TikTok Shop cresce 4.500% em vendas e vira dor de cabeça para o Mercado Livre

O cenário competitivo atual no Brasil é o mais difícil já visto, disse o Itaú BBA em relatório

Lucas Gabriel Marins

Logo do Tiktok
22/8/2022 REUTERS/Dado Ruvic/Imagem Ilustrativa/Arquivo
Logo do Tiktok 22/8/2022 REUTERS/Dado Ruvic/Imagem Ilustrativa/Arquivo

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O TikTok Shop, ferramenta de comércio eletrônico do rede social de mesmo nome, chegou com força total ao Brasil e está redefinindo a dinâmica do mercado. Com um aumento de 4.500% em seu volume de vendas em um período de apenas três meses, a plataforma se tornou uma ameaça competitiva de peso para as grandes do setor, especialmente o Mercado Livre (MELI34).

“Acreditamos que o cenário competitivo atual no Brasil é o mais difícil que já vimos”, disse o Itaú BBA em relatório publicado na terça-feira (9).

O TikTok Shop foi lançado no Brasil em maio de 2025, com o chamado “social commerce”, modelo de vendas em que toda a jornada de compra ocorre dentro da própria rede social. Naquele mês, o volume bruto de mercadorias somou US$ 1 milhão; em junho, saltou para US$ 10,1 milhões; em julho, para US$ 25,7 milhões; e, em agosto, atingiu US$ 46,1 milhões, segundo dados da Tabcut.

Volume Bruto de Mercadoria (GMV) estimado da TikTok Shop no Brasil em US$ milhões:

Fonte: Tabcut, Momentum Works e Itaú BB

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Mercado Livre que se cuide

O Itaú BBA disse que esse montante representa 2% das vendas do Mercado Livre no Brasil em 2025, o líder no mercado online brasileiro, com mais de 40% de participação, segundo o banco. No relatório, a instituição financeira mencionou que cerca 50% do volume de vendas do TikTok Shop no Brasil veio da aba ‘loja’ (marketplace), categoria que representa um fluxo de usuário parecido com a audiência da companhia argentina.

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O ambiente competitivo, porém, vai além do TikTok. A Shopee mantém crescimento acelerado no país – 60% a 70% em relação ao ano anterior, contra cerca de 30% do Mercado Livre -, enquanto a Amazon reforça sua estratégia de logística e integração de vendedores, citou a instituição financeira.

Todo esse cenário joga pressão sobre a participação de mercado e exige novas estratégias do Mercado Livre, de acordo com o banco.

“Esse cenário justifica o investimento contínuo em densidade logística, sistemas de pagamento, programas de fidelidade e serviços do ecossistema, mesmo que a rentabilidade a curto prazo permaneça incerta. Reforçamos nossa visão mais cautelosa em relação ao 3º trimestre, quando todos os investimentos em logística e resultados mais voláteis da Argentina deverão gerar revisões para baixo nas projeções de lucros”.

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Apesar da disputa acirrada entre os gigantes, o Itaú BBA ressaltou que a chegada de novos participantes e o aumento dos investimentos devem acelerar a migração das compras do offline para o online – movimento que, no longo prazo, tende a expandir o mercado de e-commerce como um todo.