Vale cortada, Lava Jato na Eletrobras, espera por balanço da Petrobras e mais agitam 5ª

Noticiário é bastante movimentado: BMO corta recomendação de Vale, Gol trabalhando para viajar para Cuba, Copasa negando racionamento e mais movimentam esta quinta-feira

Lara Rizério

Usina Eólica Volta do Rio - Ceará *** Local Caption *** Vista dos aerogeradores durante a visita técnica à usina Eólica Volta do Rio no Ceará. Usina eólica conectada a SE SOBRAL III, Chesf. A usina pertence ao grupo Energimp S/A, controlado pela IMPSA WIND (Industrias Metalúrgicas Pescarmona S.A.).

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SÃO PAULO – O noticiário desta quinta-feira é movimentado com destaque, mais uma vez, para as blue chips da Bovespa. No radar da Petrobras (PETR3;PETR4), segue a “novela” sobre a divulgação do balanço da companhia. De acordo com informações do Valor Econômico, a estatal deve divulgar o balanço até o fim da próxima semana (até dia 17). A Reuters também destacou que, segundo fontes, o balanço sairá até dia 17. 

Contudo, os detalhes sobre o tratamento que será dado aos ativos contabilizados com sobrepreço devido à corrupção da empresa são guardados a sete chaves.

Já segundo a Folha de S. Paulo, a companhia pretende divulgar o balanço até 20 de abril. De acordo com o jornal, o presidente da estatal Aldemir Bendine pediu ajuda do governo para que uma audiência pública marcada no Senado para dia 15 seja adiada para a próxima semana. 

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Soma-se a isso uma notícia sobre possíveis mudanças no sistema de partilha. Em meio às dificuldades de caixa da Petrobras e o temor de parte do mercado de que a companhia assolada por escândalos de corrupção não consiga arcar com seu ambicioso plano de investimentos, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, acenou nesta quarta-feira, 8, pela primeira vez que o governo pode “revisitar” as regras do regime de partilha na exploração do pré-sal e da política de exigência de conteúdo local na indústria de petróleo.

Em audiência na Comissão de Infraestrutura do Senado, Braga avaliou que, apesar de terem ajudado o País a chegar a um patamar avançado no setor, essas regras podem ser rediscutidas pelo governo futuramente. “Essas políticas não podem ser taxadas de ineficientes, porque foram pilares do nosso desenvolvimento no setor de petróleo e gás”, disse, em resposta a questionamentos de parlamentares.

Além disso, a refinaria de Pasadena, da Petrobras, no Texas, Estados Unidos, retomará as atividades de determinadas unidades após a conclusão de reparos de manutenção, segundo um documento entregue pela companhia à Comissão do Texas em Qualidade Ambiental.

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O documento cita a unidade de craqueamento catalítico fluido e a unidade de recuperação de enxofre como fontes de emissões.

Usiminas
A briga entre os dois acionistas controladores da Usiminas (USIM5), Ternium e Nippon Steel, não vai ser resolvida facilmente, mas não poderá interferir nos trabalhos do Conselho da maior produtora de aços planos do Brasil, afirmou o novo presidente do Conselho de Administração da companhia à Reuters nesta quarta-feira.

Marcelo Gasparino, advogado com ampla experiência em conselhos de várias companhias do país, afirmou que quer assegurar que nenhum dos dois grupos esteja sendo favorecido nas discussões do Conselho.

Os dois grupos travam uma batalha desde que o presidente-executivo da Usiminas Julián Eguren, que trabalhou anteriormente para a Ternium, foi demitido em setembro sob acusações de recebimento indevido de recursos da empresa. Eguren nega as acusações e a Ternium exige que ele seja reempossado, algo que a Nippon não aceita.

Gasparino frisou que o Conselho da Usiminas precisa focar em outros assuntos, que incluem principalmente redução de custos de produção diante da baixa demanda por aço no Brasil.

“Vamos poder julgar que assuntos serão discutidos nas reuniões do conselho e as coisas que criem conflito (entre Nippon e Ternium) não serão incluídas na agenda”, disse Gasparino.

