Vale dispara 6% e Ibovespa acelera ganhos em dia de acordo na Grécia e dados na China

Índice segue as bolsas internacionais e tem dia de alta repercutindo a reestruturação da dívida grega com os seus credores internacionais; dólar vira para queda

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O Ibovespa acelerou alta depois que a Vale (VALE3; VALE5) passou a disparar mais de 5%. Com isso, o índice volta a seguir as bolsas internacionais, que sobem nesta segunda-feira (13) depois da Grécia conseguir um acordo para reestruturar a sua dívida com credores internacionais. Também fica no radar o dado de exportações na China, que tiveram uma alta de 2,8% em junho, acima do esperado pela mediana dos analistas. Por aqui, o mercado repercute positivamente a decisão do governo de manter a meta fiscal. 

Às 15h42 (horário de Brasília), o benchmark da Bolsa brasileira subia 0,98%, a 53.106 pontosAo mesmo, o dólar comercial vira para uma queda de 0,67%, a R$ 3,1393 na compra e a R$ 3,1400 na venda. O câmbio subia pela manhã devido ao acordo dos gregos, que aumenta as chances de uma elevação de juros pelo Federal Reserve, mas virou depois que o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, manteve a meta de superávit primário em 1,1% do PIB (Produto Interno Bruto). 

Em destaque, após mais de 17 horas de reunião, a Grécia garantiu a reestruturação da dívida e financiamento de médio prazo dentro de um pacote de crescimento avaliado em 35 bilhões de euros em um acordo com seus credores que permitirá ao país permanecer na zona do euro, afirmou nesta segunda-feira o primeiro-ministro, Alexis Tsipras, em Bruxelas.

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Segundo o analista da WinTrade, Bruno Gonçalves, o benchmark repercute hoje principalmente a melhora no cenário externo, tanto da parte de Grécia quando da China. Para ele, apesar de ficar mais claro o caminho do Fed em direção a uma alta de juros, ainda há muito a se desenrolar da questão grega como a votação das medidas de austeridade nos diversos parlamentos europeus. 

Ações em destaque
As ações da Vale (VALE3, R$ 18,15, +6,08%; VALE5, R$ 15,02, +4,23%) dispararam depois do diretor da companhia para ferrosos e estratégia, Peter Poppinga, falar durante evento em São Paulo. A companhia anunciou que irá cortar a oferta de minério de ferro de baixa qualidade a partir deste mês diante de previsões de que a tonelada da commodity na China cairá para US$ 40 no fim do ano. Segundo Poppinga, a mineradora vai reduzir oferta a partir de julho. A companhia espera retirar 25 milhões de toneladas de minério de ferro de oferta a partir desse mês. Segundo o analista Ricardo Kim, da XP Investimentos, a notícia é bem recebida pelo mercado em um momento que as projeções já apontavam para mais quedas do minério de ferro.

Ele disse que a Vale está cortando oferta de minério de baixa qualidade e produção de outras empresas. Ele citou ainda uma “provável” sobreoferta de minério em 2016 e que vê crise de abastecimento no mercado de minério coincidindo com a demanda mais fraca. Para o diretor, os custos para China do minério devem cair para US$ 40 a tonelada até o final deste ano e para menos de US$ 35 a tonelada até 2018. A velocidade de depreciação do minério é assustadora, disse.

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Dentre as blue chips ainda em alta estão as ações de bancos, que repercutem a melhora nocenário macroeconômico com o acordo na Grécia. Têm alta Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 35,12, +1,27%) e Bradesco (BBDC3, R$ 28,05, +1,41%; BBDC4, R$ 29,08, +2,18%).

O Banco do Brasil (BBAS3, R$ 23,99, +0,97%) também sobe. A dívida pendurada pelo Tesouro Nacional no BB cresceu 1.692% em dez anos, em termos nominais, destaca relatório da XP Investimentos. Entre o fim de 2005 e o 1T15, o total devido pelo Tesouro ao BB saiu de R$ 919,6 milhões para os atuais R$ 16,4 bilhões. Apenas no governo Dilma, que começou em janeiro de 2011, o avanço desse passivo foi de 182%. Essa forma de “pedalada fiscal” já foi condenada pelo TCU (Tribunal de Contas da União), que, em julgamento realizado em abril, decidiu que o governo federal deveria acertar todos os seus passivos com bancos públicos. Além do BB, o Tesouro também mantém dívidas com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 GOLL4 GOL PN N2 7,06 +16,69
 CSNA3 SID NACIONAL ON 4,85 +6,83
 PCAR4 P.ACUCAR-CBD PN 74,07 +6,61
 VALE3 VALE ON 18,15 +6,08
 GGBR4 GERDAU PN 7,09 +5,19

