Títulos brasileiros fecham em alta, com resultado da emissão soberana

SÃO PAULO – Com a confirmação do Tesouro Nacional de que o Brasil captou 500 milhões de euros por meio de bônus de 10 anos, os principais títulos da dívida externa brasileira fecharam em alta nesta quinta-feira.

O bom desempenho do balanço de pagamentos em dezembro também contribuiu para alimentar o apetite dos investidores pelos papéis brasileiros. O saldo de transações correntes apresentou superávit de US$ 1,211 bilhão em dezembro de 2004, valor bem superior ao resultado positivo de US$ 343 mil apurado em igual período do ano anterior.

Emissão em euros

Segundo analistas, a emissão foi bastante positiva para o Brasil, já que o mercado europeu apresenta espaço para absorção desses títulos e o enfraquecimento do dólar frente às principais moedas internacionais prejudicaria uma captação em moeda norte-americana.

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O preço dos títulos foi de 98,80 e ofereceram um rendimento de 7,55%. Os líderes da primeira captação soberana brasileira no ano foram os bancos BNP Paribas e Deutsche Bank.

Cenário Externo

Durante boa parte desta sessão, o rendimento dos Treasuries, títulos do tesouro norte-americano, operou em alta, porém, após a divulgação dos dados à respeito da produção industrial na Filadélfia abaixo do esperado, inverteu a tendência, impedindo uma maior valorização dos papéis brasileiros.

Outro fator que contribui para o baixo interesse de investidores em relação aos títulos de países emergentes é a dificuldade de renegociação da dívida da Argentina. Nesta quinta-feira, a Junta Assessora Internacional da Agência de Reestruturação de Bônus recomendou aos investidores que rejeitem a proposta do governo argentino.

Global 40 fecha em leve alta

O principal título da dívida externa brasileira, o Global 40, encerrou em leve alta de 0,27% na noite desta quinta-feira, cotado a 113,81 centavos de dólar. Entre outros bônus globais, o destaque ficou com o Global 27, que mostra alta de 0,69%.

Já dentre os títulos da dívida reestruturada brasileira, o C-Bond apresentou alta de 0,38%, cotado a 101,63 centavos de dólar e o Par Bond registrou valorização, cotado a 92,75 centavos de dólar.

Risco país estável

Refletindo o desempenho dos principais títulos da dívida externa brasileira, o indicador de risco Brasil calculado pelo conglomerado norte-americano JP Morgan encerrou a 438 pontos base, estável em relação ao último fechamento.
Confira abaixo as cotações dos principais ativos da dívida externa brasileira: