Um dos maiores gestores do Brasil falou da alta da Bitcoin e como isso definiu seus investimentos

Para o gestor da Verde Asset, alta da moeda digital ajuda a explicar queda do Renminbi chinês, que se tornou a maior exposição da gestora

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Esta última semana foi bastante agitada no mercado de Bitcoin. Logo na segunda-feira, a moeda digital superou o patamar de US$ 1.000 pela primeira vez em dois anos, seguindo seu forte rali registrado desde o fim do ano passado. Por outro lado, na quinta-feira (6), as perdas chegaram a 23% com analistas considerando o estouro de uma “pequena bolha”.

O cenário está tão movimentado que até um dos maiores gestores do Brasil, Luis Stuhlberger, comentou sobre a Bitcoin em sua mais recente carta mensal. Segundo ele, a disparada da moeda digital ajuda a explicar porque a maior exposição da Verde Asset é contra o Renminbi chinês. A moeda chinesa tem desabado em um movimento exatamente oposto ao da Bitcoin. O gestor destaca que 90% dos negócios com a moeda são feitos por chineses.

“A dinâmica própria da China reforça a direção de uma moeda desvalorizada. O desafio de conter a fuga de capital está ficando cada dia mais complexo, com pressão acelerando desde setembro do ano passado e trazendo as reservas chinesas para muito próximo de US$ 3 trilhões”, diz Stuhlberger na carta.

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Segundo ele, os dilemas da economia chinesa em termos de crescimento, liquidez, taxas de juro e de câmbio estão ficando mais agudos, e a probabilidade de um movimento mais forte de desvalorização do Renminbi está crescendo.

Analistas destacaram que o recente ganho de força do Bitcoin pode ter relação com o aumento da adoção da moeda por investidores profissionais e temores de instabilidade em torno das maiores economias do mundo. O preço da Bitcoin vem subindo desde os resultados das eleições nos EUA, que pressionaram o dólar norte-americano. Entre os investidores que vêm comprando mais moedas estão os chineses, que procuram proteção contra a depreciação do yuan, que vem deslizando ante o dólar.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.