Todos querem criar um Bitcoin: mais de 400 criptomoedas lançadas em 2017 já fracassaram

Levantamento mostra que 46% dos ICOs feitos no ano passado já quebraram ou se mostraram uma fraude

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Não só a maior criptomoeda do mundo, o Bitcoin é o pioneiro deste mercado e é o ativo que mais trás segurança para os investidores que querem começar no mundo das moedas digitais. Após sua criação, começamos a ver o surgimento de diversas outras criptomoedas, que prometiam resolver muitos problemas do mundo financeiro, mas nem todas conseguiram sobreviver.

E foi em 2017 que o mercado viu um “boom” dos chamados ICOs (Oferta Inicial de Moeda, na sigla em inglês), que veio junto com uma euforia dos investidores tanto com o bitcoin quanto com outras moedas digitais. Mas um dos grandes perigos disso tudo é saber quais destes projetos são reais, ou pelo menos sustentáveis.

Agora podemos ver que é preciso tomar muito cuidado, já que uma pesquisa recente mostrou que quase metade, ou seja, mais de 400 criptomoedas lançadas no ano passado, já fracassaram. Segundo o Bitcoin.com, junto com o TokenData, 46% dos 902 ICOs feitos em 2017 não deram certo.

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Desta porcentagem, 142 criptomoedas não conseguiram financiamento e já “morreram” antes mesmo de serem lançadas, enquanto outras 276 foram perdendo força depois de sua criação e simplesmente sumira – ou se mostraram uma fraude. Mesmo assim, a pesquisa mostra que US$ 104 milhões foram levantados nestes projetos que não deram certo.

Apesar deste “boom” estar mostrando um enfraquecimento, a quantidade de ICOs ainda é uma grande preocupação, já que ainda existem muitas propostas fraudulentas. Neste mesmo levantamentos, os sites afirmam que outras 113 ofertas pode ser classificadas como “semi-falha”, já que a equipe responsável parou de se comunicar ou porque sua comunidade é tão pequena que já não há chances do projeto dar certo. Isso eleva para 59% a quantidade de ICOs que falharam em 2017.

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Vale destacar que os órgãos reguladores também estão começando a se mobilizar para evitar estas fraudes e controlar melhor o mercado. Tanto a SEC quanto a CVM já emitiram comunicados e tomaram ações nas últimas semanas mostrando que querem acabar com o que tem se chamado no mercado de “farra” dos ICOs (clique aqui e confira a análise completa).

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.