UBS enfrenta novas regras de capital na Suíça que exigem US$ 26 bilhões adicionais

Medidas visam fortalecer resiliência do banco após aquisição do Credit Suisse e podem limitar recompras de ações

Gabriel Garcia

Logo do UBS em escritório do banco, em Zurique, na Suíça
25/10/2022
REUTERS/Arnd Wiegmann
Logo do UBS em escritório do banco, em Zurique, na Suíça 25/10/2022 REUTERS/Arnd Wiegmann

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O governo suíço propôs nesta sexta-feira (6) novas regras rigorosas de capital para o UBS, que exigem que o banco mantenha US$ 26 bilhões adicionais em capital principal.

A medida ocorre após a aquisição do Credit Suisse em 2023 e tem como objetivo aumentar a solidez financeira do maior banco da Suíça, exigindo também a capitalização total de suas unidades no exterior e limitando recompras de ações.

Segundo o governo suíço, o aumento da exigência de capital visa reduzir a dependência do UBS em títulos adicionais de capital e fortalecer sua capacidade de enfrentar crises financeiras sem necessidade de socorro estatal.

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O Swiss National Bank apoiou a iniciativa, destacando que as medidas “fortalecem significativamente” a resiliência do banco e diminuem o risco de intervenção governamental em caso de dificuldades.

Analistas do mercado reagiram à notícia com cautela.

Johann Scholtz, da Morningstar, afirmou que a decisão representa o pior cenário para o UBS, mas que o banco poderá negociar concessões e adotar medidas para mitigar o impacto, como a transferência de capital excedente de suas subsidiárias.

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A implementação total das regras está prevista para ocorrer até 2034, permitindo um período de adaptação.

O UBS, que enfrenta críticas por sua dimensão e riscos sistêmicos após a compra do Credit Suisse, argumenta que as novas exigências podem prejudicar sua competitividade, reduzindo liquidez e capacidade de concessão de crédito.

A instituição também alerta para o impacto negativo sobre dividendos, recompras de ações e bônus, o que pode afetar os acionistas.

A imposição das regras ocorre em um momento delicado para o UBS, que perdeu recentemente o posto de maior banco da Europa em valor de mercado para o Santander.

Além disso, o banco enfrenta desafios externos, como tarifas comerciais dos EUA, que pressionam seus resultados.