Vale dispara 52% em 9 dias, Eletrobras tem alta de 14% e educacionais afundam

Confira abaixo os principais destaques da Bolsa no pregão desta terça-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa caminhou hoje para sua terceira alta seguida nesta terça-feira (5), acumulando alta próxima a 5% no período, puxado principalmente pelos papéis da Petrobras e Vale, que voltaram a aparecer na liderança hoje. Eletrobras entrou em cena nesta sessão, com disparada de mais de 11%. Ainda nos destaques, Natura subiu mais de 8% com operadores comentando sobre falta de ação para alugar contra uma demanda aquecida. Por outro lado, papéis das educacionais afundaram com notícias pessimistas sobre o Fies. Confira abaixo os principais destaques da Bolsa neste pregão:

Petrobras (PETR3, R$ 15,66, +4,12%; PETR4, R$ 14,38, +4,20%)
As ações da Petrobras seguiram em forte alta nesta terça-feira. Em linha com os comentários do ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, na véspera, a ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) se posicionou favoravelmente a retirar a obrigatoriedade da Petrobras no pré-sal. Atualmente, a petroleira tem que ter, ao menos, 30% nos blocos exploratórios com potencial na camada do pré-sal que forem leiloados. 

Nesta terça, a companhia apresentou à ANP proposta para mudança na política de conteúdo local. Outras entidades da indústria e as petroleiras Shell, Chevron e ExxonMobil também apresentaram sugestões à autarquia, segundo assessor da presidência da estatal para conteúdo local, Paulo Alonso. 

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Em relatório, o Bank of America Merrill Lynch destacou visão positiva para a empresa em meio à potencial reestruturação gradual do seu negócio, o que pode gerar um efeito positivo no crescimento dos ganhos e retorno de capital. Para o banco, há um forte potencial de alta no papel no médio e longo prazo. 

Além disso, contribuiu para a disparada das ações da Petrobras hoje a alta do petróleo lá fora. O preço do Brent, petróleo usado como referência da estatal, sobe 1,60%, a US$ 67,51, mas chegou a operar acima de US$ 68 o barril pela primeira vez desde dezembro. Em comentário hoje, o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, disse que a disparada da commodity desde janeiro abre espaço para que a companhia reajuste o preço da gasolina este ano.  

Vale (VALE3, R$ 27,06, +9,20%; VALE5, R$ 20,30, +5,18%)
As ações da Vale seguiram movimento iniciado na metade de abril e dispararam na Bolsa nesta terça-feira. Acompanharam o movimento as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 13,35, +5,37%), holding que detém participação na mineradora. No caso das ações ordinárias da Vale, a alta já alcança 52% nos últimos nove pregões

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Em relatório, o Credit Suisse comentou a disparada da Vale e minério de ferro nos últimos dias e diz que, apesar do movimento, adota uma visão ainda mais bearish (pessimista) para o papel. Os analistas comentaram que os 30 milhões de toneladas que a companhia disse que estaria preparada para cortar, 28 milhões já estariam incluídos no plano de produção de 2015 e 2016 e não indicam um corte de capacidade/produção.

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Eletrobras (ELET3, R$ 8,39, +12,02%; ELET6, R$ 10,29, +13,70%)
As ações da Eletrobras acompanharam a euforia do mercado brasileiro e dispararam nesta sessão, juntamente com as ações da Petrobras e Vale, que puxaram a alta do Ibovespa. Do final de março até agora, os papéis preferenciais da elétrica já subiram 47% em meio ao rali da Bolsa.  

Fica no radar dos investidores também, a notícia do Valor Econômico de que a CVM marcou para o dia 19 de maio, o julgamento do processo que acusa a União por voto abusivo na aprovação da renovação das concessões da Eletrobras no fim de 2012. Se a União for condenada, a pena máxima seria uma multa de R$ 500 mil. 

Frigoríficos
A Marfrig (MRFG3 R$ 4,74, +9,98%) operou entre as maiores altas do Ibovespa nesta sessão. Fora do índice, os papéis da Minerva (BEEF3, R$ 9,60, +7,38%) também mostraram força. Ontem o secretário do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, José Dimarzio, anunciou que o Brasil poderá dar início a venda de carne bovina in natura ainda este ano para os Estados Unidos. Em relação à China e Rússia, o ministério espera fazer mais visitas para alinhar possíveis acordos de fornecimento de carne, o que alavancaria mais o mercado de exportação de carne brasileira.

