar antes do final do ano. Isso deve conduzir os preços do aço, beneficiando o minério de ferro também.”

Porém, também foi destacado que o forte movimento se deu na sequência dos enormes lucros relatados pela gigante siderúrgica chinesa Baosteel na segunda-feira.  Segundo a Reuters, o lucro líquido da companhia, um termômetro da indústria de aço da China, aumentou 148,3% para 5,6 bilhões de yuans de janeiro a setembro na comparação com o mesmo período do ano anterior, apontando que medidas do governo chinês estão ajudando a recuperar a rentabilidade do setor.  Vale destacar ainda que o minério de ferro spot negociado em Qingdao, na China, teve alta de 4,52%, a US$ 61,96 a tonelada métrica. 

As siderúrgicas, por sua vez, tiveram ganhos menos expressivos, com Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 4,17, +2,21%), Usiminas (USIM5, R$ 4,19, +2,70%) e CSN (CSNA3, R$ 10,79, +3,55%) registram alta. A exceção foi a Gerdau (GGBR4, R$ 10,55, -0,38%), que caiu após o Scotia Bank rebaixar a recomendação dos ativos para sector underperform. 

Lojas Renner (LREN3, R$ 26,91, +0,04%)
As ações da Lojas Renner chegaram a cair 2,8% após o resultado do terceiro trimestre, mas tentam recuperação nesta tarde. A varejista
 fechou o terceiro trimestre com queda de 3,9% nas vendas no conceito mesmas lojas em relação ao mesmo período de 2015, primeiro recuo anual desde 2009, afetada pelo ambiente econômico ainda desafiador no país, mas também baixas temperaturas e atualização de sistema. No terceiro trimestre de 2015, houve alta de 12,6%. O desempenho foi pior do que estimativas de seis analistas de corretoras e bancos compiladas pela Reuters, que variavam de acréscimo de 0,9% a queda de 2%. 

De acordo com o Itaú BBA, os resultados são “ligeiramente negativos”, porque fornecem evidências de melhora nas tendências de financiamento ao consumo, mas incluem uma frustração no varejo impulsionada pela receita mais branda. O BTG Pactual também aponta o balanço como fraco e destaca reação negativa, mas o banco mantém a Renner como a top pick do setor. 

Em teleconferência, o presidente-executivo da empresa, José Galló, afirmou que, “sem dúvida, o quarto trimestre será melhor do que o terceiro”. Segundo o diretor financeiro e de relações com investidores da Lojas Renner, Laurence Gomes, agosto foi um mês desafiador, mas “já melhora em setembro e outubro”. Os executivos disseram terem visto uma melhora nas vendas dos produtos, como os voltados para o público feminino.

Magazine Luiza (MGLU3, R$ 83,00, -15,50%)
Em dia de aversão ao risco no mercado doméstico, as ações da Magazine Luiza desabaram até 15,50% nesta sessão, a R$ 83,00, com forte volume financeiro de R$ 27,8 milhões, contra média diária de R$ 11,1 milhões dos últimos 21 pregões. Vale lembrar que, apesar da forte queda hoje, no ano a ação acumula ainda alta de 370%.

Durante o programa Comprar ou Vender desta terça-feira, da InfoMoneyTV, o analista Shin Lai, da Upside Investor, alertou hoje que, “se o balanço da Lojas Renner, que era considerada um ‘exemplo’ no setor, decepcionou, o que esperar das demais ações do setor de varejo e consumo?” Segundo ele, o mercado acendeu uma luz amarela sobre o setor (para conferir a análise completa, clique aqui).  

Klabin (KLBN11, R$ 16,16, -1,16%)
A Klabin informou nesta terça-feira a aquisição da Empalplan Embalagens, do Paraná, e que comprou as instalações de produção de papelão ondulado da Hevi Embalagens, do Amazonas, por um valor total de R$ 187 milhões, segundo comunicado enviado ao mercado.

Com as aquisições, a companhia eleva em 10%, ou em 70.000 toneladas anuais, a capacidade de produção de caixas de papelão ondulado. Além disso, a Klabin inicia a atividade de conversão de caixas nos Estados do Paraná e do Amazonas.

