Trégua em guerra comercial entre EUA e China deve durar pouco, diz BofA

Em teleconferência com jornalistas, banco americano afirma que países precisam estar "muito motivados" para fecharem negociação – o que deve demorar

Mariana Zonta d'Ávila

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SÃO PAULO – O otimismo do mercado financeiro no início dos negócios desta segunda-feira (dia 1º) com a trégua na guerra comercial anunciada pelos presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da China, Xi Jinping, pode durar menos do que se imagina. A análise parte do Bank of America Merrill Lynch, que demonstrou certo ceticismo com o alívio expresso após reunião do encontro do G-20, encerrado no sábado em Osaka, no Japão.

Em teleconferência com jornalistas, o banco americano afirmou que a “pausa” no conflito ficou dentro do esperado pelo mercado financeiro e avisou que a trégua pode ser temporária, visto que os dois lados precisam estar muito motivados para a concretização de um acordo – o que ainda não é visto no curto prazo.

Segundo a instituição financeira, uma decisão está longe de acontecer, uma vez que os EUA ainda têm uma longa lista de tarefas a cumprir. “Esperamos um acordo com a China ao final do verão [setembro], mas pode haver uma grande correção do mercado para chegar até lá”, afirmou Ethan Harris, diretor de Economia Global do BofA.

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Para os estrategistas do banco, o cenário atual é de “no pain, no deal” (sem dor, sem acordo, em tradução livre). Em outras palavras, uma potencial negociação só viria com o agravamento da guerra comercial entre os dois países.

O contexto também aponta para uma relação preocupante entre o Federal Reserve (Fed) e os acordos comerciais que, segundo o BofA, pode resultar, involuntariamente, em medidas protecionistas mais agressivas.

“O Fed está determinado a aumentar a inflação para sustentar um crescimento acima da média. Para isso, parece disposto a compensar o impacto negativo da guerra comercial na economia. Mas o risco dessa atuação do Fed pode encorajar uma postura ainda mais dura sobre o comércio e o resultado seria uma perda da munição política do banco central, com uma economia que ainda está fraca”, escreveram os estrategistas, em relatório divulgado nesta segunda-feira.

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Ações

De acordo com o BofA, os investidores ainda estão céticos, sem muita confiança com o mercado de ações. Para o banco, há um potencial de valorização “modesta”, com as relações comerciais ainda como fonte de volatilidade para os ativos.

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