Vale
Os ADRs (American Depositary Receipts) da Vale (VALE3;VALE5) tiveram sua recomendação e preço-alvo cortados pela BMO. A recomendação passou de market perform para underperform e o preço-alvo passou de US$ 9,00 para US$ 4,50. De acordo com a corretora, o aumento da dívida e o menor fluxo de caixa colocam os dividendos “sob ameaça”. 

Copasa
A Copasa (CSMG3), companhia mineira de água e saneamento, descartou racionamento em Belo Horizonte, de acordo com informações da Folha de S. Paulo mas, em meio à combinação de escassez de chuva e sem uma diminuição suficiente do consumo médio da população em fevereiro, a cobrança de uma sobretaxa fica mais próxima.

Eletrobras
Segundo informações do Valor, os investigadores da Lava Jato vão aprofundar as apurações sobre a montagem eletromecânica da terceira usina do Complexo Nuclear Almirante Álvaro Alberto, em Angra dos Reis. 

Os investigadores suspeitam que o edital para a montagem da mais conhecida Angra 3, publicada pela Eletrobras (ELET3;ELET6) originalmente em agosto de 2011 foi elaborada de forma a priveligar poucas empresas. 

Energisa
A Energisa (ENGI3) realizou a amortização parcial extraordinária das debêntures emitidas no âmbito da 6ª emissão pública de debêntures simples, não conversíveis em ações. A companhia desembolsou na amortização extraordinária um valor total de R$ 886 milhões referente à amortização parcial extraordinária de 43,9% do Valor Nominal Unitário das Debêntures.

Gol
De acordo com informações da coluna de Sonia Racy no Estado de S. Paulo, a Gol (GOLL4) entrou com pedido, na Anac, de autorização de voo direto para Havana. “Fizemos estudo de viabilidade econômica da rota e concluímos que a oportunidade é boa”, de acordo com a fala do presidente da empresa Paulo Kakinoff ao jornal. 

GP Investments
A GP Investments (GPIV33) pode anunciar em breve planos para levantar 1,5 bilhão de dólares para quatro fundos envolvidos em private equity, imóveis e investimentos em infraestrutura, disseram duas fontes com conhecimento do assunto.

A informação deve ser submetida aos órgãos reguladores do mercado de capitais dos Estados Unidos ainda nesta semana, uma vez que a empresa planeja acessar investidores naquele país, disseram as fontes, que pediram anonimato porque os planos não são públicos. Um executivo de relações públicas responsável pela comunicação do GP não quis comentar.

A GP Investments quer levantar 800 milhões de dólares com investidores para um fundo de private equity, segundo as fontes. Outros cerca de 300 milhões dólares iriam para um fundo que investe em empresas de infraestrutura no Brasil e projetos. O restante do 1,5 bilhão pode ir para dois fundos imobiliários, disseram as fontes.

Os planos vêm na esteira de um ano forte para captação de recursos por empresas de private equity com foco na América Latina. O Advent International, o Pátria, sócio do Blackstone no Brasil, e mais de 50 empresas levantaram um recorde 10,4 bilhões dólares para investimentos na região em 2014, segundo dados da Latin American Private Equity e Venture Capital Association.

Natura
A Natura (NATU3) comunicou ao mercado a escolha de José Roberto Lettiere para suceder Roberto Pedote como diretor financeiro e de relações com investidores da companhia. 

Nos últimos anos, o executivo dedicou-se à posição de Diretor Financeiro e Diretor de Relações com Investidores na Alpargatas. Sua trajetória profissional registra mais de 20 anos de experiência em empresas multinacionais de grande porte, como Unilever, Imperial Chemical Industry e PepsiCo. José Roberto Lettiere tomará posse em 4 de maio de 2015. […] Agradecemos ao Roberto Pedote pelos serviços prestados nos últimos 6 anos e damos as boas vindas ao José Roberto Lettiere”, destaca a companhia em comunicado. 

Na Alpargatas, Márcio Simões Utsch, atual presidente, vai acumular o cargo de Lettiere.

