Todos amam o Brasil: Ibovespa sobe quase 2% e encosta em 68 mil pontos

Bolsa brasileira segue seu rali após queda na véspera e chegou a superar os 68 mil pontos, com o dólar em seu menor patamar em 20 meses

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O otimismo continua dando o tom do mercado brasileiro e na sessão desta quarta-feira (15) o Ibovespa chegou a superar o patamar de 68 mil pontos por um breve momento, o que não acontecia desde 14 de março de 2012. Enquanto isso, o dólar seguiu sua derrocada, se aproximando do nível de R$ 3,05. O benchmark da bolsa brasileira fechou com ganhos de 1,89%, aos 67.975 pontos, em dia de forte volume financeiro (R$ 22,851 bilhões) por conta do vencimento de opções sobre o índice.

Segundo Marco Saravalle, analista da XP Investimentos, a combinação de uma agenda mais vazia, com a política local mais tranquila e a expectativa de uma boa temporada de resultados tem ajudado bastante no bom humor com o Brasil. Ele destaca que o momento atual tem ajudado para a chamada “governabilidade” de Temer, trazendo a percepção de que o governo via conseguir aprovar as medidas importantes no Congresso. 

Entre as poucas notícias está a manutenção de Moreira Franco como ministro de Temer, fato que o mercado recebeu muito bem. Analistas têm apontado nas últimas semanas o forte otimismo do investidor estrangeiro com o Brasil e as recomendações para o país tem melhorado consideravelmente com evolução nas projeções para a economia e boas expectativas de apoio para o governo no Congresso. Diante disso, os estrangeiros seguem investindo no país, o que tem levado não só a Bolsa a subir, mas o dólar a cair forte, na contramão do que acontece no resto do mundo.

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Os mercados mundiais também tiveram um dia de ganhos, após registrarem um forte movimento de volatilidade na véspera com a fala da presidente do Federal Reserve, Janet Yellen. Os mercados globais foram puxados por Wall Street diante das expectativas de desregulamentação na área bancaria e de estímulos fiscais nos EUA.

Hoje, em nova fala, Yellen manteve  a posição de que o Fed está no caminho para aumentar as taxas de juros em uma próxima reunião de política monetária. Vale destacar que, na véspera, a chairwoman da autoridade monetária afirmou que o Congresso pode querer isentar bancos comunitários da regra Volcker e incentivar regras de compensação. Afirmou ainda que o Fed está comprometido em fazer tudo o que puder para mitigar o fardo sobre os bancos e que o peso regulatório sobre a comunidade é alto. 

Por aqui, os contratos de juros futuros com vencimento em janeiro de 2018 caíram 3 pontos-base, a 10,62%, ao passo que os DIs com vencimento três anos depois fecharam em alta de 3 pontos-base, a 10,25%. [Para ter acesso ao desempenho dos mais diversos contratos de juros futuros, clique aqui].

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Já os contratos de dólar futuro com vencimento em março deste ano caíram 0,95%, sinalizando cotação de R$ 3,066, enquanto o dólar comercial teve forte queda de 0,94%, cotado a R$ 3,0670 na venda – menor patamar em 20 meses. Para o diretor de câmbio da Wagner Investimentos, José Faria Júnior, a moeda deve testar os R$ 3,00 em breve, e este pode não ser o fundo (confira a análise completa clicando aqui).

Destaques de ações
Com o dólar renovando mínimas em 19 meses e fechando na casa dos R$ 3,06, as ações das empresas endividadas na divisa subiram forte, caso de Cemig (CMIG4), Eletropaulo (ELPL4), CSN (CSNA3), Gol (GOLL4), Rumo (RUMO3), entre outras. Com a queda da moeda ajudando a diminuir a parcela de endividamento na moeda americana, essas ações comemoram.

