TIM (TIMS3) prevê concluir sinergias com Oi (OIBR3) em 1 ano e ampliar dividendos

Primeira fase da integração com Oi deve ser concluída em 3 meses, resultando em melhor cobertura e qualidade de rede aos clientes

Felipe Alves

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A integração da TIM (TIMS3) com os ativos da Oi (OIBR3) será feita em duas etapas, que são contabilizadas a partir de abril. A primeira fase é de integração de redes e, depois, a migração dos clientes da Oi para a TIM.

A companhia falou sobre o processo em teleconferência de resultados na manhã desta quarta-feira (04). A TIM registrou um lucro líquido normalizado de R$ 419 milhões no 1º trimestre de 2022, representando uma alta de 51,2% na comparação anual.

Após o balanço, com números considerados positivos, a TIM registrou valorização de 1,47% de suas ações, a R$ 13,80.

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Segundo Leonardo Capdeville, Chief Technology Information Officer da TIM, a primeira fase deve ser concluída em 3 meses e deve resultar em melhor cobertura e melhor qualidade da rede para os clientes.

“Além de ganhar com a cobertura da Oi, o cliente da TIM também se beneficia, pois tendo mais espectro sobre a nossa rede, conseguimos entregar qualidade melhor”, destaca Capdeville. O piloto já foi feito com o DDD 19 e, segundo ele, os resultados foram extremamente favoráveis.

A segunda fase de integração, de migração sistêmica da Oi para a TIM, está prevista para durar 12 meses, a partir de abril, e começa com a integração de cliente pré-pago até pós-pago e B2B.

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Alavanca de crescimento da TIM

Uma das alavancas de crescimento da empresa para crescer acima do mercado virá justamente a partir da integração de sinergias com a Oi, afirma o CEO Alberto Mario Griselli. A proposta é ter, nos próximos anos, crescimento de topline (receita) com geração de valor, com foco em inovação.

O objetivo será o fortalecimento dos negócios core da TIM. Uma das ambições é tornar-se a melhor operadora móvel do Brasil até 2027, com crescimento de 1,5x nos próximos anos, com melhoria de rede, qualidade para o cliente e melhores ofertas (a partir da integração com a Oi), dizem os executivos.

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Na banda larga, que é um mercado em crescimento, a expectativa da TIM é dobrar o tamanho na modalidade asset light com a parceria da I-System.

TIM vê dividendos mais robustos pela frente

Com novas avenidas de crescimento pela frente, foco em eficiência e rentabilidade, crescimento sustentável e geração de mais caixa, a TIM (TIMS3) quer se posicionar entre os melhores pagadores de dividendos do setor na América Latina.

Segundo Camille Faria, CFO e diretora de relações com investidores da TIM, a companhia estava adotando uma postura de preservar liquidez até 2022, mas agora uma nova era começa em relação à remuneração dos acionistas.

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“A intenção é, já referente a 2022, começar a distribuir o dobro do caixa do que já havia sido distribuído nos últimos 4 anos em forma de juros sobre capital próprio e dividendos se confirmadas as expectativas de geração da caixa”, destaca Faria.

Apesar disso, formalmente a política de dividendos da TIM não está alterada.

5G e fibra óptica

Na teleconferência de resultados, a diretoria da TIM explorou as diversas avenidas de crescimento que a empresa vê pela frente. Um dos destaques é o 5G.

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A TIM levou 4,5 anos para ultrapassar 50% do tráfego no ciclo 4G. A perspectiva é de ser ainda mais rápido para o 5G. “Vamos entregar a melhor rede do Brasil”, afirmou Leonardo Capdeville, Chief Technology Information Officer da TIM.

Com DNA de inovação, a perspectiva é permanecer na fronteira de inovação. “A partir do próximo ano todos os nossos esforços serão concentrados no 5G, sendo o 4G uma rede de manutenção”, pontuou Capdeville. Com isso, a economia potencial é de R$ 600 milhões em Capex até 2024 (upside para o guidance).

Já no segmento de fibra óptica (FTTH) a TIM vê muitas oportunidades pela frente. Com a proposta de acelerar seu crescimento por meio do novo modelo de asset light, o foco da companhia estará cada vez mais em ampliar o serviço de fibra óptica.

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Segundo Fabricio Bindi, head de soluções residenciais da TIM, dois terços dos clientes hoje estão em fibra – e esse percentual sobe 1% todo mês. “Isso permite vantagens no curto prazo e também para o longo prazo”, afirma.

Com a transição para a fibra óptica, a TIM ganha 30% em churn (cancelamentos) e tem um resultado positiva na captura de novos clientes, pois o FTTH chega a áreas onde antes não se conseguia crescer. “Tem muita oportunidade para a gente captar”, ressalta Bindi.

Gerar valor e diminuir churn

A TIM está focada em buscar empresas parceiras que possam contribuir com a estratégia da companhia de gerar valor para clientes, parceiros e acionistas para além do core da TIM.

A companhia busca empresas que já provaram seu produto e estão atrás de uma base de clientes para crescer de forma exponencial. “Trocamos nossa base de clientes por equities. Queremos empresas que têm oferta disruptiva, bem posicionadas no setor e que receberemos equity com alto valor”, afirmou Renato Ciuchini, VP de Novos

A expectativa é que esse conjunto de participações deva gerar valor de mercado até 2027 de R$ 3 bilhões a R$ 5 bilhões para a TIM.