As ações da Gol (GOLL4, R$ 7,07, +16,86%) disparam e aparecem como a maior alta do Ibovespa, após anunciar na sexta-feira que receberá até US$ 146 milhões vindo do seu controlador, o fundo FIP Volluto e da parceira norte-americana Delta Air Lines. O fundo aplicará até US$ 90 milhões na empresa e a Delta os US$ 56 milhões restantes em um aumento de capital a ser realizado com emissão de novas ações preferenciais da Gol. Os termos do aumento de capital serão divulgados em 14 de julho, afirmou a companhia aérea.

Segundo a Elite Corretora, a notícia é positiva pois libera quase R$ 1,5 bilhão de caixa para a Gol em um momento mais complicado e reforça a aliança com uma empresa importante do setor. 

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 BRKM5 BRASKEM PNA 12,98 -2,41
 CIEL3 CIELO ON 43,49 -1,67
 ECOR3 ECORODOVIAS ON 7,15 -1,65
 CCRO3 CCR SA ON 15,29 -1,55
 HYPE3 HYPERMARCAS ON 20,84 -1,47


As ações da Petrobras (
PETR3;, R$ 13,22, -0,38%; PETR4, R$ 11,73, -0,51%) caem. Segundo a companhia, a produção de petróleo e gás natural, no Brasil e no exterior, em junho de 2015, foi de 2,746 milhões de barris de óleo equivalente por dia, 0,7% abaixo do volume produzido em maio e 4,3% superior à produção de junho de 2014. Demonstrando a dificuldade da companhia em apresentar crescimento da produção. 

Moody’s e Focus no radar
Também fica no radar a notícia de que esta quarta-feira (15), a equipe da agência de classificação de risco, Moody’s, deve chegar a Brasília para avaliar o rating soberano do Brasil. A maioria dos especialistas avalia que a nota do País será rebaixada, mas continuará com o “selo” de grau de investimento. Conhecida pelo comportamento mais errático do que o das concorrentes Fitch e Standard & Poor’s, a Moody’s deve reduzir a nota do Brasil de “baa2” para “baa3”, nível mais baixo do grau de investimento. A S&P fez o mesmo movimento no ano passado.

Além disso, tinha algum peso por aqui o Relatório Focus, com a mediana das projeções de diversos economistas, casas de análise e instituições financeiras para os principais indicadores macroeconômicos. A previsão para o PIB (Produto Interno Bruto) em 2015 se manteve em uma retração de 1,5%. Já no caso do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que é o medidor oficial de inflação utilizado pelo governo, as projeções são de que haja um avanço de 9,12% este ano.

China: dados melhores que o esperado
O dia também foi de ânimo para as bolsas asiáticas, com a terceira alta seguida para a bolsa de Xangai, com alta de 2,41%, também seguindo as notícias do acordo grego. O Nikkei também teve alta, de 1,57%, enquanto o Hang Seng subiu 1,30%.

Ajudando o humor, dados da China mostraram que as exportações cresceram 2,8% em junho, enquanto as importações caíram 6,1%. Ambos os dados foram melhores que as expectativas em muito em um sinal de que a demanda global pode estar se recuperando.

Hoje, o primeiro-ministro chinês Li Keqiang afirmou a especialistas em economia e executivos empresariais em reunião que o país fará ajustes direcionados às suas políticas econômicas de uma maneira mais eficaz e precisa. Li disse também que a China perseguirá uma política fiscal ativa e uma política monetária prudente para apoiar sua economia, a qual ele afirmou estar confiante de que pode sustentar ritmo razoável de crescimento. As declarações foram publicadas no site do governo.

Já no último domingo, o regulador do setor financeiro da China ordenou que corretoras revisem seus negócios e reforcem o cumprimento da regra de que apenas nomes reais com número nacional de identificação sejam usados, no mais recente movimento do governo em busca de uma estabilização dos preços de ações, após uma devastadora queda nas cotações no mês passado.