Vale afunda 3%, exportadoras sobem forte e BR Insurance dispara 15%

Confira os principais destaques da Bovespa nesta segunda-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – Depois de uma manhã relativamente calma no mercado, o Ibovespa acentuou as perdas poucos minutos após a abertura dos Estados Unidos, juntamente com as ações da Petrobras e Vale, que passaram a cair mais de 1%. Do lado positivo, apareciam as exportadoras, que aproveitam o movimento de alta do dólar nesta sessão. As educacionais também chamavam atenção. Depois da derrocada de sexta-feira, os papéis do setor buscavam leve recuperação na Bolsa. Confira abaixo os principais destaques desta sessão, segundo cotação das 14h56 (horário de Brasília):

Petrobras (PETR3, R$ 9,30, -1,90%; PETR4, R$ 9,42, -1,57%)
As ações da Petrobras têm sessão volátil hoje. Os papéis que abriram em queda e depois viraram para alta, voltaram a cair. Os papéis perderam força por volta das 11h (horário de Brasília) e, de lá para cá, já caíram 2,4%, no caso das ações preferenciais. Os papéis caem em meio à desvalorização do petróleo Brent, cotado em Londres, nesta segunda. O Brent, preço usado como referência pela Petrobras, tem queda de 2,06%, a US$ 61,29. O WTI, negociado no Texas, sobe 0,66%, a US$ 50,09.  

BR Insurance (BRIN3, R$ 3,56, +14,84%)
As ações da BR Insurance disparam após a companhia informar que seus acionistas rejeitaram hoje, em assembleia, a compra da Ben’s Corretora. A aquisição havia sido aprovada dia 16 de dezembro. Na quinta-feira passada, os papéis da companhia também subiram forte (+21,60%), mas, na ocasião, operadores do mercado não souberam apontar o motivo.  

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Educacionais
Depois da derrocada das educacionais na última sexta-feira com o “aperto” do governo no Fies (programa de financiamento estudantil), as ações do setor buscam leve recuperação nesta sessão. Na quinta-feira, o Ministério da Educação informou que está limitando o Fies de acordo com a nota dos cursos e que tal restrição está na legislação. Agora, uma matéria do Valor aponta que o setor está questionando essa restrição ao programa por nota e crédito.  

Na própria sexta-feira, o presidente-executivo da Estácio, Rogério Melzi, disse que, por conta das incertezas sobre o cenário econômico e o Fies, a companhia estuda oferecer um programa de financiamento próprio aos alunos. Ele citou que a baixa taxa de penetração de alunos no ensino superior no Brasil entre os países da América Latina, mostra que a demanda ainda é alta.

As ações da Kroton (KROT3, R$ 10,27, -1,15%) e Estácio (ESTC3, R$ 19,22, -0,41%), que operavam em alta nesta manhã, perderam força em meio à queda generalizada no mercado e caíam. Já os papéis da Anima (ANIM3, R$ 16,68, +4,12%) e Ser Educacional (SEER3, R$ 10,90, +0,93%) seguem em alta. Na sexta, os papéis da Anima foram os que mais caíram (-28%), lembrando que, além das notícias sobre o Fies, as ações refletiram a divulgação do resultado do quarto trimestre.

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Exportadoras
As ações de empresas com perfil exportador aproveitam o pregão de hoje com a alta do dólar, que figura próximo a R$ 2,86. Na Bolsa, destaque para os papéis da fabricante de aeronaves Embraer (EMBR3, R$ 25,40, +2,01%) e as ações do setor de papel e celulose Suzano (SUZB5, R$ 12,23, +1,41%) e Fibria (FIBR3, R$ 37,00, +0,38%). 

Vale e siderúrgicas
As ações da Vale (VALE3, R$ 20,49, -3,58%; VALE5, R$ 20,49, -3,35%) acentuam as perdas nesta tarde depois de um relatório do Itaú BBA rebaixar a recomendação dos papéis da mineradora para underweight (desempenho abaixo da média) em meio à expectativa de queda do preço do minério de ferro. A corretora reduziu a projeção do preço do minério de US$ 70 a tonelada para US$ 63 a tonelada em 2015. O Credit Suisse também divulgou relatório sobre a empresa, cortando o preçod o ADR (American Depositary Receipts) de US$ 7,50 para US$ 7, com recomendação de venda. Acompanhavam o movimento os papéis da Bradespar (BRAP4, R$ 12,69, -4,15%), holding que detém participação na Vale.  

