TIM e Oi desabam 8% com negociação negada e Embraer sobe 5% após resultado

Confira os principais destaques da Bolsa na sessão desta terça-feira (27)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O Ibovespa voltou a ter uma sessão negativa nesta terça-feira (27) em um dia instável com os investidores de olho no cenário político doméstico e na temporada de resultados do terceiro trimestre. Enquanto isso, o dólar recuou mais uma vez e ficou na casa dos R$ 3,89.

Na Bolsa, destaque de queda para os papéis do setor de telecomunicação, que na véspera dispararam após a notícia de um possível aporte na Oi e que estaria condicionado a uma fusão com a TIM. Nesta terça a Telecom Itália negou qualquer negociação, levando as ações para o negativo.

Já na ponta positiva, destaque para a Embraer, que liderou os ganhos do dia após apresentar seu resultado do terceiro trimestre. Fora do Ibovespa, chamaram atenção as ações da Magazine Luiza, que fecharam em alta sem um motivo aparente.

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Confira os destaques do pregão desta terça-feira:

Oi e TIM
As ações da TIM (TIMP3, R$ 7,84, -8,52%) firmaram perdas no fim da manhã e aceleraram a queda durante a tarde após o CEO da Telecom Italia, Marco Patuano, dizer em evento realizado em São Paulo que a empresa – que é controladora da TIM – não está em negociação sobre acordo com a Oi (OIBR4, R$ 1,94, -8,49%).

Na sessão anterior, as duas empresas subiram forte na Bovespa com a Oi marcando ganhos de 8%, em meio às notícias de que o grupo de investidores russos Letter One, liderado por Mikhail Fridman, queriam aportar até US$ 4 bilhões, sob a condição da companhia brasileira de telecomunicações promover consolidação de negócios com a TIM.

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Em relatório, o Itaú BBA afirmou que, se o acordo no formato capitalização mais fusão for adiante, resultado para minoritário de Oi e Tim pode ser positivo, “mas há muitas incógnitas que podem mudar o resultado final para cada companhia, já que a transação envolve variáveis múltiplas ainda a serem definidas”. Contudo, há 2 grandes desafios ao acordo: como motivar Telecom Italia a participar e superar obstáculos regulatórios.

Embraer  (EMBR3, R$ 27,85, +4,78%)
As ações da Embraer viraram para alta depois de cair cerca de 1% após a divulgação dos resultados. Nesta manhã, a fabricante de aviões informou um prejuízo líquido atribuível a acionistas de R$ 387,7 milhões no terceiro trimestre ante resultado negativo um ano antes de R$ 24,3 milhões.

Apesar do resultado, a companhia teve alta de 62% na receita líquida do período, para R$ 4,577 bilhões, ante R$ 5,36 bilhões esperados pelos analistas consultados pela Bloomberg. Enquanto a geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) cresceu para R$ 570,3 milhões, ante R$ 311,3 milhões um ano antes. Os analistas de mercado consultados pela Bloomberg esperavam um Ebitda de R$ 698,2 milhões. 

Petrobras (PETR3, R$ 9,24, -3,85%PETR4, R$ 7,60, -3,18%)
As ações da Petrobras registraram baixa hoje, com o dia de queda para o petróleo, com o brent em baixa de 0,63%, a US$ 47,24 o barril, enquanto o mercado segue de olho no noticiário da estatal. 

De acordo com informações da Bloomberg, o sindicato dos trabalhadores da Petrobras pediu à Justiça que bloqueie o acordo da Gaspetro. Na ação, a instituição pede a paralisação do negócio, aprovado na sexta-feira pelo conselho de administração da estatal, sob pena de multa diária de R$ 1 milhão, em caso de descumprimento. 

Conforme apurou o Valor, um dos argumentos da entidade é o conflito de interesses envolvendo o presidente licenciado do conselho de administração da Petrobras, Murilo Ferreira, que também é diretor-presidente da Vale, parceira da Mitsui em uma série de empreendimentos, de acordo com a entidade.

E, segundo o jornal Valor Econômico, a Petrobras enfrenta uma outra dor de cabeça. Na semana passada, ela foi condenada a pagar R$ 566,7 milhões por indenização pela prestação de serviços de gás canalizado à Fafen (Fábrica de Fertilizantes), no Polo Petroquímico de Camaçari (BA), uma prática considerada “inconstitucional”.

A decisão é resultado de uma Ação Civil Pública protocolada pela Agerba (Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transporte e Comunicação do Estado da Bahia), em junho de 2006, cuja sentença foi publicada no dia 22 de outubro. A Petrobras pode recorrer.

Fibria (FIBR3, R$ 56,25, +2,27%) e Suzano (SUZB5, R$ 17,68, +1,32%) 
As exportadoras de papel e celulose Fibria e Suzano subiram mais de 1% após registrarem movimentos opostos durante quase todo o pregão. A primeira subiu forte na esteira do resultado que ela divulgou semana passada, considerado como positivo por analistas.

Já a segunda informou que antecipou uma parada programada na linha 1 da fábrica de Mucuri, na Bahia, segundo o trader da H. Commcor, Ari Santos. A parada foi por causa da seca que reduziu a vazão do rio que abastece a unidade ao pior nível já registrado na região.

Concessionárias
As concessionárias de infraestrutura, CCR (CCRO3, R$ 12,30, -1,52%) e Ecorodovias (ECOR3, R$ 6,20, -1,90%) fecharam em queda à espera do resultado da primeira, que sai hoje depois do pregão.

Magazine Luiza (MGLU3, R$ 12,90, +4,03%)
As ações do varejista Magazine Luiza subiram neste pregão, depois de fortes quedas nos últimos tempos. Um operador de mesa de BTC ouvido pelo InfoMoney diz que não vê “short squeeze” ocorrendo neste momento. Short squeeze é o movimento em que investidores que estão vendidos em uma ação correm para recomprá-la e devolvê-la ao locador. Costuma gerar um movimento de forte alta da ação apenas com a demanda dos investidores com pressa de fechar uma posição vendida. 

M. Dias Branco (MDIA3, R$ 68,39, +0,87%)
As ações da M. Dias Branco registraram leves ganhos nesta sessão, após a divulgação dos resultados do terceiro trimestre. A companhia registrou um lucro líquido de R$ 165 milhões no período.

Segundo o Bradesco BBI, os resultados  foramfracos em uma ‘‘tempestade perfeita”: desvalorização acentuada do real combinada com fortes ventos contrários macro no nordeste’’. Contudo, a empresa segue top pick do banco “com base em suas vantagens competitivas e no potencial de crescimento de longo prazo”.

CVC (CVCB3, R$ 14,07, -1,68%)
As ações da CVC fecharam em queda. A companhia teve sua recomendação rebaixada pelo Bank of America Merril Lynch de compra para neutra. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.