Providência
A companhia Providência (PRVI3) comunicou a revogação da OPA (Oferta Pública de Aquisição) determinada pela CVM. Isso após verificar que: : (i) a ofertante PGI Polímeros do Brasil S.A desistiu do pleito de recurso contra a decisão da CVM de suspensão da Oferta e (ii) a minuta do Edital da Oferta protocolada em 31 de março de 2015 junto à CVM apresenta a possibilidade de pagamento do valor de R$ 0,19599 por ação conforme decisão do Colegiado da CVM sobre a regularidade ou não das despesas da Companhia com assessores no âmbito da operação de alienação de controle.

“O próximo passo esperado para a Oferta é a análise da mesma pelo Colegiado da CVM no que tange: (i) à unificação da Oferta e (ii) à dispensa da garantia firme pela instituição intermediaria com relação à parcela em escrow, ao valor retido e ao preço adicional”, destaca a companhia em comunicado.

Marisa
A Marisa (AMAR3) informou ao mercado na noite de quarta que o fundo Coronation adquiriu ações da companhia, sendo que a partir do dia 2 de abril, passou a deter 20.477.731 ações ordinárias da Marisa, equivalentes a 11,04% do total de ações da companhia.

BRF 
A BRF (BRFS3) enviou comunicado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) nesta quarta esclarecendo notícia veiculada no Estadão, sobre os bancos e grandes empresas que estão sendo investigadas em “tribunal da Receita”. O frigorífico informou que tomou conhecimento das notícias, no entanto, não foi notificada por nenhuma autoridade pública acerca da suposta investigação mencionada na matéria.

“A Companhia ressalta que todas as práticas relacionadas às suas atividades se pautam estritamente pela ética e pelo cumprimento da legislação brasileira e as de todos os países onde atua. Não obstante, diante da referida notícia de mídia, iniciou medidas internas para resguardar seus interesses e de seus acionistas em todos os âmbitos”, disse a companhia em comunicado. 

Souza Cruz
A Souza Cruz (CRUZ3) informou ao mercado que concluiu os estudos sobre a estratégia de fabricação de embalagens para seus produtos e, em reunião realizada hoje pelo Conselho de Administração, foi aprovada a venda ao Grupo Amcor do parque gráfico localizado no Rio Grande do Sul, pelo valor total aproximado de R$ 96 milhões. O Grupo Amcor é produtor de embalagens para cigarros.

A Souza Cruz ainda informou que “também será celebrado entre as partes contrato de fornecimento de embalagens, de longo prazo, para os produtos da Souza Cruz com foco na busca constante por melhorias no desenvolvimento do seu negócio e sempre visando a sua sustentabilidade”. A transação do negócio será implementada só após a prévia aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

TIM
A TIM Participações (TIMP3) refutou, em esclarecimento, o uso de práticas indevidas em seus processos junto ao CARF ou perante qualquer outra instância de julgamento após matéria da revista Istoé Dinheiro sobre o assunto.

A companhia informa que não foi notificada por nenhuma autoridade competente acerca da investigação objeto da notícia e nega a veracidade das afirmações a ela relacionadas. Suas empresas subsidiárias, TIM Celular S/A e Intelig Telecomunicações Ltda. também não foram notificadas por nenhuma autoridade competente acerca da investigação objeto da notícia. 

“A companhia acompanhará o desdobramento do assunto e se resguardará ao direito de tomar as medidas legais cabíveis contra eventuais condutas difamatórias”, destacou a TIM. 

Time for Fun
Na quarta a Time for Fun (SHOW3) informou o mercado que, enquanto a Fama Investimentos anunciou que vendeu parte de suas ações, o acionista controlador, Fernando Luiz Alterio, elevou sua participação na mesma proporção. A Fama reduziu sua participação na companhia de 8,12% (segundo dados do site da BM&FBovespa em 3 de março) para atuais 4,03%, passando a deter agora, segundo comunicado, 2.809.800 ações. Enquanto isso, Fernando Alterio elevou sua participação de 29,44% para 33,66%, passando a deter 23.492.410 papéis SHOW3, o que significa que ele adquiriu 2.945.276 ações.

Observando as instituições envolvidas nos negócios, é possível perceber que o banco BTG Pactual foi responsável pela maior parte das negociações no último pregão. Junto com o Bradesco, eles representaram 98% das vendas de ações na sessão de terça-feira.

(Com Reuters e Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.