Segundo a empresa, a compra de ativos da Hevi foi 100% concluída, enquanto a aquisição da Embalplan está sujeita à aprovação do Cade (Conselho de Administração de Defesa do Consumidor). 

Petrobras (PETR3, R$ 18,97, -2,12%;PETR4, R$ 18,00, -1,10%)
Após oito sessões de alta, a Petrobras registrou um movimento de realização na Bolsa, seguindo o movimento do petróleo. O contrato do petróleo Brent registrou queda de 1,7%, a US$ 50,57 o barril, enquanto o WTI recuou 1,1%, a US$ 49,96 o barril. 

Nesta tarde, o secretário de Óleo e Gás do Ministério de Minas e Energia, Márcio Felix, falou a repórteres no Rio sobre revisão do contrato entre governo e Petrobras referente à área da cessão onerosa. Segundo ele, a companhia deve receber do governo na revisão da cessão onerosa e as duas partes querem chegar a um acordo sobre o novo valor do contrato até o fim do ano. 

Ainda no noticiário da estatal, o governo abriu crédito suplementar de R$ 577,4 milhões para a Petrobras. O crédito foi aberto em favor da Petrobras e Petrobras Netherlands-PNBV, segundo portaria do Ministério do Planejamento assinada pelo ministro interino Dyogo Oliveira. Os recursos são oriundos de anulação parcial de dotações orçamentárias, segundo portaria. Os recursos suplementares são voltados para projetos como modernização e adequação do sistema de produção da Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão (SP), desenvolvimento dos sistemas de produção em bacias do Nordeste e Sudeste, além de ampliação da capacidade de processamento de gás natural no Terminal de Cabiúnas (RJ). Os créditos suplementares para a Petrobras Netherlands estão voltados à construção de unidades estacionárias de produção III.

Papel e celulose
Os papéis do setor de papel e celulose subiram apesar da nova queda do dólar, cuja baixa prejudica as ações de empresas exportadoras. Os dados do FOEX desta semana mostraram aumento de preço na China e Europa, o que indica que a implementação dos aumentos de preços recentes foram mto bem sucedidos, afirma o BTG Pactual. Na China, a celulose teve alta de 1,6%, a US$ 499,30 a tonelada e na Europa, os ganhos foram de 0,3%, a US$ 656,70 a tonelada. Suzano (SUZB5, R$ 10,79, +3,95%) e Fibria (FIBR3, R$ 24,10, +4,06%) figuraram entre as maiores altas do Ibovespa.

Telebras (TELB4, R$ 40,00, -24,54%)
A Telebras teve um dia de montanha russa na Bolsa, passando de uma alta de 22,62% a uma queda de 42,43%, mas amenizaram o movimento negativo no final da tarde. O volume financeiro movimentado com o papel ficou em R$ 22,7 milhões, contra média diária de R$ 2,27 milhões dos últimos 21 pregões. 

Nos últimos três dias os ganhos foram de 307,38%. O bom desempenho recente das ações está relacionado com a aumento de capital. Segundo o decreto, divulgado na última quinta-feira no Diário Oficial da União, a operação ocorrerá por meio da incorporação de adiantamento para futuro aumento de capital, transferido pela União nos exercícios de 2011 a 2015, no montante de R$ 846,7 milhões; do saldo residual de capitalizações anteriores, no montante de R$ 7,7 milhões; e da atualização dos recursos previstos pela taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic).

O decreto também autoriza a União a subscrever as ações, mediante a utilização de créditos relativos aos seus investimentos na Telebras, na proporção de sua participação social da companhia, depois da aprovação do aumento de capital pela assembleia de acionistas. Além disso, a União poderá subscrever ações, na proporção da participação dos acionistas minoritários, caso eles não exerçam seu direito de preferência dentro do prazo legal, depois da aprovação do aumento de capital pela assembleia geral de acionistas. 

Gafisa (GFSA3, R$ 2,70, -9,09%)
Os papéis da Gafisa despencaram após a companhia ter a recomendação rebaixada para underperform pelo Credit Suisse, que reduziu as estimativas para a empresa e tem preço-alvo de R$ 2,60, destacando ainda que o IPO da Tenda está mais do que precificado.  