Educacionais
Por outro lado, os papéis do setor de educação foram penalizados hoje após fala do ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro. Segundo ele, o Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) do governo federal esgotou seus recursos para 2015, de R$ 2,5 bilhões, e novas edições do programa este ano e em 2016 dependem de disponibilidade de verba do Orçamento da União, numa consequência do forte ajuste fiscal para organizar as contas públicas. “Não havendo mais recursos seria inútil a reabertura”, disse.

Hoje, cairam forte todas as ações do setor com exposição ao programa de financiamento do governo: Kroton (KROT3, R$ 10,60, -4,50%), Estácio (ESTC3, R$ 18,25, -2,51%), Ser Educacional (SEER3, R$ 14,25, -5,38%) e Anima (ANIM3, R$ 19,11, -2,50%).

Segundo o Credit Suisse, existe um risco razoável de desapontamento (o orçamento deve ser aprovado nas próximas semanas) e que mesmo o número conservador de 60 mil financiamentos no segundo trimestre pode não se concretizar. Para o banco, no pior cenário teria 252 mil contratos no total do ano, número 16% abaixo do esperado pelos analistas de 300 mil contratos. A implicação na receita das empresas pode ser significativa e também pode haver queda na retenção, enquanto o Fies 2.0 pode demorar um pouco mais do que o esperado para se materializar, disseram os analistas.

Natura (NATU3, R$ 32,25, +8,84%)
As ações da Natura voltaram a disparar hoje, acumulando seu terceiro pregão seguido de ganhos (+23,6%). O movimento ocorreu em meio à balanço do terceiro trimestre bem recebido pelo mercado e notícia de a empresa vai aumentar os preços de algumas categorias de produtos. Hoje, em específico, operadores comentaram que a disparada deve-se a falta de aluguel do papel para “tomar “no BTC, enquanto a demanda segue aquecida, o que pode ter provocado a recompra das ações por parte de alguns vendidos, gerando uma força compradora na ação.

Segundo Guilherme Belloni, da mesa de BTC da XP Investimentos, houve forte demanda ontem pelo aluguel do papel e hoje eles não conseguiram a ação para “tomar”. “Está bem difícil conseguir ‘doador’ (investidor que disponibiliza o papel para aluguel)”, comentou. Ontem, o aluguel com ações da Natura bateu o número de 15.031.206, o maior desde agosto de 2014. 

Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 38,57, -0,98%)
O banco teve um lucro líquido de R$ 5,733 bilhões no primeiro trimestre deste ano, com alta de 3,80% frente os três últimos meses de 2014 (R$ 5,52 bilhões) e de 29,67% em relação ao mesmo período de 2014 (R$ 4,419 bilhões). O lucro líquido recorrente ficou em R$ 5,81 bilhões. O lucro no primeiro trimestre deste ano é recorde para o período levando em conta o resultado dos bancos brasileiros.

Analistas destacaram que os números vieram acima das expectativas, mas, para a Elite Corretora, apesar disso, a “qualidade” do resultado não foi boa, com grande parte do resultado vindo por conta das operações de tesouraria (que possuem resultado bastante volátil). Além disso, outro destaque negativo foi a elevação de provisões para devedores duvidosos, por conta principalmente, de grandes empresas. Além disso, a XP Investimentos comentou que houve redução na expectativa de crescimento da carteira de crédito, embora a projeção com a margem siga apresentando evolução, o que gerou um ROE (Retorno sobre Patrimônio Líquido) acima do esperado.  

Sabesp (SBSP3, R$ 18,52, -0,05%)
Depois de dispararem mais de 5%, os papéis da Sabesp perderam força e operaram próximos a estabilidade agora. A Arsesp (Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo) autorizou reajuste de 15,24% nas tarifas da empresa estadual de água e esgoto Sabesp, segundo comunicado divulgado na noite de segunda-feira. A Sabesp havia pleiteado aumento de 22,7%. Dos 15,25%, 7,7875% devem-se à inflação observada no período. O reajuste poderá ser aplicado 30 dias depois da divulgação da aprovação no Diário Oficial do Estado. 

CSN (CSNA3, R$ 9,02, +4,16%)
A CSN reporta amanhã, antes da abertura do pregão, seu balanço do primeiro trimestre. A companhia vai divulgar seus números após dados fortes da Usiminas (USIM5, R$ 6,65, +3,91%) no dia 23 de abril, que levaram seus papéis a subirem 6,7% no dia. Para o Credit Suisse, o resultado da companhia deve vir acima do consenso do mercado em cima de aumento de 7% de volumes domésticos na comparação entre trimestres, aumento dos volumes exportados, redução das despesas gerais e administrativas, custos de matéria prima mais baixos e câmbio favorável, entre outros.. 

