The Sandbox (SAND): o que esperar do metaverso e da criptomoeda que explodiu 387% em novembro

Projeto de metaverso é visto como o mais promissor do momento, mas especialistas alertam que pode ser cedo demais para investir

Paulo Barros

O The Sandbox (SAND), um jogo colaborativo ainda em desenvolvimento, virou o principal destaque do mercado de criptomoedas após o seu token SAND disparar 387% apenas no mês de novembro – de US$ 1,66 no dia 1º, chegou a bater US$ 8,10 no dia 25.

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O salto expressivo tem a ver com o boom dos projetos de metaverso, que virou a palavra do momento não só para Mark Zuckerberg, mas também para os entusiastas dos criptoativos. No radar dos investidores está o lançamento da aguardada versão Alpha do game, que ficará no ar por um mês para um público restrito a partir do dia 29 de novembro.

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Desde que o Facebook virou Meta, no final de outubro, investidores voltaram as atenções para o metaverso e descobriram as criptomoedas ligadas a essa utopia futurista que é vista como uma evolução das redes sociais, uma espécie de Nova Era da Internet.

Mas, há algo de substancial por trás dessa valorização que vá além de pura especulação? Segundo especialistas ouvidos pelo InfoMoney, sim.

O jogo The Sandbox não é novo. Sua primeira versão foi lançada em 2012 e, desde cedo, começou chamar a atenção da comunidade cripto ao explorar de maneira pioneira o uso de ativos digitais no universo dos games.

“Com o conceito de NFT tomando força, fez com que o projeto fosse considerado visionário por conta de seu tempo de mercado, colocado à frente dos demais”, explica Lucas Schoch, CEO da Bitfy. “É um projeto interessantíssimo e um dos primeiros (se não o primeiro) a se tornarem relevantes”.

A novidade começou a empolgar uma parcela maior de usuários quando a equipe de desenvolvedores lançou um novo white paper (documento com instruções sobre o projeto) explicando a ideia de “um mundo virtual único onde os jogadores podem construir, possuir e monetizar suas experiências de jogo usando SAND, o token utilitário da plataforma”.

A proposta é dar ao jogador o poder de construir o cenário de forma colaborativa, como uma espécie de Minecraft, mas que funciona no Ethereum (ETH) e tem uma moeda digital interna que pode ser trocada por dinheiro no mundo real.

O jogo teve poucos detalhes divulgados, mas fica claro desde já que seu sucesso dependerá muito do ganho de popularidade e da criatividade dos usuários para criar o mundo virtual, incentivados pela possibilidade de faturar.

“Nós damos a artistas, criadores e jogadores a capacidade de construir a plataforma que sempre imaginaram, fornecendo os meios para liberar sua criatividade”, diz o site oficial do projeto.

the sandbox
The Sandbox é um mundo virtual criado totalmente pelos jogadores e que tem uma moeda digital própria (Foto: Divulgação)

Corrida pelo metaverso

A alta do preço da cripto SAND está ligada à expectativa de que ela será largamente utilizada para comprar itens digitais nesse mundo virtual – e que, portanto, deverá ter alta demanda ao longo do tempo.

Além disso, investidores apostam que o The Sandbox sai na frente na corrida para a criação do metaverso.

Para Tatiana Revoredo, CSO na The Global Strategy e Membro Fundadora da Oxford Blockchain Foundation, a Meta, apesar do nome, desenvolve uma solução muito diferente. Em vez do anonimato e da descentralização, diz ela, a empresa segue focada no lucro com os dados do usuário e na lógica centralizada da Web 2.0, onde as redes sociais são a Internet para 2,7 bilhões de pessoas.

“Mas, a Internet é muito mais abrangente que as redes sociais. E a Web 3.0, seu próximo estágio de evolução, tem principais características uso de blockchain, realidade aumentada e realidade virtual, gráficos 3D, inteligência artificial e redes peer-to-peer [ponto-a-ponto] que são descentralizadas”, explica. O The Sandbox, neste caso, é um exemplo de solução de Web 3.0.

Por outro lado, investidores parecem se importar pouco com a tecnologia trazida pelo jogo. O que atrai capital, ao menos em um primeiro momento, são as parcerias já estabelecidas com marcas que pretendem usar o The Sandbox como porta de entrada para essa nova tendência.

Uma dessas marcas é a Adidas. No dia 22 de novembro, a empresa de material esportivo anunciou um acordo com o The Sandbox e sugeriu que poderá criar uma loja virtual no jogo.

“A maior expectativa em relação ao Sandbox são os apoios institucionais e parcerias do que necessariamente por conta de uma tecnologia melhor”, afirma João Paulo Oliveira, CEO da Nox Bitcoin. “O Softbank entrou, a Adidas entrou, o Socios.com [criadora de fan tokens] está no Sandbox e não no Decentraland. Talvez haja, quem sabe, torneios de futebol no metaverso”.

The Sandbox também tem parcerias fechadas com o rapper Snoop Dogg, a série de TV AMC “The Walking Dead”, os desenhos animados infantis “Care Bears” e “The Smurfs”, a marca de jogos Atari e a coleção CryptoKitties de NFTs.

“Está se criando a expectativa no mercado de que diversas outras marcas se posicionem também, ainda mais depois da mudança de nome do Facebook e o consenso do pessoal de inovação e rede social de que metaversos vão ser o futuro”.

Especulação

Embora o jogo pareça promissor, especialistas recomendam cautela com o investimento. Com valor de mercado de apenas US$ 6,5 bilhões, o ativo SAND ainda apresenta grande volatilidade e pode surpreender negativamente o usuário menos cuidadoso. Na sexta-feira (26), durante uma queda de 8% do Bitcoin (BTC), a cripto do The Sandbox chegou a despencar 20%.

“Não é novidade que o investidor de criptomoedas é mais adepto a riscos e estuda menos cada projeto quando comparado a investidores tradicionais. Dogecoin (DOGE), Shiba [Inu], etc., provam isso”, aponta o CEO da Bitfy. “O investidor deve ter cautela ao se expor simplesmente por uma funcionalidade nova em um sistema não tão disseminado ainda”, recomenda.

Schoch ressalta que, assim como todas as criptomoedas, projetos como o The Sandbox ainda estão em fase experimental e não é correto afirmar que nada no estágio atual “veio para ficar”.

Revoredo concorda: “Vamos aguardar para ver como o projeto se desenvolve. Porque apesar do lançamento ser muito promissor, é o design de incentivo do jogo que determinará, ou não, o sucesso do The Sandbox”.

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Paulo Barros

Editor de Investimentos