Além das ações da Vale, o Itaú BBA também rebaixou os papéis da Gerdau (GGBR4) para market perform (desempenho em linha média). No setor siderúrgico, a recomendação da Usiminas (USIM5) e CSN (CSNA3) seguiram em underperform (desempenho abaixo da média). Para a revisão, eles citam momento fraco para o preço do minério, com expectativa de declínio no consumo global de aço; revisões para baixo nas projeções dos resultados; e valuation em níveis não atraentes. Hoje, os papéis da Gerdau (R$ 9,93, -2,36%) e Gerdau Metalúrgica (GOAU4, R$ 10,75, -3,67%) operam em forte queda, enquanto Usiminas (R$ 4,21, +1,94%) e CSN (R$ 5,21, +1,17%) têm alta. 

Souza Cruz (CRUZ3, R$ 25,13, -0,91%)
Segundo uma reportagem do Valor, acionistas da Souza Cruz avaliaram a oferta feita pela controladora British American Tobacco Internacional. A proposta é de R$ 26,75 por ação. 

Elétricas
Algumas elétricas reagem hoje à notícia de que a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) aprovou a revisão extraordinária das tarifas das distribuidoras de eletricidade com aumento médio de 23,4% nas contas de luz do País. Para alta tensão, como empresas e indústrias, a média do reajuste no País será de 24,2%. Para a Eletropaulo (ELPL4), por exemplo, o aumento médio será de 31,9%. Para a Cemig (CMIG4), o índice médio será de 28,8%, enquanto para a Light (LIGT3) será de 22,5%. Para a paranaense Copel (CPLE6), a revisão extraordinária prevê um aumento médio de 36,4%.

Na Bolsa, os papéis dessas companhias operam entre altas e baixas: ELPL4, R$ 9,07, +2,60%; CMIG4, R$ 12,72, -2,00%; LIGT3, R$ 13,60, -2,36%; e CPLE6, R$ 33,77, -2,12%. 

BTG Pactual (BBTG11, R$ 26,76, -1,87%)
O esquema de corrupção que está sendo desvendado pela Operação Lava Jato chega a novos patamares. Um depoimento do doleiro Alberto Yousseff à Polícia Federal mostra envolvimento do empresário André Esteves, dono do BTG, ao petrolão. Partes do depoimento, do dia 4 de novembro, foi obtido e publicado na última sexta-feira pela revista Época. (Para conferir a matéria completa, clique aqui). 

Segundo a reportagem, Esteves estava envolvido em 2008 com o empresário Carlos Santiago, conhecido como Carlinhos, na Derivados do Brasil (DVBR), uma rede de 118 postos espalhados principalmente por São Paulo e Minas Gerais. Após acumular prejuízos, eles tentaram vender a empresa, sem sucesso. Até que, em 2011, procuraram a BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras, que teria aceito pagar recursos para colocar sua marca na rede DVBR e garantir exclusividade na venda de combustível. Em depoimento, Yousseff declarou o pagamento de propina de R$ 6 milhões na operação entre a DVBR e BR Distribuidora, sendo ele o responsável por entregar o dinheiro.

Em resposta à publicação, o BTG Pactual disse que “repudia veementemente” a matéria da Época, apontando que as informações fornecidas à publicação não apenas foram utilizadas em sua integridade como foram distorcidas e tiradas de contexto. Segundo a nota do banco à imprensa, André Esteves jamais teve contato com Alberto Yousseff e Pedro Paulo Leoni Ramos, com políticos mencionados na reportagem ou com executivos da BR Distribuidora. 