Paraná Banco (PRBC4, R$ 16,92, +45,11%
As ações do banco dispararam após notícia de que os controladores apresentarão pedido para OPA (Oferta Pública de Aquisição). Na máxima do dia, os papéis chegaram a subir 53%. Os controladores do Paraná Banco e a Cox Gestão de Recursos, que representa “certos acionistas minoritários” acertaram compromisso de compra e venda no qual os controladores “comprometem-se a adquirir, do vendedor, ações preferenciais de emissão da companhia, representativas de 10,71% de seu capital social”, segundo comunicado.

“Caso a transação venha a ser concluída, o percentual de ações em circulação passará a ser de 20,96%, resultando em desenquadramento do percentual mínimo de 25% das ações em circulação” exigido pela BM&FBovespa, “e na obrigação de realizar oferta pública de aquisição de ações por aumento de participação”. Os controladores apresentarão à CVM pedido de registro de OPA “unificada por aumento de participação para fins de cancelamento de registro de companhia aberta na categoria ‘A’ e saída do segmento especial de listagem” Nível 1 da BM&FBovespa, “mediante a conclusão da transação”.

Os conselheiros concluíram que a realização de OPA representa os interesses da companhia e mostra-se benéfica aos seus acionistas, na medida em que os acionistas minoritários terão a possibilidade de alienar suas ações por valor justo, a ser determinado por empresa avaliadora independente, informou a empresa. O conselho também aprovou a distribuição de dividendos, com recursos provenientes do saldo da reserva de lucros, no valor total de R$ 215,9 milhões, correspondentes a R$ 2,62 por ação, e de juros sobre o capital próprio, referentes ao terceiro trimestre, no valor bruto total de R$ 60,2 milhões, correspondentes a R$ 0,73 por ação.

Hypermarcas (HYPE3, R$ 26,84, -5,06%)
Os papéis da Hypermarcas também têm queda expressiva. A fabricante de medicamentos informou na segunda-feira que Marcelo Henrique Limírio Gonçalves, Cleonice Barbosa Limírio Gonçalves, Marcelo Henrique Limírio Gonçalves Filho e Luana Barbosa Limírio Gonçalves de Sant’Anna Braga confirmaram a desvinculação de suas ações em um total de 35 milhões de ativos ordinários do acordo de acionistas celebrado em 23 de junho de 2010. Levando em conta a cotação da véspera, de R$ 28,00, esse montante representa uma pressão vendedora de quase R$ 1 bilhão. Com isso, a família Gonçalves deixa o bloco de controle da companhia e o acordo de acionistas foi editado para refletir a desvinculação.

Com isso, Marcelo Henrique Limírio Gonçalves e Marcelo Henrique Limírio Gonçalves Filho renunciaram aos seus cargos de membros do conselho de administração da empresa. Em substituição, foi nomeada pelo presidente do conselho Maria Carolina Ferreira Lacerda como nova conselheira independente. 

Eztec (EZTC3, R$ 16,50, -3,23%
As vendas líquidas da Eztec ficaram negativas em R$ 17,7 milhões no terceiro trimestre, segundo dados operacionais divulgados na noite de segunda. Foi a primeira vez da sua história que isso ocorreu. Não houve lançamentos no trimestre. No mesmo período do ano passado, a construtora vendeu R$ 38 milhões. 

O Itaú BBA ressalta os números negativos, apontando que as vendas contratadas caíram para território negativo pela primeira vez na história da empresa devido ao “pesado cancelamento de vendas, especialmente de unidades em construção, frustrando nossa projeção de R$ 12 milhões”, afirmam os analistas. 

Vanguarda Agro (AGRO3, R$ 11,15, -0,89%
O conselho de administração da Vanguarda Agro aprovou, por unanimidade, a reestruturação de dívidas da companhia com Itaú Unibanco, Bradesco e Banco do Brasil, segundo comunicado enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) nesta noite. A reunião do conselho ocorreu no dia 21 de outubro.