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SÃO PAULO – Por mais diferentes que sejam os países, os títulos públicos sempre têm o mesmo objetivo em qualquer parte do mundo: financiar o Estado. Desta forma, esteja onde estiver, a emissão de títulos do governo é a maneira mais comum de captar recursos para o financiamento da dívida e outras atividades governamentais, como educação, saúde e infraestrutura. Mas quais são os principais bônus do mercado? Como esses papéis são negociados mundo afora?
No que tange ao modo de negociação, o mais comum é que os investidores individuais participem dos mercados secundário de títulos, onde se negociam os bônus já emitidos nos mercados primários. Em alguns países, os investidores podem participar diretamente dos leilões de títulos no mercado primário. No entanto, em geral, os investidores participam da compra dos títulos por meio do banco local ou corretoras.
Para o economista Jason Vieira, da Cruzeiro do Sul Corretora, o que muda são as características, como tipo de rentabilidade, vencimento, etc. Por outro, Vieira comenta que, no que diz respeito ao tipo de rentabilidade, há uma diferença entre Brasil e o resto do mundo. “Os títulos pré-fixados são maioria no mercado internacional. Isso acontece porque a oscilação de juros é bastante limitada em comparação com o Brasil”, avalia.
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Cabe lembrar que um título pré-fixado tem sua rentabilidade conhecida no momento da aplicação (desde que sejam mantidos até a data de vencimento), enquanto no título pós-fixado o retorno – geralmente vinculado a algum indexador – não é conhecido na hora de investir.
Venda pela internet
O acesso do investidor pessoa física a esse tipo de investimento é um ponto semelhante entre Brasil, Estados Unidos e Espanha, uma vez que os países ficam entre os únicos a oferecer títulos públicos ao pequeno aplicador pela Internet.
Os EUA foram os pioneiros do sistema, que lá é denominado TreasuryDirect. Desde 1986, o Tesouro norte-americano começou a vender títulos públicos negociáveis e escriturais diretamente a pessoas físicas e jurídicas, que enviavam formulários de abertura de conta e de ordens de compra e venda pelo correio. O sistema passou a permitir investimentos por telefone e Internet a partir de 1996.
Na Espanha, o serviço, chamado de Tesoro.es, foi lançado no ano de 2000 e exige o comparecimento do interessado a alguma delegacia do Tesouro espanhol para identificação, assim como a instalação de um programa disponibilizado em disquete ou por download na Internet, por meio do qual se efetuam as compras e vendas de títulos. O sistema não possibilita operações pelo telefone nem por ordens dadas a instituições financeiras.
Aqui no Brasil, o sistema utilizado é o Tesouro Direto, que foi criado em 2002. Clique aqui para mais informações sobre a ferramenta.
Outras diferenças
Outra diferença entre os títulos públicos é a denominação que possuem ao redor do mundo, ou seja, cada governo tem uma forma de chamar esses papéis. Além disso, os títulos costumam ser emitidos na moeda do país de origem. Em países com economias menos avançadas, como é o caso do Brasil, os papéis também são emitidos no mercado internacional, em moeda estrangeira, como o dólar ou o euro.
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Confira quais são os principais títulos públicos:
| TIPOS DE TÍTULO PÚBLICO | ||
|---|---|---|
| país | moeda | tipo |
| Reino Unido | Libra | Gilts |
| França | Euro | OAT |
| Alemanha | Euro | Bunds |
| Espanha | Euro | Letras del Tesoro |
| Itália | Euro | BTP |
| Portugal | Euro | OT |
| Suíça | Euro | SGB |
| Estados Unidos | Dólar | Treasuries |
| Japão | Iene | JGB |
| Brasil | Real | LTN/LFT/NTN |