TIM: analistas destacam market share e adições líquidas do trimestre

Equipes mantêm recomendações acima da média do mercado aos papéis; capex, possível aquisição e custos são comentados

Beatriz Nantes

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SÃO PAULO – De modo geral, os resultados da TIM (TCSL4) foram bem recebidos pelos analistas, que destacaram o crescimento de participação no mercado e os bons números operacionais do segundo trimestre deste ano. Na opinião de grande parte deles, os números vieram em linha com o esperado para o período. 

Na manhã desta terça-feira (3), a companhia anunciou lucro líquido de R$ 101,4 milhões no segundo trimestre de 2010 – desempenho 67,6% aquém do obtido no mesmo período de 2009. A queda foi atribuída a um impacto cambial positivo no mesmo período do ano passado.

Participação de mercado
As corretoras analisadas elogiaram o market share da companhia. “A empresa tem conseguido ganhar mercado e suas margens têm sido incrementadas nos últimos trimestres, porém ainda encontram-se abaixo da média de suas concorrentes”, destacou a equipe da Planner Corretora.

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Já a analista da Brascan, Beatriz Battelli, ressaltou que o ganho de market share foi resultado de expansão de 4,9% na base de assinantes da empresa – superior ao crescimento do mercado no período. Sobre este tópico, a analista da Link, Maria Tereza Azevedo, destacou a liderança da TIM em adições líquidas no trimestre, sobretudo em função da maior agressividade comercial na campanha de Dia das Mães e Dia dos Namorados, com mais 2,1 milhões de novos assinantes. 

“Com estes números, a companhia mantém a 2ª posição do mercado em termos de faturamento e margens, apesar da menor base de assinantes na comparação com a Claro. Em nosso ver, essa vice-liderança deve ser mantida ao longo de 2010”, escreve Maria Tereza. 

Aquisições e capex
Aproveitando o contexto de fusões e aquisições pelo qual passa o setor, a Planner afirmou que vê a TIM como possível alvo de aquisição no mercado do País, devido ao cenário competitivo atua. 

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Já a Link viu com bons olhos a manutenção do capex (gastos com investimentos) em torno de 12% da receita líquida no segundo trimestre. “No entanto, o management reiterou o guidance de R$ 2,5 bilhões para o ano, patamar mais próximo de 20%. Se por um lado, os investimentos em expansão das redes 3G são interessantes, os riscos com overlay de capex nas redes 2G pode ser preocupante”, sustenta Maria Tereza Azevedo.

Estimativas e custos
Michael Morin e Daniel Spilberg, analistas do Barclays, afirmaram que os números bateram as expectativas, mas ficaram levemente abaixo da projeção mais otimista do banco. Ainda assim, eles afirmam que os resultados mostram que a empresa “continua a executar muito bem, com melhora em indicadores-chave de performance”. A equipe ainda destacou o bom desempenho da Intelig, adquirida pela empresa, e a melhora contínua nas métricas.

Por sua vez, a equipe da Itaú Corretora, formada pelos analistas Carlos Constantini, Susana Salaru e Martín Lara, afirmou que a TIM está sendo bem sucedida em entregar o plano de turnaround interno, além de cortar custos pelo segundo trimestre consecutivo. “Esperamos que a companhia reporte um melhor mix de receitas para a segunda metade do ano”, observam.

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Esse turnaround operacional e financeiro, na visão da analista da Link, ainda não está precificado. “O turnaround instaurado na TIM ao longo do ano passado começa a surtir efeitos positivos, com boa aceitação do novo portfólio de planos e serviços da empresa, esforços para a redução de custos (…) Apesar de nada extraordinários, os números vieram em marginalmente acima do consenso de mercadoe sinalizam resultados positivos ainda não precificados do trunaround operacional vivenciado pela companhia”, explica. 

Recomendação
A analista da Brascan afirmou que irá revisar o modelo após os resultados, mas por ora mantém recomendação outperform (retorno esperado da ação excede em 5 p.p. o retorno projetado para o Ibovespa). O preço-alvo é de R$ 7,08. A analista da Link também está revisando as projeções para a companhia.

Já os analistas do Barclays mantiveram a recomendação overweight (expectativa da ação performar melhor do que o retorno total esperado do setor sob cobertura do banco, nos próximos 12 meses), com um target de R$ 5,40. 

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A Itaú Corretora manteve a redomendação outperform (acima da média do mercado) e os analistas afirmam que não antecipam maiores mudanças no preço-alvo – atualmente em R$ 6,30. Cabe dizer que as ações TCSL4 encerraram o dia cotadas a R$ 5,03.