Sabesp (SBSP3, R$ 16,63, -1,83%)
O nível dos reservatórios ainda segue crítico, mas o começo de março trouxe um alívio momentâneo. Os reservatórios da Grande São Paulo apresentaram melhora nesta segunda-feira. De acordo com dados da Sabesp, todos subiram se comparado com o índice registrado no domingo. No Cantareira, por exemplo, o reservatório opera com 11,7% da capacidade. Caso o sistema consiga atingir 15% de sua capacidade no período de chuvas existe uma probabilidade maior do racionamento da oferta de água não ocorrer na capital paulista esse ano. 

Fertilizantes Heringer (FHER3, R$ 4,26, +21,37%)
As ações da companhia disparam após a empresa ter informado que seus acionistas controladores venderam 9,5% do capital social da companhia à PCS Sales. Na operação, foram alienadas 5.116.441 ações, segundo comunicado divulgado ao mercado nesta segunda-feira (2). As vendas foram intermediadas pelo Itaú BBA e o Rabobank, como assessores financeiros, e o Machado Meyer Sendacz e Opice Advogados, que atuou como assessor legal.

Arteris (ARTR3, R$ 8,56, +1,30%)
Depois de desabarem 28% na última sexta-feira, perdendo R$ 3,30 do seu valor, as ações da Arteris têm leve alta hoje. Em relatório, os analistas do banco de investimentos Brasil Plural comentam que a queda foi justificada e isso não é uma oportunidade de compra. Eles explicam que a desvalorização deve-se ao anúncio de um incremento de cerca de R$ 1,1 bilhão em seu capex, anunciado pela empresa na sexta juntamente com o resultado do quarto trimestre. Com a notícia, eles cortaram o preço-alvo das ações da empresa de R$ 13,50 para R$ 10,50. (Para ver a análise completa, clique aqui). 

Direcional (DIRR3, R$ 5,72, +1,96%)
A Direcional firmou acordo estratégico de expansão geográfica, com o grupo árabe Red Sea Housing Services para desenvolver casas populares na Arábia Saudita. Vale lembrar: a Red Sea já havia cogitado entrar no capital da Direcional. “Em suma, a estratégia é positiva para a companhia que possui um know-how ímpar na execução de obras de casas populares. A diversificação geográfica e de receitas também é interessante, principalmente em um momento de desaceleração econômica local e de ajustes nos programas habitacionais do governo”, avaliou a Guide Investimentos.

Gafisa (GFSA3, R$ 2,12, +0,95%)
O lucro líquido da construtora e incorporadora Gafisa alcançou R$ 8 milhões no quarto trimestre de 2014, uma queda de 99% em relação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com dados divulgados na noite de sexta-feira. No último trimestre de 2013, o lucro consolidado somou R$ 921,28 milhões. A companhia, contudo, reverteu o prejuízo registrado no terceiro trimestre de 2014 de R$ 9,956 milhões.

Marfrig (MRFG3, R$ 4,86, +0,83%)
A empresa de alimentos Marfrig (MRFG3) encerrou o quarto trimestre com prejuízo de R$ 284,7 milhões, uma piora em relação ao resultado negativo de igual período do ano anterior, de R$ 83,4 milhões, informou a companhia em comunicado nesta segunda-feira. Durante teleconferência, a companhia ressaltou que ficou satisfeita com o resultado do ano de forma geral – mesmo com o lucro tendo sido impactado negativamente pela alta do dólar em cerca de R$ 800 milhões que a geração de caixa é o objetivo prioritário. Em relatório, a Guide Investimentos comentou que tem visão positiva sobre o management da empresa, mas acredita que o atual momento não é o ideal para o segmento de carne bovina dos frigoríficos devido a alta dos preços do gado, que devem manter nesses patamares neste ano. 

Braskem (BRKM5, R$ 12,55, -1,95%)
A Braskem e a Petrobras (PETR3; PETR4) concordaram em um novo aditivo para o contrato de fornecimento de nafta, com validade até 31 de agosto. Segundo uma nota, emitida pela petroquímica, “a Braskem permanece empenhada para, em conjunto com a Petrobras e o governo, encontrar uma solução estrutural que permita a assinatura de um contrato de fornecimento de nafta de longo prazo, que assegure a competitividade da indústria química e petroquímica brasileira”.