Fibria (FIBR3, R$ 42,60, -0,72%) e Klabin (KLBN11, R$ 18,80, +1,90%)
A Klabin acertou um contrato de fornecimento de celulose de fibra curta para a Fibria que prevê a um volume mínimo de 900 mil toneladas anuais da matéria-prima durante quatro anos. Nos 5° e 6° anos, a quantidade será reduzida para 75% e 50% do volume entregue no quarto ano do contrato. A unidade deve começar a operar em 2016 e terá capacidade para 1,5 milhão de toneladas anuais.

Em uma análise inicial, o negócio parece positivo para ambas as empresas, disse o Bradesco BBI. Para a Klabin, resolve o problema de vender grandes quantidades de celulose de fibra curta que estará disponível após a Puma ser concluída. Já para a Fibria, permite fazer uma melhor utilização de sua força de venda e presença no mercado, ganhando o diferencial entre o preço efetivo de venda no exterior e o preço pago à Klabin.

Valid (VLID3, R$ 46,60, -2,35%)
A Valid registrou um lucro líquido ajustado de R$ 35,6 milhões, alta de 46,5% ante os R$ 24,3 milhões registrados no mesmo período do ano passado. O Ebitda ajustado foi 21,6% superior ao mesmo período de 2014, passando de R$ 56,5 milhões para R$ 68,7 milhões nos primeiros três meses de 2015. Já a receita líquida totalizou R$ 361,1 milhões no trimestre, 20,3% superior aos R$ 300,1 milhões apresentados em 2014.

Segundo o Bradesco BBI, a companhia teve mais uma vez resultados fortes, baseados nas vendas de cartões com chips nos Estados Unidos. “Esses dados devem continuar a alimentar atual impulso positivo ao preço das ações da empresa e dar espaço para revisões para cima em nossas estimativas”, comentaram os analistas.

Multiplus (MPLU3, R$ 37,73, +9,81%)
A companhia divulgou os resultados do primeiro trimestre mostrando lucro líquido recorde de R$ 100 milhões, uma alta de 34,1% em relação ao mesmo período do ano passado. Sua receita líquida foi de R$ 534,4 milhões, crescimento de 21,3% comparado ao primeiro trimestre de 2014. Ebitda de R$118,3 milhões e margem Ebitda de 22,1%. 

BR Properties (BRPR3, R$ 10,87, -2,07%)
A companhia encerrou o primeiro trimestre do ano com lucro líquido de R$ 30,2 milhões, queda de 49% em relação ao mesmo período de 2014. Já a receita líquida ficou em R$ 182,3 milhões, o que representa um recuo de 22% sobre um ano antes. O Ebitda ajustado (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) caiu 25%, para R$ 156,3 milhões. Segundo o Itaú BBA, os números vieram como o esperado. Os analistas destacaram que os dados operacionais foram pouco animadores devido à mínima atividade de locação como resultado de um ambiente mais desafiador para escritórios de São Paulo e Rio de Janeiro.

Marcopolo (POMO4, R$ 2,87, -1,03%)
A Marcopolo fechou o trimestre com lucro líquido de R$ 34,0 milhões, uma queda de 37,4% sobre o mesmo período de 2014. A Receita líquida caiu 11,5%, atingindo R$ 656,8 milhões nos três primeiros meses do ano, enquanto o Ebitda ficou em R$ 65,8 milhões – queda de 12% – no mesmo período. Para o Itaú BBA, o resultado foi melhor do que o esperado. “Em relação à redução de custos e despesas, observamos os esforços da empresa para reduzir os custos de terceiros e despesas operacionais, bem como o fato de que se beneficiou de menores custos de material”, disseram os analistas da corretora. O Bradesco BBI disse que acredita que a demanda por ônibus rodoviários pode começar a se recuperar no segundo semestre deste ano.

Lojas Marisa (AMAR3, R$ 14,33, -2,52%)
A Lojas Marisa r
egistrou um prejuízo de R$ 5,3 milhões no primeiro trimestre de 2015, revertendo um lucro líquido de R$ 13,8 milhões no mesmo período do ano passado. Enquanto isso, a receita líquida da operação de varejo com variação de queda de 3,1% e de 4,8% sobre as mesmas lojas. Para o Credit Suisse, a companhia entregou mais uma vez um trimestre fraco, com queda no Ebitda. Os analistas comentaram ainda que o resultado foi impactado por alguns efeitos não-recorrentes relacionados a estratégia da empresa de racionalização (logística e programas de eficiência) das operações.