Turbulência na bolsa? Para o lendário Jack Bogle, o melhor é não fazer nada

Tratado nos EUA como um santo dos pequenos investidores, Bogle alerta contra a vontade que um investidor tem de operar em um mercado espinhoso

Felipe Moreno

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SÃO PAULO – A turbulência no mercado mundial de ações tem dado o que falar. Após um péssimo mês de janeiro, as bolsas iniciaram fevereiro na mesma toada, com o Ibovespa registrando queda de mais de 3%, enquanto os principais índices dos EUA caindo mais de 2%. Nesses momentos, o que o investidor deve fazer? Para Jack Bogle, fundador da Vanguard – gestora do maior fundo do mundo – e “inventor” da indústria de fundos de índices, o melhor é não fazer nada, alertou em sua coluna na CNBC.

Tratado nos EUA como uma lenda e santo dos pequenos investidores, Bogle alerta contra a vontade que um investidor tem de operar em um mercado espinhoso – e diz que o melhor é fazer como Benjamin Franklin, um dos maiores inventores da história e um dos fundadores dos Estados Unidos, faria – deixaria de lado. “O princípio da poupança e do investimento resistiram aos tempos e são, talvez eternos. A maneira de ganhar dinheiro é deixar de lado as modalidades de marketing oportunistas de alto custo que existem no sistema financeiro atual”, destaca. 

Para ele, o ideal é deixar a “mágica” dos juros compostos fazerem sua fortuna disparar e deixar de lado a frenesi do mercado, que pode comer boa parte de suas finanças no longo prazo. “Day Trade (operações de prazo menor de um dia) representa a tentativa dos especuladores de ganhar vantagem competitiva, mas eles reduzem seus retornos totais”, afirma. 

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Bogle explica que um empresário e um investidor são duas atividades muito diferentes e devem ser tratados como tal. “Negócios vão bem quando o empresário segue a frase ‘não fique parado, faça alguma coisa’. Os interesses dos investidores precisam seguir a frase oposta: ‘não faça nada. Fique parado!'”, salienta. 

Um exemplo que ele usa são os ganhos de um investimento de apenas US$ 1.000 feitos no começo de um período de 65 anos, objetivando a aposentadoria. Se feitos com uma taxa de juros de 8% por ano – menor do que a média do mercado acionário norte-americano no longo prazo -, o investidor termina o período com US$ 148,78 mil – o que garantiria uma gorda renda mensal até os últimos dias de vida. “Isso dificilmente seria atingido, pela tirania dos custos compostos”, alerta Bogle, sobre os gastos com corretagem e outros elementos.