Cientes Oi

Com a participação da Oi, a TIM terá agora 65 milhões de clientes e mais de 1.000 pontos de venda pelo Brasil. Com isso em mãos, a TIM espera captar parcerias para fornecer mais serviços aos clientes. “Clientes que têm mais de um serviço com a gente têm taxa de cancelamento menor. O foco é continuar reduzindo o churn”, destaca Ciuchini.

A parceria da TIM com a empresa FS, por exemplo, gerará uma NewCo (nova companhia) que terá como foco realizar IPO (Oferta Pública Inicial) daqui a 3 a 5 anos, segundo Renato Ciuchini.

O objetivo é estabelecer uma nova parceria com foco em segurança que também permitirá à TIM ampliar o público de advertising e enriquecer o perfil de clientes

“A TIM vai receber receita e vai receber equity de até 35%, que vai variar de acordo com o número de clientes e a receita gerada”, explica Ciuchini. Assim, a TIM receberá uma comissão por cliente “capturado” para a NewCo.

Alavancagem

Do lado dos resultados financeiros, o CEO da TIM, Alberto Mario Griselli, comemorou o crescimento de receita da empresa no 1TRI22 em todas as linhas de negócios.

Ele destacou especialmente o resultado do pré-pago móvel, que voltou a estar positivo, com alta de +3,2 a/a. O resultado, segundo ele, foi impactado pela eliminação das restrições da pandemia, o pagamento do Auxílio Brasil e um conjunto de medidas de natureza comercial de ações da TIM que estão ajudando a subir as despesas.

Com alavancagem atual de 0,67x o Ebitda no 1TRI22, a TIM espera terminar o ano com alavancagem abaixo de 2x, com “posição de alavancagem bastante confortável para a companhia”, segundo a CFO, Camille Faria.

A companhia vinha se preparando para dois eventos importantes em 2022: a aquisição da Oi e a implementação do 5G. Por isso, acumulou R$ 10 bilhões no fim do ano passado. Já no primeiro trimestre boa parte foi investida em 5G e, mesmo assim, a empresa conseguiu gerar caixa, segundo a CFO.

Camille comentou ainda o crescimento dos custos no 1TRI22, que aumentaram 13,1%. Segundo ela, retirando-se os custos adicionais da empresa I-Systems (antiga FiberCo), os custos do período estão em linha com a receita da TIM.

Esse fator fez a margem Ebitda cair no 1TRI22 (1,6 p.p), mas caso não houvesse o fator I-Systems, a margem estaria em linha com o 1TRI21.

Projeções de receitas

Com projeção de aumento de receitas nos diversos segmentos, a TIM projeta um aumento de CAGR (taxa de crescimento) de mid-single digit para um high-single digit. Ou seja, sair de dígitos médios para dígitos mais elevados, com projeção de dobrar as receitas nos próximos anos.

Além das iniciativas tradicionais de redução de custos, o Ebitda-Capex/receita líquida será impulsionado por “fatos extraordinários” para alavancar a rentabilidade, como a contribuição de margem da Oi e impactos do I-Systems.

A TIM espera, segundo Camille Faria, que até 2024 a empresa vai ter o beneficio completo da infraestrutura completa da Oi e outros benefícios da transação, além do payback inicial da implementação do 5G.

A empresa projeta que a margem que, em 2021 ficou em 24%, suba para 29% em 2024 e continue subindo até 2027, mas sem guidance definido.

Análise do balanço da TIM

O time de research da XP afirmou em relatório que a TIM reportou resultados sólidos no primeiro trimestre e acima das estimativas, com destaque para a superação de receita.

A Receita de Serviços cresceu 8,4% no trimestre, acima do consenso. A receita de Serviço Móvel (MSR) totalizou R$ 4,3 bilhões no 1T22, enquanto a receita de telefonia fixa registrou um crescimento de 5,7%. O crescimento recorde da receita móvel também foi impulsionado por uma inversão de tendência no pré-pago, retornando ao crescimento.

A XP reiterou a recomendação de compra para a TIM e preço-alvo de R$ 21 para o final de 2022.

Para o Bradesco BBI, o resultado da TIM não trouxe surpresas, vieram em linha com as expectativas. As atenções se voltam agora para o potencial de criação de valor com a incorporação de ativos móveis da Oi.

O BBI avalia que o papel não está caro, com EV/ Ebitda em 4,5 vezes, “ainda que o mercado precise de mais evidências sobre sinergias futuras, para que uma reclassificação dos papéis se materialize”.

O BBI tem recomendação outperform para TIMS3, com preço-alvo de R$ 19.

Números positivos

Por fim, o Credit Suisse pontuou que a Tim reportou números positivos, com destaque também para forte aceleração da receita.

Analistas também destacam que a margem Ebitda veio abaixo das estimativas devido aos custos de leaseback da rede, mas deve se recuperar no segundo trimestre com a aquisição da Oi móvel e atender à estimativa de consenso do ano inteiro.

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