Ultimato à JBS, Eletrobras vira “junk”, novo IPO e mais 2 notícias agitam a noite

Confira os destaques da noite desta quinta-feira (21)

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – A quinta-feira (21) termina com as agências de rating agitando o mercado corporativo. Eletrobras e BR Pharma tiveram suas notas de crédito cortadas. Enquanto isso, a justiça deu um ultimato para a JBS. Confira os destaques desta noite: 

Eletrobras (ELET3; ELET6)
A agência de classificação de risco Moody’s cortou o rating da Eletrobras nesta quinta de Baa3 para Ba1, retirando assim o grau de investimento da companhia. A Moody’s ainda manteve a companhia sob revisão, alertando para possíveis novos cortes de rating.

Em relatório, a agência disse que rebaixou a estatal “porque apesar de alguma melhora financeira vinda dos resultados recentemente anunciadas no primeiro trimestre de 2015, a Eletrobras continua a publicar indicadores de crédito que são muito fracos para a categoria de rating Baa3”.

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“Na ausência de uma forte redução do seu programa de investimentos ou algum tipo de injeção de capital, as previsões da Moody’s continuam de fraco desempenho financeiro. Além disso, a Eletrobras recebeu uma ressalva de seu auditor KPMG sobre seus resultados do primeiro trimestre e não conseguiu apresentar seu formulário 20F, conforme exigido pela SEC”, continuou a Moody’s.

A denúncia da Lava-Jato foi um dos motivos pela qual a Eletrobras não arquivou seu relatório anual (20-F) na Securities and Exchange Commission dentro do prazo. Segundo a Moody’s, a Eletrobras cumpriu as regras da SEC ao informar o atraso da publicação do documento, ganhando um prazo de seis meses para isso, contados desde 30 de abril, para resolver a pendência.

Durante o período de revisão do rating, a Moody’s vai avaliar a capacidade da Eletrobras de fortalecer suas margens operacionais, assegurar financiamento de longo prazo para a maior parte de seus projetos, além de melhorar sua posição de liquidez. A Moody’s vai considerar um novo rebaixamento dos ratings da Eletrobras se as projeções indicarem que as métricas de crédito não vão melhorar substancialmente nos próximos 12 a 18 meses, ou se notar uma deterioração relevante da sua posição de liquidez.

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JBS (JBSS3)
O jornal Valor Econômico informou que a Vara de Justiça do Trabalho de Iturama, no Estado de Minas Gerais, determinou que a JBS regularize em até 48 horas o cumprimento das paradas térmicas dos trabalhadores do frigorífico de bovinos que a companhia possui no município mineiro. O não cumprimento implica multa diária de R$ 10 mil, afirmou a publicação.

“Apesar de ser em primeira instância, a decisão da Justiça deve ser cumprida independentemente do trânsito em julgado, de acordo com informações divulgadas pelo Ministério Público do Trabalho de Minas Gerais (MPT-MG), que ajuizou a ação contra a JBS”, diz a matéria. A JBS não respondeu aos contatos do Valor.

Inepar (INEP3)
A Inepar informou hoje ao mercado e seus acionistas que o juiz da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais da Comarca da Capital de São Paulo homologou o Plano de Recuperação Judicial que foi apresentado, em conjunto, pelas empresas: Inepar Indústria e Construções; Inepar Administração e Participações; IESA – Projetos, Equipamentos e Montagens; IESA Óleo e Gás; IESA Transportes; SADEFEM Equipamentos e Montagens e TT Brasil Estruturas Metálicas. A companhia disponibilizou a decisão e o Plano em seu site e disse que vai manter seus acionistas e o mercado como um todo informados sobre o futuro do processo.

Brasil Pharma (BPHA3)
A Fitch Ratings rebaixou, hoje, o rating da Brasil Pharma de “BBB-(bra)” para “BB(bra)”. A agência ainda deixou a nota em observação negativa. Essa observação negativa da agência de ratings reflete o desequilíbrio nas estruturas de liquidez e capital da rede de farmácias.

A Fitch afirmou ter incertezas “em relação às condições finais da restruturação e equalização da estrutura de capital da companhia”. Incapaz de retomar uma geração de caixa positiva, em contraste com o resto da indústria, a companhia chegou a apresentar alguns avanços operacionais nos últimos trimestres, resultantes de uma melhoria na estruturação de custos, mas nada suficiente para colocar as operações em patamares rentáveis. “Qualquer frustração em relação ao suporte financeiro e à adequação da dívida, já anunciados pela companhia, mas ainda não detalhados, acarretará em múltiplos graus de rebaixamento.” afirmou a agência.

IPO da Infraero
A Infraero trabalha atualmente com três desenhos para uma futura abertura de capital da estatal, afirmou o presidente da companhia, Gustavo do Vale, nesta quinta-feira. A abertura de capital, dentro de um processo de oferta inicial de ações (IPO), faz parte da restruturação da Infraero, que teve como ponto de partida as concessões dos aeroportos de Brasília, Guarulhos (SP), Viracopos (SP), Galeão (RJ), Confins (MG) e São Gonçalo do Amarante (RN) à iniciativa privada.

“O IPO é uma das possibilidades (para a reestruturação) e estou otimista com ele. O governo trabalha nessa nova reestruturação da Infraero após as concessões” disse do Vale à Reuters. “Ainda não definimos que tipo de IPO vai ser feito”, acrescentou.

Segundo o presidente da estatal, as possibilidades são “IPO da empresa que é proprietária dos 49% que ela tem em cada aeroporto e aí você pode pensar em abrir o capital dos aeroportos separados ou juntos”. “Você pode pensar na abertura de capital da empresa que é dona de outros aeroportos ou de um conjunto de aeroportos. É por aí”, acrescentou.

Com Reuters

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.