Usiminas, Gerdau, CSN: melhora no 1º tri, mas resultados ainda estarão sob pressão

Resultado da Gerdau deve ser impulsionado por maior demanda nos EUA e da Usiminas, por Alto Forno III

Vitor Azevedo

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A Usiminas (USIM5) é a primeira siderúrgica a divulgar seu resultado do primeiro trimestre de 2024 na manhã desta terça-feira (23). O período deve continuar sendo marcado pela pressão do lado dos preços no Brasil para as companhias do setor, mas com alguma folga nos custos, de forma geral, melhorando os resultados na base sequencial. 

A Gerdau (GGBR4) divulga seu balanço no dia 2 de maio e a CSN (CSNA3), no dia 8. 

Do lado do faturamento, as companhia devem continuar a ver alguma pressão proveniente da maior importação de aço chinês no Brasil, que vem, há algum tempo, impedindo as empresas de cobrarem mais pelos seus produtos. No entanto, o gigante asiático diminuiu sua produção no primeiro trimestre, por conta, por exemplo, do feriado do ano novo chinês, em fevereiro, e a demanda no Brasil também vem melhorando. 

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Fora ajudar do lado da oferta, a menor produção de aço na China levou a um recuo do preço do minério, que deve tirar pressão dos resultados do lado dos custos.  Além disso, analistas destacam também algumas mudanças dentro das próprias companhias impulsionando as margens.

“Esperamos um primeiro trimestre misto para as ações de siderurgia. Com a indústria siderúrgica no Brasil ainda enfrentando um ambiente desafiador, esperamos que a exposição da Gerdau na América do Norte e os esforços de eficiência de custos da Usiminas impulsionem uma melhora”, fala a equipe da XP Investimentos, encabeçada por Lucas Laghi.

Gerdau impulsionada por EUA e Usiminas, por ramp up

No caso dos Estados Unidos, da Gerdau, a demanda por aço no país norte-americano vem sendo impulsionada pelos estímulos governamentais ao desenvolvimento de infraestrutura gerando resultados. Fora isso, a economia, por lá, segue aquecida, apesar dos juros em patamares elevados. 

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“Os resultados na América do Norte devem melhorar devido à combinação de maiores volumes trimestrais e a expansão do spread do metal, com preços em alta e custos por tonelada em queda sequencial”, fala o time do Bank of America, chefiado por Caio Ribeiro, que vê o Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) da companhia em R$ 2,5 bilhões.

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Na Usiminas, os analistas destacam que a empresa deve se beneficiar do ramp up do seu Alto Forno 3, em Ipatinga, Minas Gerais. Durante boa parte do ano passado, a planta ficou fechada, em reforma, sendo que a empresa investiu cerca de R$ 2,7 bilhões no processo. No entanto, o resultado melhor em siderurgia deve ser parcialmente ofuscado pelo resultado pior em mineração. 

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Queda do minério

“Prevemos volumes de aço de um milhão de toneladas e um melhor desempenho de custos, impulsionando a melhoria sequencial da divisão de aço, com Ebitda atingindo R$ 308 milhões. Por fim, esperamos resultados um pouco menores das operações de mineração, com Ebitda positivo de R$ 140 milhões”, fala a XP.

No caso da CSN, por fim, o resultado deve ser pior pelo fato de seu braço de mineração ter maior participação no seu balanço. Além do menor preço do minério, a companhia deve ver também seus volumes caindo na base sequencial, por conta do período de chuvas no Brasil. 

“Esperamos que a CSN apresente resultados mais fracos. As operações de mineração da CSN impactem negativamente os resultados da CSN, impulsionadas por volumes sazonalmente menores e preços mais baixos, bem como pelo desempenho de rentabilidade estável na divisão de aços, em meio a um ambiente de precificação ainda desafiador”, fala a XP. 

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Confira as projeções da LSEG para Gerdau, Usiminas e CSN:

CompanhiaReceita líquidaEbitdaLucro líquido
GerdauR$ 16,6 bilhõesR$ 2,5 bilhõesR$ 1,3 bilhão
UsiminasR$ 6,3 bilhõesR$ 386,9 milhõesR$ 127,9 milhões
CSNR$ 10,7 bilhõesR$ 1,7 bilhãoR$ – 137,5 milhões