Usiminas e CSN driblam dia volátil na bolsa e lideram ganhos do Ibovespa

Além de recuperação das duas ações por conta das recentes quedas, CSN também reflete positivamente possível apoio do BNDES para compra da CSA

Paula Barra

Publicidade

SÃO PAULO – As ações das siderúrgicas têm sessão de recuperação na bolsa paulista nesta terça-feira (29), após uma sequência de fortes quedas nos últimos dias. Às 12h28 (horário de Brasília), as ações da Usiminas (USIM3, +4,38%, R$ 11,44; USIM5, +3,67%, R$ 10,73) figuravam entre as maiores altas do Ibovespa, seguidas pelos papéis da CSN (CSNA3), com valorização de 3,35%, aos R$ 11,40. No mesmo horário, o índice avançava 0,15%, aos 59.978 pontos.

Um pouco mais distante aparecem os ativos da Metalúrgica Gerdau (GOAU4) e Gerdau (GGBR4), com alta de 1,58% e 1,35%, respectivamente, sendo cotados a R$ 21,83 e R$ 17,33.

O desempenho positivo das ações da Usiminas aparece após seis pregões consecutivos de queda. No ano, os papéis da companhia foram as mais penalizadas entre as siderúrgicas, acumulando queda 16,46% para as ordinárias e de 16,17% de USIM5.

Continua depois da publicidade

CSN sobe com apoio do BNDES para compra da CSA
Mas além de um movimento técnico, os ativos da CSN têm outro motivo para subir. O mercado reflete o possível aporte do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) de US$ 4 bilhões para apoiar a CSN (CSNA3) em seu plano de aquisição dos ativos de aço do grupo alemão ThyssenKrupp no Brasil, a CSA (Companhia Siderúrgica do Atlântico), e nos Estados Unidos, a Calvert Steel, do Alabama.

O apoio do banco é fundamental para evitar que o negócio comprometa o perfil financeiro da CSN. “O valor do aporte é grande e mostra um entendimento de que o BNDES está disposto a ajudar na conclusão da aquisição pela CSN e confiante no crescimento do projeto”, disse o analista Rafael Veigas, do Banco Geração Futuro.

Segundo ele, esse passo do BNDES traz uma situação mais confortável para a empresa, lembrando que uma das grandes preocupações do mercado baseava-se na alta alavancagem da companhia. Com esse aporte, o BNDES entraria com um valor substancial e reduziria consideravelmente o montante pago pela CNS.

Continua depois da publicidade

“Esse valor deve ficar longe do inicial de R$ 8 bilhões. Um montante razoável para a CSN pagar neste momento seria na ordem de R$ 4 bilhões”, disse.

Além disso, Veigas acredita que a entrada de um parceiro estratégico pode ajudar a viabilizar futuramente a aquisição de uma parcela que a Vale (VALE3; VALE5) detém na CSA. Atualmente, a mineradora é dona de 27% da CSA.

Nem todos olham a compra com bons olhos…
Mas, ao mesmo tempo, a operação ainda enfrenta algumas negativas do mercado. “Por mais que tenha um parceiro estratégico, essa compra vai gerar prejuízo para a CSN durante um bom tempo”, disse o analista-chefe da SLW, Pedro Galdi.

Continua depois da publicidade

Segundo informou o Valor, a operação de venda da CSA e da laminadora norte-americana, conduzida por dois grandes bancos de investimentos, está prevista para ser fechada neste trimestre.

seguir