Usiminas reverte prejuízo e lucra R$ 401 mi no 4º tri, GWI fora do bloco de controle da Gafisa e mais notícias

Confira os destaques do mercado na sessão desta sexta-feira (15)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Além da reforma da Previdência, o noticiário corporativo é movimentado com a temporada de resultados em meio aos números de Usiminas, Smiles e Cosan, além das notícias de que um acordo para revisão do contrato de cessão onerosa entre Petrobras e o Tesouro não está tão perto de acontecer. Confira os destaques do mercado na sessão desta sexta-feira (15):

Petrobras (PETR3;PETR4)

O noticiário da Petrobras é movimentado. De acordo com informações do Valor Econômico, a área técnica da equipe do governo considera que há grande dificuldade de fechar até o fim do mês um acordo em torno da revisão do contrato da cessão onerosa entre Petrobras e Tesouro Nacional. O valor pedido pela Petrobras continua muito acima do limite estipulado internamente pela Fazenda.

Porém, fontes de dentro do ministério da Economia avaliam que pode haver um entendimento entre o fim de fevereiro e o início de março, limite para que todo o processo envolvendo os leilões de excedentes possam ser concluídos ainda neste ano, com a receita das concessões sendo pagas até dezembro e ajudando a diminuir o déficit fiscal do governo.

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Atenção ainda para as falas do CEO da estatal, Roberto Castello Branco, que afirmou em entrevista à jornalista Miriam Leitão para a GloboNews que a Petrobras pretende reduzir para 50% a participação da estatal no mercado de refino brasileiro. Atualmente, a companhia possui quase a totalidade do mercado. Ele acrescentou ainda que a empresa poderá vender 100% de sua participação em algumas refinarias.

A ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) prevê para o final de março a assinatura do acordo com a estatal para o encerramento da controvérsia envolvendo a unificação das áreas do Parque das Baleias, na Bacia de Campos. A informação foi divulgada pela própria ANP, que fez  uma audiência pública para debater a minuta de acordo para possibilitar a agentes econômicos, entes federados e interessados que encaminharam sugestões sobre o tema, que passou por consulta pública por 45 dias.

A controvérsia surgiu a partir do momento em que a ANP determinou a unificação das áreas do Parque das Baleia, que abrange as áreas em desenvolvimento de Baleia Anã, Baleia Azul, Baleia Franca, Cachalote, Caxaréu, Mangangá, Pirambu e o campo de Jubarte, originadas do bloco BC-60, na Bacia de Campos, mas a Petrobras instaurou um processo arbitral perante a Câmara de Comércio Internacional contestando a decisão.

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Segundo a ANP, a minuta do acordo prevê que a Petrobras pagará, em valores atuais, cerca de R$ 3,1 bilhões retroativos decorrentes de participações especiais no supercampo. Deste total, R$ 1,1 bilhão será a vista logo após a conclusão do acordo e o restante divididos em 60 parcelas mensais.

Em decorrência da necessidade de novos investimentos a serem realizados a partir do acordo, A ANP se compromete na minuta do contrato a prorrogar a fase de produção do Novo Campo de Jubarte por 27 anos, para 2056 (inicialmente, se encerraria em 2029).

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A ANP ainda autorizou o pagamento de mais R$ 246,2 milhões à estatal referentes a subvenções do programa de subsídio ao diesel, encerrado no final do ano passado, segundo comunicado da agência reguladora do setor nesta quinta-feira.

Vale (VALE3)

De acordo com informações do G1, sete funcionários da Vale foram presos na manhã desta sexta em uma investigação sobre o rompimento da barragem de Brumadinho, enquanto uma oitava pessoa é procurada. A tragédia deixou mais de 160 mortos. A operação é feita em Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.

Os mandados seriam para oito funcionários da Vale. Um deles, Alexandre de Paula Campanha, foi preso em casa na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Ele foi citado em um dos depoimentos dos engenheiros da empresa alemã TÜV SÜD contratados pela Vale e teria pressionado os engenheiros para assinar o laudo que atestava estabilidade da barragem, que se rompeu em Brumadinho, sob o risco de perder o contrato.

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Marfrig (MRFG3)

A Marfrig Global Foods fez o primeiro embarque de carne bovina para o Japão por meio de unidades industriais no Uruguai. Com destino a Tóquio, a carga inclui uma variedade de hambúrgueres e cortes refrigerados. O produto será comercializado no mercado local pela National Beef, informou a Marfrig em nota.