Já a Petrobras registrou um movimento de forte oscilação na sessão desta quarta. As ações abriram em alta, zeraram os ganhos, mas voltaram a subir no final da manhã. Após a divulgação do estoque de petróleo, que veio bem acima do esperado, os papéis chegaram a amenizar, mas seguiram em tendência positiva. O Departamento de Energia dos Estados Unidos informou que os estoques de petróleo no país subiram 9,53 milhões barris na semana. Analistas consultados pela Bloomberg esperavam um aumento de 3,5 milhões de barris.  

 As maiores altas, dentre as ações que compõem o índice Bovespa, foram:

 C?d. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 CMIG4 CEMIG PN 10,03 +6,93 +30,09 130,47M
 SANB11 SANTANDER BRUNT 35,70 +4,23 +26,09 57,41M
 ITUB4 ITAUUNIBANCOPN 41,68 +4,20 +23,24 1,04B
 BVMF3 BMFBOVESPA ON 19,56 +3,99 +18,55 612,64M
 WEGE3 WEG ON 17,02 +3,84 +9,81 46,93M

As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o índice Bovespa, foram:

 C?d. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 LAME4 LOJAS AMERICPN 16,20 -3,57 -4,57 159,93M
 BRKM5 BRASKEM PNA 32,82 -3,16 -4,18 57,38M
 VALE3 VALE ON 33,82 -1,69 +31,70 226,22M
 VALE5 VALE PNA 31,91 -0,99 +36,72 875,16M
 BRAP4 BRADESPAR PN 22,82 -0,61 +53,67 79,39M

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram :

 C?digo Ativo Cot R$ Var % Vol1 Vol 30d1 Neg 
 ITUB4 ITAUUNIBANCOPN 41,68 +4,20 1,04B 456,67M 58.230 
 VALE5 VALE PNA 31,91 -0,99 875,16M 715,29M 35.334 
 PETR4 PETROBRAS PN 15,84 +0,13 763,78M 495,69M 51.251 
 BVMF3 BMFBOVESPA ON 19,56 +3,99 612,64M 176,51M 49.018 
 BBDC4 BRADESCO PN 33,09 +2,16 416,18M 299,48M 35.770 
 ABEV3 AMBEV S/A ON 18,02 +3,68 324,37M 172,65M 37.664 
 BBAS3 BRASIL ON 31,86 +1,21 292,90M 182,27M 22.510 
 CIEL3 CIELO ON 28,76 +3,68 274,75M 203,83M 35.969 
 ITSA4 ITAUSA PN 10,03 +3,83 232,53M 131,07M 53.708 
 UGPA3 ULTRAPAR ON 68,81 +3,32 231,72M 64,73M 10.864 

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
IBOVESPA

Noticiário político
O noticiário político é movimentado, em meio às repercussões sobre a decisão do ministro do STF Celso de Mello de manter Moreira Franco no ministério de Michel Temer, além da possível nomeação de Carlos Veloso para o Ministério da Justiça. Gilmar Mendes disse que a nomeação do ministro Moreira Franco para a Secretaria-Geral da Presidência da República deve ser apreciada pelo plenário da Corte, após Mello indeferir o pedido dos partidos Rede e PSOL para impedir a posse de Moreira Franco e manter a nomeação.

No ano passado, Gilmar Mendes havia julgado uma questão similar, a posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro da Casa Civil no governo Dilma Rousseff. Na ocasião, Mendes impediu a nomeação de Lula. A questão não foi levada ao plenário do STF após a decisão monocrática, segundo o ministro, porque Dilma foi afastada da Presidência da República em seguida. 

Já para o ministério da Justiça, o nome do ex-STF Carlos Veloso desponta entre as apostas, esteve reunido ontem com o presidente Temer no Palácio do Planalto. Em entrevista à Folha, ele defendeu a Operação Lava-Jato e elogiou o trabalho do juiz Sérgio Moro, segundo ele extremamente duro, mas competente e correto. E esta é uma posição que não entusiasma o mundo político.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.