Segundo o comunicado, a Marfrig lidera o setor de carne bovina no Uruguai, com duas fábricas de hambúrgueres localizadas nas cidades de Colonia e Tacuarembó. “A companhia tem capacidade de produção de 500 toneladas por mês desse produto e é fornecedora certificada global das principais redes de fast food internacionais”, destacou a nota.

A empresa também já exporta outros produtos industrializados para o mercado japonês, como extrato de carne e jerky beef, snack de carne bovina muito popular nos Estados Unidos e no Japão.

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Gafisa (GFSA3)

A GWI saiu do bloco de controle da Gafisa após leilão, segundo fonte ouvida pela Bloomberg. A Planner intermediou venda de 14,6 milhões de ações ordinárias da companhia nesta quinta-feira e a própria corretora adquiriu os papéis em nome de um grupo de investidores que se mostrou interessado, disse uma pessoa familiarizada com o assunto que pediu anonimato porque não pode falar publicamente.

As ações foram vendidas a R$ 9 por ação, enquanto os papéis eram negociados a R$ 16 há um mês. O GWI achou o leilão em bolsa a forma mais transparente de sair
do bloco de controle da companhia, segundo a fonte. Os nomes dos investidores não foram divulgados. Procurada pela Bloomberg, a Planner não quis fazer comentários.

As ações representam 33,67% dos papéis com direito a voto da Gafisa e, segundo a agência, pelo volume envolvido, a própria Gafisa deve divulgar um
comunicado nos próximos dias sobre a venda.

Usiminas (USIM5)

A Usiminas reportou no quarto trimestre de 2018 lucro líquido de R$ 401 milhões, revertendo o prejuízo líquido de R$ 45 milhões em igual período de 2017. No ano, a siderúrgica mineira teve lucro líquido de R$ 829 milhões, crescimento de 163% ante os R$ 315 milhões em 2017.

O lucro atribuído aos acionistas da companhia, que é aquele que é utilizado no cálculo para a distribuição de dividendos, ficou em R$ 354,8 milhões, ante prejuízo de R$ 49,9 milhões em igual trimestre do ano anterior.

O Ebitda ajustado chegou a R$ 830 milhões entre os meses de outubro a dezembro do ano passado, alta de 84% em relação ao observado em igual período do ano anterior, R$ 450 milhões. Na comparação com o terceiro trimestre, a alta foi de 18%. No ano, a geração de caixa pelo mesmo critério somou R$ 2,69 bilhões, alta de 23%.

A margem Ebitda ajustada foi de 24% no quatro trimestre de 2018, ante 15% em igual período de 2017 e de 18% no terceiro trimestre. No ano, a margem ficou estável, em 20%.

A receita líquida, por sua vez, ficou em R$ 3,43 bilhões no trimestre, queda de 11% na comparação com o terceiro trimestre de 2018, mas alta de 12,5% na comparação anual. No acumulado do ano, as receitas subiram 28% para R$ 13,7 bilhões.

Smiles (SMLS3)

A Smiles teve lucro líquido de R$ 164,6 milhões no quarto trimestre de 2018, alta de 33,8% em relação a igual período de 2017. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) totalizou R$ 205 milhões, alta 37,4%, enquanto a margem foi de 63,6% para 73,5%.

De acordo com o Itaú BBA, a companhia reportou números fortes e melhores do que o esperado.

“A empresa entregou crescimento de faturamento e margens saudáveis, o que gerou um lucro líquido de R$ 165 milhões, 9% acima da nossa projeção. A empresa também anunciou dividendos que levam a um payout de 70% em 2018, incluindo o JCP pago em trimestres anteriores. O bom desempenho pode gerar um price action positivo no papel, embora os investidores estejam focados no possível fechamento de capital pela Gol nos próximos meses”, avaliam os analistas. O Itaú BBA mantém recomendação de compra em Smiles, com preço-alvo para 2019 de R$ 60 .

Cosan (CSAN3)

A Cosan teve lucro líquido de R$ 1,33 bilhão no quarto trimestre de 2018, alta de 93,3% na comparação com o mesmo período de 2017, enquanto a receita operacional líquida do quatro trimestre subiu 31,7%, para R$ 2,8 bilhões. O Ebitda totalizou R$ 1,76 bilhão, 7,5% maior do que no quarto trimestre de 2017.

A XP Research ressalta que um dos principais destaques foi a melhora expressiva de margens no negócio de distribuição de combustíveis, implicando uma leitura positiva não só para a empresa, mas para outras distribuidoras listadas como Ultrapar e BR Distribuidora. 

(com Agência Estado e Bloomberg)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.